Kenenisa Bekele, recordista mundial dos 5.000 e dos 10.000 metros, está mirando na medalha de ouro da maratona na Olimpíada de 2016, embora o etíope tenha falado neste domingo que poderia voltar a competir em distâncias mais curtas nos Jogos do Rio de Janeiro.
Ele pode não ser um nome familiar como seu compatriota Haile Gebrselassie ou o britânico Mo Farah, mas o corredor de voz macia é um dos grandes nomes do atletismo, com três ouros olímpicos e mais de uma dezena de títulos mundiais em seu currículo.
Apesar de todas as façanhas, a determinação do corredor de 32 anos continua intacta e ele quer repetir seus feitos na maratona.
"Não há mais nada para mim nos 5.000 e 10.000 metros, então, a maratona é muito importante para a minha carreira - é um novo desafio", disse Bekele à Reuters, em Dubai.
"A maratona é uma corrida diferente, você tem de correr em um ritmo constante desde o início."
Bekele quebrou o recorde da Maratona de Paris em sua estreia na distância, com o tempo de 2h05min03s, em abril, enquanto que um tempo 48 segundos mais lento o deixou em quarto na Maratona de Chicago, em outubro, atrás do trio queniano formado por Eliud Kipchoge, Sammy Kitwara e Dickson Chumba.
Ele disse que pretende correr a maratona na Olimpíada do Rio em 2016, mas vai ver como irá se sair na distância até lá antes de descartar completamente o retorno aos 10.000 metros, título que ele conquistou em 2004 e 2008.
Em janeiro, a Maratona de Dubai será a sua terceira.
"Quero correr para o recorde, mas não acho que conseguirei isso na minha terceira maratona. É muito difícil", disse Bekele.
"Dubai tem um percurso reto e existe a possibilidade de fazer um tempo rápido, mas a temperatura é um pouco quente."
Ao contrário de corridas em estádios, os percursos da maratona podem variar muito e foi apenas em 2003 que a Federação Internacional de Atletismo ratificou um recorde mundial.
Desde então, a marca foi baixada quase dois minutos, dando início aos questionamentos se os homens seriam capazes de correr abaixo das duas horas. Bekele duvida que possam --pelo menos os atletas atuais.
"Não acho que seres humanos são capazes disso, mas talvez uma nova geração no futuro, talvez em dez anos", acrescentou Bekele.
O queniano Dennis Kimetto é o atual recordista com a marca de 2h02min57s, tempo que ele fez na Maratona de Berlim, em setembro.
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