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Caroline Zawadzki treina em dois períodos e precisa ter uma alimentação controlada | Antônio Costa/ Gazeta do Povo
Caroline Zawadzki treina em dois períodos e precisa ter uma alimentação controlada| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

Torneios avaliam definição e simetria muscular

Realizado em Ohio, Es­­tados Unidos, o Arnold é uma das competições de fisiculturismo mais importantes internacionalmente. Assim como o Olympia, torneio mais tradicional no segmento, é filiado a Federação Internacional de Fisiculturismo e Fitness (IFBB). Ambos dividem a competição entre atletas profissionais e amadores.

Na categoria Figure, em que Caroline obteve o quinto lugar, a feminilidade das atletas é mais importante que o porte físico. Critérios como simetria, proporção e definição dos músculos, além de beleza e desenvoltura são avaliados pelos jurados para definir as vencedoras. A divisão é feita por altura, no caso dela, acima de 1,68m. A primeira etapa define dez finalistas, que disputam as primeiras colocações em uma etapa seguinte.

Uma ex-bailarina de cabelos loiros, unhas pintadas e rosto maquiado. É difícil imaginar que essa descrição seja de uma praticante do fisiculturismo. Caroline Zawadzki, 32 anos, prova o contrário. A curitibana é adepta da modalidade e compete há dois anos, tendo conquistado títulos nacionais e internacionais.

Tudo começou com o fim de um namoro. Abalada, Ca­­rol­­ine viajou ao Rio de Janeiro, quando uma olheira percebeu seu potencial e a convidou para participar de uma competição. Ela relutou, mas aceitou e não parou mais.

A paixão pela prática de exercícios foi constante em sua vida. Tanto que, faltando seis meses para terminar o curso de Turismo a atleta abriu mão da faculdade, pois não conseguia conciliar aulas, trabalho e treinos. "Depois disso encontrei minha verdadeira vocação e fiz graduação e pós-graduação na área de Educação Física", conta.

A formação acadêmica foi fundamental para que ela continuasse praticando o fisiculturismo. Além das competições, a atleta trabalha como personal trainer e consultora, o que garante a renda necessária para custear os treinos. "O esporte ainda é muito caro, e é difícil encontrar apoio, principalmente para quem está começando", conta.

O primeiro título de peso veio em 2011, com a conquista do Campeonato Brasileiro na categoria Body Fitness, acima de 1,68m. Depois disso, a atleta foi convocada para a edição americana do Arnold IFBB, um renomado torneio internacional. A quinta colocação na categoria "Figure" garantiu mais uma premiação. Nessa modalidade, critérios como o porte físico são menos relevantes.

A preparação exige disciplina e concentração. Os treinos são diários, em dois turnos e a alimentação é controlada. O cronograma é dividido em duas etapas: off-season e pre-contest. A primeira é mais distante das competições, com uma dieta rica em carboidratos e um treino menos aeróbico. Na segunda, três ou quatro meses antes das disputas, o foco é total, com treino intenso e alimentação mais restrita. As refeições são de 3 em 3 horas, com quantidades e tipos certos de alimento.

O fato de ter sido bailarina também ajuda na preparação. Caroline praticava ballet clássico no Teatro Guaíra, quando foi contemplada com uma bolsa que a levou ao exterior. Morou dois anos em Cuba, onde fez parte da companhia de Ballet Clássico de Havana. Desistiu da carreira, mas a disciplina e a exigência dos treinos ainda são aplicadas na preparação como fisiculturista.

O próximo alvo é a disputa do Arnold europeu, que ocorrerá em outubro. Ela também vai em busca de uma vaga para participar do Olympia amador, que será em novembro, no Vietnã. A competição é a mais importante em termos internacionais e uma boa colocação pode garantir sua profissionalização. "Diferente de outros esportes, no fisiculturismo você evolui com a idade. Minha expectativa é de estar no auge da forma física aos 35 anos, conseguindo me profissionalizar", completa.

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