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Na véspera da corrida de São Silvestre, o cadeirante Israel Cuz Jackson de Barros, 41 anos, revelou para a mulher, por telefone, ter medo da íngreme descida ao lado do Estádio do Pacaembu, no início do percurso. No dia seguinte, o experiente corredor, ganhador da Volta da Pampulha, perdeu o controle da sua cadeira de rodas no trecho em curva, bateu no muro do estádio e morreu ao chegar ao hospital.

"Ele me telefonou na véspera e disse ‘tô achando muito perigoso esse trajeto’. Eu pedi para ele se acalmar e disse que tudo daria certo", contou a viúva Adriana Mendonça Silva.

O casal morava em Ananindeua, no Pará, onde tinha dois filhos e um neto. Adriana reclama que, até a tarde de ontem, não havia recebido um contato sequer da organização da prova sobre o transporte do corpo do marido ou o acidente em si.

"Estou indignada, ninguém entrou em contato comigo. É uma vida que se foi. Não deram amparo algum, acham que a família é o quê? Por que colocam cadeirantes nesse percurso, se é tão perigoso?", questionou.

A organização informou que o corpo de Barros será embarcado para Belém hoje, às 10 horas. A demora foi atribuída a problemas de burocracia, já que não havia nenhum parente do cadeirante em São Paulo – ele viajou sozinho e hospedou-se em um hotel próximo à avenida Paulista, ponto de largada e chegada da corrida. A organização informou que vai bancar as despesas de viagem e funerárias.

A Yescom, empresa de organiza a São Silvestre, disse que não pretende retirar a descida da rua Major Natanael do percurso da prova. A justificativa é que em 2011, com o evento realizado sob forte chuva, não houve acidente grave no local.

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