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Cássio Rippel, pontagrossense de 35 anos, chegou em 2014 a duas finais inéditas na carabina deitada: treino inclui meditação e ioga | Joel-Silva/Divulgação
Cássio Rippel, pontagrossense de 35 anos, chegou em 2014 a duas finais inéditas na carabina deitada: treino inclui meditação e ioga| Foto: Joel-Silva/Divulgação

A concentração absoluta é a maior arma de dois paranaenses candidatos a medalha no tiro esportivo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Capacidade tão importante que pode até compensar eventuais percalços no caminho para a competição de 2016.

O major do Exército Cássio Rippel, natural de Ponta Grossa, e o dentista Rodrigo Bastos, nascido em Guarapuava, conquistaram neste ano resultados expressivos nas categorias carabina deitada e fossa olímpica, respectivamente.

Enquanto Rippel, 35 anos, chegou a duas finais inéditas em etapas da Copa do Mundo (China e Eslovênia), Bastos, 47, alcançou o quinto lugar no Mundial de Tiro Esportivo, na Espanha. Resultado também nunca antes obtido por brasileiros.

E que certamente não viria sem o desenvolvimento do ‘recurso’ psicológico. "Concentração é meu forte", admite Bastos, que participou dos Jogos de Seul-88 e Atenas-2004, e até hoje divide a rotina de treinamentos e competições com o atendimento no consultório. "Consegui com a experiência e o passar do tempo compensar a falta de dedicação nos treinos", fala.

"Fui desenvolvendo técnicas de concentração, vou aprimorando, testando se uma coisa dá certo ou não. O mais importante é ter tranquilidade para executar [o que foi treinado]", explica o atirador de fossa olímpica, que precisa de atenção e reflexo rápido para acertar alvos de 11 cm de diâmetro lançados no ar.

O objetivo de Rippel na carabina deitada é diferente, mas a necessidade de foco é tão grande quanto ou até maior. Para acertar o centro do alvo de 1 cm a 50 metros de distância com regularidade, ele tem acompanhamento de dois psicólogos e pratica meditação e ioga.

Tudo para controlar o sistema parassimpático – responsável por estimular ações que permitem ao organismo responder a situações de calma – e evitar descargas de adrenalina nos momentos onde a compostura é essencial.

"A adrenalina é boa para o Cielo nadar, para o Bolt correr. Para mim é prejudicial", diz o ponta-grossense. "Diferentemente de outros atletas que tentam se superar, meu objetivo na prova é fazer o que faço nos treinos, realizar o procedimento correto", acrescenta.

Para os atiradores, 2015 será um ano crucial na busca pelo sonho olímpico. Eles ainda não têm o índice, apesar de uma vaga em cada uma das categorias já estar garantida pelo fato de o Brasil ser o organizador do evento. Isso quer dizer que mesmo sem o credenciamento internacional, ambos podem até entrar como convidados, dependendo do ranking nacional. Além de três etapas da Copa do Mundo, o Pan-Americano de Toronto, em julho, também garantirá ao campeão presença no Rio.

Objetivo

Mas quem pensa que participar dos Jogos já é suficiente para os representantes de um esporte pouco valorizado no país, atirou errado. Os herdeiros da primeira medalha de ouro da história olímpica brasileira (Antuérpia-1920) querem mais.

"Me cobro para chegar bem preparado para disputar medalha. Não vou chegar para participar. A ideia é saber que você se preparou tão bem quanto todos os outros e que pode chegar e ser campeão", traça Rippel.

"Quero estar na final olímpica, entre os seis melhores. E se entrar nessa final, vai ser uma briga boa", dispara Bastos, que conseguiu patrocínio da marca de ferramentas Vonder e promete concentração exclusiva ao tiro no ano que vem.

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