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Jogadores medalha de bronze nos Jogos de Tóquio de 64 foram homenageados pela CBB | Divulgação CBB
Jogadores medalha de bronze nos Jogos de Tóquio de 64 foram homenageados pela CBB| Foto: Divulgação CBB

Os jogadores responsáveis pela conquista da última medalha olímpica obtida pela seleção masculina de basquete foram homenageados nesta terça-feira pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB), num almoço no histórico clube Sírio, em São Paulo.

Como de costume, os veteranos da geração bicampeã mundial (59 e 63) e duas vezes medalhista olímpica (60 e 64) deixaram um desabafo em razão da falta de reconhecimento por seus feitos. As baterias agora se voltam contra o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que não preparou nenhuma solenidade na programação do prêmio Brasil Olímpico para reverenciar a equipe que conquistou a única medalha para o país nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964.

"Nenhuma menção será feita pelo COB no prêmio Brasil Olímpico à seleção de basquete, que estava sempre lá comparecendo para salvar a honra do esporte brasileiro. Nos Jogos de Roma (1960), conquistamos uma das duas únicas medalhas do Brasil, ao lado do nadador Manoel dos Santos (bronze nos 100m livre). Em 64, fomos responsáveis pela única medalha do Brasil em Tóquio. Isso demonstra o pouco interesse em promover a memória do esporte", lamentou Amaury Pasos.

A medalha de Tóquio nunca foi verdadeiramente festejada. Boa parte da imprensa e dos torcedores considerava um retrocesso, para uma equipe que havia sido primeira colocada em dois Mundiais, qualquer colocação que não fosse a primeira. Segundo Amaury, os próprios jogadores ambicionavam a prata. Afinal, os Estados Unidos, em Jogos Olímpicos, não só haviam conquistado todas as medalhas de ouro no basquete desde 1936, como só foram perder a primeira partida na final de 1972.

"A terceira colocação era o mínimo que a gente esperava. Quando íamos para os Jogos Olímpicos, nossa ambição era pegar pelo menos a prata", admite Amaury.

Os sonhos brasileiros, no entanto, foram ceifados na semifinal pela equipe da União Soviética, que já havia conquistado três medalhas de prata seguidas (52, 56 e 60). A briga no garrafão era particularmente ingrata, contra o gigante letão Janis Krumins, de 2,18m, e de Alexsandr Petrov (2,12m), apesar de toda a bravura de Antonio Sucar (2,02m) e do falecido Ubiratan Pereira Maciel (1,99m), pivô que foi incluído no Hall da Fama do basquete.

"O Krumins tinha sido lenhador e suas costas eram imensas. Se eu ficasse atrás dele não enxergava absolutamente nada. Era muito difícil jogar no garrafão contra os soviéticos", recorda Sucar.

O grande mérito do Brasil foi a capacidade de se recuperar durante a competição. Na estreia, a seleção levou um susto ao perder para o Peru (58 a 50), que nunca antes havia vencido a equipe brasileira.

O Peru, treinado pelo norte-americano Jim McGregor, havia apostado alto em sua equipe, realizando uma excursão com vários jogos preparatórios com fortes equipes universitárias dos Estados Unidos. A equipe era conduzida pelos irmãos Duarte: Ricardo (2,03m), Raúl (2,07m) e o armador Enrique (1,90m). Ricardo foi o maior cestinha do torneio olímpico de Tóquio.

Mesmo com todo esse esforço, o Peru só conseguiu duas vitórias em Tóquio - a outra foi sobre a Coreia do Sul - e terminou na 15ª e última colocação.O revés na estreia obrigou o Brasil a se esforçar para ficar com a segunda vaga no Grupo B - a outra pertencia de antemão aos Estados Unidos. A recuperação se iniciou logo na partida seguinte, com grande vitória sobre a Iugoslávia (68 a 64), que já aspirava à posição de segunda potência mundial.

"A Iugoslávia já era um bicho-papão. Felizmente, nós havíamos evoluído taticamente, com um outro técnico (Renato Brito Cunha), que tinha mais recursos do que o Kanela (Togo Renan Soares, técnico do Brasil de 1951 a 1963)", lembra Jathyr Schall.

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