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A judoca Mayra Aguiar  foi bronze e uma das que prestou continência ao subir no pódio | Sergio Dutti/Exemplus/COB
A judoca Mayra Aguiar foi bronze e uma das que prestou continência ao subir no pódio| Foto: Sergio Dutti/Exemplus/COB

O presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e do Comitê Organizador dos Jogos de 2016, Carlos Arthur Nuzman, 73, não vê problema nos atletas-militares do país prestarem continência no pódio olímpico no ano que vem.

Questionado se os esportistas vão poder continuar a prática disseminada no Pan de Toronto, o dirigente foi enfático.

“Vai. Igual os americanos com a mão no peito. Não tem problema algum. É uma questão de civismo”, afirmou Nuzman.

COB nega polêmica e minimiza continência de atletas no pódio em Toronto

Alguns enxergam o momento como uma manifestação política, o que não é permitido pelo Comitê Olímpico Internacional

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O COI (Comite Olímpico Internacional) vai avaliar cada caso de atletas que baterem continência nas Olimpíadas do Rio, em 2016. O ato virou praxe entre os atletas militares na competição.

As regras dos COI e da FIFA proíbem manifestações políticas e religiosas no pódio. COB e Odepan consideram que o gesto é de exaltação à bandeira nacional e que não fere o regulamento da entidade.

Questionado sobre o tema, o COI disse, em nota enviada pela assessoria de imprensa da instituição, que o caso nas próximas olimpíadas é “um cenário hipotético e que durante os jogos olímpicos o COI sempre teria uma avaliação sensível para cada caso”.

Mário Andrada, assessor do comitê organizador dos jogos do Rio, acredita que o gesto não fere as regras do COI, que proíbem manifestações políticas no pódio.

“É uma saudação à bandeira por atletas militares. Estão exaltando um símbolo nacional”, diz.

Dos 590 atletas brasileiros competindo no Pan de Toronto, 123 são militares. Quase metade das medalhas do Brasil são de atletas das Forças Armadas.

Cada vez que um desses atletas vai para o pódio, eles prestam continência quando o hino nacional e executado e a bandeira é hasteada.

A continência foi vista em quase todos os pódios do judô, onde chamou mais atenção, mas há militares também na natação, remo e badminton, entre outros.

A inclusão dos atletas nas Forças Armadas se intensificou às vésperas dos Jogos Mundiais Militares de 2011 no Rio. Para obter o apoio militar, que inclui salário em média de R$ 2.300, os atletas têm de ser integrados ao Exército, Marinha ou Aeronáutica.

O primeiro vice-presidente da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), Ivar Sisniega, afirmou que a entidade não tomará providência em relação ao gestão. Segundo o dirigente mexicano, a atitude não infringe regra ou protocolo da organização.

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) defendeu a prática e disse que era uma regra militar e uma manifestação de patriotismo.

Odepa considera continência demonstração de patriotismo e libera ato no pódio

A Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) posicionou-se pela primeira vez, nesta sexta-feira, sobre a polêmica envolvendo atletas brasileiros que vêm prestando continência na cerimônia de entrega de medalhas dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Para a entidade, o ato é apenas uma demonstração de respeito e, por conta disso, poderá continuar sendo feito até o fim da competição.

Desde o início dos Jogos, praticamente todos os atletas brasileiros contratados pelas Forças Armadas - são 123 no Pan - que sobem ao pódio vêm prestando continência no momento de execução dos hinos, mesmo que não seja o do Brasil. O ato tem gerado polêmica nas redes sociais, já que muitos veem nisso uma manifestação política. Outros consideram ainda que seria uma forma de publicidade. Os dois casos são proibidos em competições e punidos com a cassação da medalha.

Mas não é dessa forma que a entidade máxima que rege o desporto no continente vê o ato. “Fiquei sabendo que isso tem causado certa polêmica no Brasil. A postura da Odepa é que a forma de saudar no pódio, desde que com respeito e de acordo com as normas de cada país, não é motivo para contestação. Os americanos põem a mão sobre o coração, os mexicanos saúdam com a mão no peito de uma outra maneira. É algo que tem a ver com cada país”, declarou Ivar Sisniega, primeiro vice-presidente da entidade.

“A Odepa só irá interferir quando houver uma falta de respeito à bandeira. Mas entendemos que a saudação militar é uma forma de respeito à bandeira e não há nenhum sentido para questionarmos. É uma forma de patriotismo”, insistiu o dirigente.

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