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Participante do programa faz exercício em equipamento em condições que renderam críticas à UFPR no fim do ano passado | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Participante do programa faz exercício em equipamento em condições que renderam críticas à UFPR no fim do ano passado| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

No mesmo mês em que atletas de ponta da ginástica mundial disputam a Olimpíada no Rio de Janeiro, o projeto comunitário de ginástica e circo do Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR) recebeu a notícia de seu fechamento, após quase 20 anos de existência – ele teve início em 1997.

Situação que deixa desamparadas as cerca de 120 crianças e adolescentes de baixa renda que treinavam gratuitamente no ginásio de esportes do Departamento, na sede do Jardim Botânico, em Curitiba. “A decisão de que a nossa bolsa da Pró-reitoria de extensão e cultura (Proec) não será renovada saiu hoje [quarta-feira]”, afirma o coordenador e um dos idealizadores do projeto, Sérgio Abrahao.

“O sentimento é de frustração. A gente recebe crianças que não têm oportunidade em outros locais. É um serviço à comunidade. Não sabemos o motivo. Ano passado fomos aprovados com nota máxima”, lamenta Abrahao. O coordenador afirma que tentou ainda um recurso para reverter a decisão da Proec. Sem sucesso.

A reportagem buscou contato com a Proec no fim da tarde desta quarta-feira (10) e recebeu a informação de que a coordenadora Iara Picchioni Thielen já havia encerrado expediente e poderia responder somente na quinta-feira (11).

Abaixo assinado

Diante do cenário desalentador, pais e mães de alunos do projeto criaram um abaixo assinado digital, apoiado até o momento por 743 pessoas, na tentativa de reverter a decisão da Proec. A meta é obter mil assinaturas.

“Todos os pais e a comunidade envolvida se dedicam muito em dar melhores condições de treino, fazendo rifas e festas para poder melhorar os equipamentos. Agora que muito já foi feito e investido, o projeto não foi aprovado”, diz parte do texto da petição.

Ratos, ferrugem e ambiente insalubre

Em dezembro de 2015, mães de crianças que faziam parte do projeto procuraram a reportagem para relatar as condições precárias dos equipamentos de treino no ginásio do Departamento de Educação Física da UFPR.

Os aparelhos, há tempos corroídos e enferrujados, remontavam à década de 1970, época da inauguração do local. Além disso, o professor da equipe, Tiago Ventura, revelou na época a proliferação de ratos na área de treino.

Em seguida, após a pressão dos pais de alunos, a Universidade efetuou a troca do tablado, no valor de R$ 102 mil, concretizada em fevereiro deste ano. “Vamos atingir outro pico de nível”, acreditava Ventura na época da troca.

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