O brasileiro Bob Burnquist, um dos maiores skatistas de todos os tempos, disse nesta quinta-feira (22), em Curitiba, que o esporte conquistou tamanha representatividade que não precisa da Olimpíada para sobreviver.
Pai da megarrampa, Bob Burnquist atrai fãs a shoppings de Curitiba
Leia a matéria completaA modalidade é cotada para aparecer como teste nos Jogos de Tóquio, em 2020, ao lado de surfe, beisebol, softbol, escalada e caratê.
“Pode até ser inevitável e vir a acontecer, mas não carrego essa bandeira e não trabalho por isso”, disse Burnquist à Gazeta do Povo durante o lançamento de uma linha de tênis assinada por ele em parceria com a Oakley.
“Há tempos tenho falado que quem precisa do skate hoje é a Olimpíada. Acho que não tem nada a ver skate como esporte olímpico”, acrescentou o dono de 29 medalhas em X Games, considerada a Olimpíada dos esportes radicais.
Recentemente, o americano Tony Hawk, outra lenda da modalidade, citou o ar de juventude que o snowboard levou para os Jogos de Inverno e que o skate poderia levar para a Olimpíada de verão.
Além de popularizar a disputa, o Comitê Olímpico Internacional (COI) espera a inclusão de mais 400 atletas na disputa por 18 medalhas. A decisão sai em agosto do ano que vem.
A burocracia gerada pela possível inclusão desagrada ao brasileiro, considerado o pai da megarrampa. “Tem que ver quem seria o representante, qual seria a entidade. É tanta coisa, ainda mais quando envolve dinheiro. Você sabe como a galera não se controla”, disse. “A gente já faz o skate sozinho. Campeonatos já acontecem e temos boa representatividade. Não dependemos da Olimpíada”, frisou.
“A gente já faz o skate sozinho. Campeonatos já acontecem e temos boa representatividade. Não dependemos da Olimpíada. Acho que não tem nada a ver skate ser esporte olímpico”
De acordo com Burnquist, o esporte se desenvolveu graças ao esforço de seus próprios praticantes, não dependendo de políticas públicas.
“Sempre corremos atrás. Em números, a gente chacoalha e chama a atenção”, garante. Em Curitiba, por exemplo, são pelo menos 30 pistas e cerca de 60 mil praticantes.
Com grandes amigos em Curitiba – ele citou Carlos Andrade, o Piolho – , Bob lembra com saudade dos tempos em que vinha com frequência para a cidade.
“É um lugar muito forte. Há muitos anos venho aqui, desde adolescente, competir em campeonatos e andar muito. Tem uma galera muito boa. Não estou aqui de bobeira, pois sei que é um cenário muito legal e que precisa continuar evoluindo”, afirma o atleta de 39 anos.
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