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Ao fundo, Marcelo Alves corre em um dos visuais impressionantes do desafio. | Divulgação
Ao fundo, Marcelo Alves corre em um dos visuais impressionantes do desafio.| Foto: Divulgação

Um dia a corrida era na neve, com um frio de 15 graus negativos. No outro, o curso era na areia, debaixo de um calor escaldante de 50 graus. Esse foi o desafio encarado pelo curitibano Marcelo Alves, de 42 anos, único sul-americano, dentre doze atletas, a completar a World Marathon Challenge, a primeira prova, reconhecida pelo Guiness Book, a ter sete maratonas em sete dias consecutivos pelos sete continentes. Ele foi o 4.º colocado, conseguindo completar todas as provas do Desafio da Maratona Mundial.

A jornada de 168 horas teve início em Union Glacier, na Antártica, dentro do Círculo Polar. Depois, a prova seguiu para Punta Arenas (Chile), Miami (EUA), Madri (Espanha), Marrakech (Marrocos), Dubai (Emirados Árabes Unidos) até chegar ao último destino, Sydney (Austrália). Cada etapa com a distância padrão da maratona, de 42,2 km .

O grupo foi pioneiro no desafio, o que tornou a experiência mais intrigante. “Quando você participa de uma prova que está sendo realizada pela primeira vez você está exposto a tudo, não tem nenhuma vivência anterior como referência”, disse.

“O que eu menos tive controle foi na recuperação. Eu corria e logo ia para o avião. A recuperação era lá mesmo, durante a viagem, não tinha hospedagem. A noite que eu mais dormi foram cinco horas”.

Apesar dos vários percalços, o ultramaratonista é enfático ao afirmar que em nenhum momento pensou em desistir. “Teve momentos delicados, mas nenhum que eu cheguei a pensar em parar. Eu me preparei muito para isso”.

O momento de maior preocupação para Marcelo foi entre as etapas de Madrid e Marrocos. Na capital espanhola, ele fez os últimos 10 km da maratona mancando. “Senti uma dor muito forte na lateral do meu pé. Fiquei bem preocupado. Quando passei a linha de chegada já chamei o médico e fiz tratamento com gelo, porque em oito horas já ia começar a etapa de Marrocos”. Esse foi um dos momentos em que ele precisou do apoio dos outros competidores. “Todo mundo estava ali torcendo um pelo outro”.

Além do objetivo de concluir a prova, Marcelo levanta a bandeira em prol de uma importante causa social. O atleta apoia o movimento Stronger, uma campanha que surgiu em Curitiba a favor da doação de medula óssea.

“Depois que vi o vídeo da campanha, fiquei bem tocado e quis ajudar de alguma forma além de me tornar doador”. Ele finaliza todas as provas carregando um cartaz com os dizeres ‘Seja doador de medula óssea’.

Depois de superar o maior desafio pelo qual já passou os objetivos pessoais de Marcelo não param. A próxima meta é cumprir a rota das maratonas mais difíceis de cada continente. “Já fiz de cinco continentes, falta da Oceania e da África, mas isso é um projeto pessoal de longo prazo, até porque essas provas são bem caras e não é fácil conseguir patrocínio”.

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