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Josiane: feito inédito | Antônio More/ Gazeta do Povo
Josiane: feito inédito| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Todo o frisson causado no domingo, quando a linha de chegada do Hipódromo do Tarumã foi cruzada pela primeira vez na história por um cavalo montado por uma mulher no GP Paraná, reforçou mais um capítulo de feitos inéditos no currículo de Josiane Gulart.

A joqueta gaúcha não só venceu a principal prova do turfe paranaense como também bateu o recorde da pista, com o tempo de 2min06s. Foi o primeiro triunfo dela em corridas do grupo 1 – a elite do turfe.

"Tenho 12 anos de carreira e já havia vencido até mesmo aí no Paraná, mas no grupo 2 e no 3, mas essa era uma vitória que eu estava buscando há bastante tempo. Foi muito importante", disse ontem, por telefone à Gazeta do Povo, a joqueta que ostenta mais de 600 vitórias.

Filha de jóquei, Josiane cresceu ouvindo histórias da também gaúcha Susana Davis, uma das precursoras nas pistas nos anos 70. Inspirada da conterrânea, começou a competir aos 16. Na escolinha do Jockey Clube Brasileiro, no Rio, era a única mulher em uma turma de nove alunos. Se acostumou logo com a estranheza que causava, o desdém com que era olhada e assumiu o protagonismo de desbravar outras jardas para as joquetas.

Assim, apenas um ano depois de iniciar a carreira, ela estava na linha de largada do GP Brasil, com o status de primeira mulher na mais nobre prova do turfe brasileiro. Posto mantido mesmo com um hiato de mais de uma década.

Ainda como a única mulher na história da competição, ela voltou ao GP Brasil neste ano e ficou com o expressivo quarto lugar, entre 20 competidores. O longo intervalo entre um GP Brasil e outro ela atribui à grande concorrência para chegar ao páreo.

Josiane também estava presente, há dois anos, no primeiro páreo exclusivamente feminino realizado no país, no tradicional Hipódromo da Gávea, no Rio. Além de Josiane, a prova contou com a participação de Maylan Studart, considerada umas das principais joquetas do país e radicada nos Estados Unidos.

"Turfe não é força, é jeito. Por isso acho que tenho condições de competir de igual para igual. Mesmo assim, é um esporte muito masculino. Hoje, 5% dos competidores são mulheres. E acho que não vai mudar muito", disse Josiane, que depois de vencer no GP Paraná, planeja reforçar sua história de ineditismos. "Em 2014, sonho vencer o GP Brasil", conta.

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