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Miriam Nagl  está ansiosa em representar o Brasil. | Picasa/
Miriam Nagl está ansiosa em representar o Brasil.| Foto: Picasa/

O golfe está de volta à Olimpíada depois de 112 anos e uma curitibana com sotaque alemão vai representar o Brasil na modalidade nos Jogos do Rio.

Filha de alemães, Miriam Nagl nasceu em Curitiba. O pai dela veio para a capital paranaense para abrir uma filial da empresa Gemü Ventil – fabricante de válvulas e componentes de automação. A atleta morou na cidade até os oito anos. Em 1989, voltou para a Alemanha com a família, onde começou a jogar golfe.

Com o passar dos anos, Curitiba tornou-se uma lembrança distante, mas há dois anos, em 2014, a relação com o Brasil foi retomada. Incentivada pelo diretor do Circuito Europeu e com foco na Olimpíada, Miriam – que tem dupla nacionalidade – passou a competir pelo país. A decisão pegou de surpresa até a confederação nacional (CBG).

©2016_Gabriel_Heusi/Heusi_Actio

“A CBG entrou em contato comigo porque tinham visto no ranking que estava jogando pelo Brasil. Eles perguntaram: é isso mesmo? Falei que sim e passamos a conversar com mais frequência”, conta.

Ela sabia que esta era a forma mais viável de conseguir uma vaga olímpica, já que o país-sede tem um posto garantido. E deu certo. Miriam assumiu a liderança do ranking e conquistou um lugar na Rio-2016.

“Estou muito bem com a decisão que tomei. Tenho 35 anos e sinto que estou em minha melhor fase”, destaca a golfista que fez questão de conversar com a reportagem da Gazeta do Povo em português. “É bom para eu treinar”.

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Miriam parou de falar a língua pátria na infância depois que voltou para a Alemanha. Agora está relembrando o vocabulário. A atual ‘fase nostálgica’ ainda a faz retomar suas memórias de Curitiba.

“Lembro da nossa casa no Jardim Social, as brincadeiras com os vizinhos na rua, da escola, as visitas ao Passeio Público, no Centro. Tínhamos também uma pequena casa na praia em Shangri-lá para onde íamos em alguns fins de semana”, relembra.

Miriam agora tem uma casa em Porto Alegre e passou disputar mais torneios no Brasil. Tudo parte do processo de readaptação. Em 21 de julho, ela estará novamente em Curitiba para um torneio no Graciosa Country Club. Será o último campeonato antes da Olimpíada, uma espécie de resgate da infância que precede o momento mais importante da carreira.

“Penso muito em como vai ser a entrada da delegação na cerimônia de abertura no Maracanã. Acho que vou chorar. Vai ser muito bom”.

Zika vírus

O torneio olímpico do golfe não contará com alguns dos principais nomes da modalidade. Os desfalques são na disputa masculina. O líder do ranking mundial, o australiano Jason Day, anunciou que não virá o Brasil.

Além dele, outros seis golfistas top 50 também já desistiram da competição.

Entre as mulheres, somente a sul-africana Lee-Anne Pace, número 38 do mundo, anunciou a ausência. O motivo é o mesmo: o temor do Zika vírus – principal drama sanitário do país.

“É triste que tantos homens tenham desistido. É importante neste retorno que todos os golfistas top estejam lá e apoiem os Jogos. Se ninguém vem, quanto tempo o golfe vai continuar na Olimpíada?”, questiona, com preocupação, a curitibana Miriam Nagl.

O golfe estará nos Jogos de Tóquio, em 2020, mas não é garantido a partir da disputa de 2024.

Apesar das desistências, Miriam acredita que a presença do golfe na Rio-2016 será benéfica para o esporte.

“O esporte vai ganhar muito por estar na Olimpíada. Pessoas que nunca viram golfe vão ter algum tipo de contato durante os Jogos. Será ótimo para nós”, analisa a curitibana com sotaque alemão.

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