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Motociclistas preparados para a aventura do Dakar 2014 | Enrique Marcarian/ Reuters
Motociclistas preparados para a aventura do Dakar 2014| Foto: Enrique Marcarian/ Reuters

Personagem

Novato mineiro é o destaque entre os seis brasileiros

Seis competidores brasileiros participarão da edição 2014 do Dakar. Um deles estará pela primeira vez na prova: o mineiro Dário Júlio, tricampeão brasileiro de Rally Cross Country nas motos, categoria que também terá o experiente Jean Azevedo participando em uma equipe oficial da Honda do Brasil.Júlio, de 36 anos, não esconde a ansiedade, ainda que contida, pelo maior desafio da carreira. "Na verdade meus dois filhos [gêmeos de 12 anos] estão mais ansiosos do que eu. Estou tranquilo, mas querendo que a largada chegue logo. Toda preparação já foi feita", afirmou.

Os outros brasileiros também são de equipes oficiais de fábrica, no caso da Mitsubishi Petrobras, nos carros. São as duplas formadas por Guilherme Spinelli e Youssef Haddad, e Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin. Um sétimo representante do país foi inscrito nas motos pela Honda, mas não poderá participar. O catarinense Ike Klaumann sofreu um grave acidente em novembro, quando disputava o Atacama Rally, no Chile, passou por cirurgias no quadril e na clavícula e não se recuperou a tempo.

O primeiro grande desafio do ano no automobilismo é fora das pistas, começa hoje e vai até o próximo dia 18. Disputado desde 1979, apenas interrompido em 2008 por uma crise de segurança na África, o Rally Dakar 2014 terá mais de 430 participantes percorrendo os 9 mil quilômetros do percurso, sendo 5 mil destes cronometrados, no mais desafiador rali do mundo. A edição deste ano parte de Rosario, na Argentina, com chegada em Valparaíso, no Chile, e quebrou o recorde de a mais longa prova do gênero disputada no continente.

Conheça o percurso e os desafios do Rally Dakar 2014

Boa parte do percurso será na Cordilheira dos Andes, onde se encontram as maiores altitudes do hemisfério sul. A largada, porém, será às margens do Rio Paraná, pouco acima do nível do mar, na Argentina. Depois disso, a comitiva passa por matas, campos, montanhas, desertos de areia e de sal, como o salar de Uyuni, na Bolívia, o maior do mundo, onde apenas motos e quadriciclos correrão. É a primeira vez que a competição passa por território boliviano.

E o percurso longo e com muitos terrenos diferentes promete ser um desafio para os participantes, que enfrentarão também temperaturas acima dos 40°C nas regiões mais baixas e próximas de zero nos pontos mais altos. "Sabemos que o cansaço cumulativo é um dos elementos mais complexos a serem dominados no Dakar. Neste ano, aumentamos o grau de dificuldade para todos! Para as motos e os quadriciclos também haverá duas etapas de maratona, o que obrigará os pilotos a controlar o ritmo e a cuidarem bem de seus veículos. Essa é a essência das corridas off-road.", explicou o diretor esportivo do Dakar, David Castera. As etapas de maratona são aquelas em que os pilotos não poderão fazer ajustes nos veículos e só poderão ter apoio em caso de problemas mecânicos de outros competidores.

História

O nome do rali, Dakar, é uma herança de suas origens, quando começou a ser disputado entre a cidade francesa de Paris e a senegalesa de Dacar, com a travessia do Mediterrâneo sendo feita de balsa, e o deserto do Saara, o maior do mundo, como o grande desafio. Com os anos, o traçado sofreu algumas alterações e até interrupções devido à situação política instável dos países do Norte e Noroeste da África. Desde 2009 na América do Sul, tendo agora a Patagônia e o Atacama como desertos a serem desbravados, a corrida seguiu atraindo corredores de todo o mundo, como o veterano brasileiro Jean Azevedo, que participou da versão africana do rali e é o único piloto do país a vencer etapas na classificação geral em 2005 e em 2007.

Mesmo na sua 16.ª participação, o brasileiro se preocupou com todos os detalhes para brigar pelo título nas motos, ainda mais com um percurso tão árduo. "Achei importante ir antes e checar todos os detalhes antes da chegada da equipe. Como depois será tudo muito rápido, com as verificações das equipes de apoio no dia 2 e verificações dos pilotos no dia 3, precisei ir antes. E, claro, é sempre bom andar com a moto. Vamos ver as alterações que ela sofreu desde o nosso último contato", explicou Azevedo, que viajou já na virada do ano para a Argentina.

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