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Giba decidiu se aposentar aos 37 anos | Antônio More / Gazeta do Povo
Giba decidiu se aposentar aos 37 anos| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

Linha do tempo

Acompanhe a trajetória do paranaense Giba:

1976 – Nasce no dia 23 de dezembro, em Londrina. Com seis meses, os médicos diagnosticam leucemia.

1988 – Começa a carreira no Canadá Country Club, em Londrina.

1993 – É reprovado na peneira do Banespa. Dois meses depois é convocado pela primeira vez para a seleção. Comanda o time no Mundial Infanto Juvenil da Turquia e é eleito o melhor atleta.

1994 – Se arrisca no vôlei de praia, mas volta às quadras. Passa a atuar pela equipe Cocamar, de Maringá.

1995 – Prata no Mundial Juvenil e eleito MVP, é convocado para a seleção adulta.

2000 – Reserva, vê o Brasil chegar em 6º em Sydney.

2002 – Conquista o primeiro Campeonato Mundial.

2003 – É suspenso por uso de maconha, atuando na Itália.

2004 – Ouro e melhor jogador da Olimpíada de Atenas.

2006 – Bicampeão Mundial e eleito MVP do torneio.

2007 – Capitão e ouro nos Jogos Pan-Americanos no Rio.

2008 – Prata nos Jogos Olímpicos de Pequim.

2009 – Depois de oito anos fora, volta ao Brasil e passa a lutar contra lesões.

2010 – No terceiro título mundial, Giba quase não entra em quadra.

2011 – Pelo Florianópolis, não joga nenhuma vez.

2012 – Praticamente não joga na Olimpíada de Londres. Brasil fica com a prata.

2013 – Joga pouco pelo Taubaté, e pleo Al Nasr.

2014 – Anuncia a aposentadoria.

  • Giba ainda não decidiu o que fará fora das quadras

Um dos maiores jogadores de vôlei de todos os tempos e três vezes medalhista olímpico, o tricampeão mundial Giba anunciou nesta sexta-feira, em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, que está encerrando a carreira. O ponteiro, natural de Londrina, estava sem clube desde março, quando passou três meses jogando pelo Al Nasr, de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. "O sentimento é de dever cumprido", assegurou.

Na reportagem, ele não explicou os motivos da aposentadoria, anunciada aos 37 anos. Na matéria, Giba chorou bastante, relembrou situações marcantes de carinho dos fãs e a polêmica do doping de 2002 – testou positivo para maconha, foi suspenso por oito jogos no ano seguinte e teve forças para dar a volta por cima.

Giba foi um dos protagonistas de um período extremamente vitorioso da seleção brasileira de vôlei masculino. Começou a mostrar serviço em 1993, liderando o time campeão mundial infanto-juvenil. Foi o começo de uma trajetória vitoriosa com três medalhas olímpicas (ouro em Atenas 2004, prata em Pequim 2008 e Londres 2012) e o posto de ídolo.

Nos últimos anos, contudo, sua carreira esteve longe dos momentos gloriosos. Entre 2012 e 2013 acumulou passagens apagadas por Taubaté (apenas um mês) e Drean/Bolívar, da Argentina, onde também teve de lidar com salários atrasados. Em novembro de 2013, trocou o Taubaté pelo Al Nasr, dos Emirados Árabes. Até ontem, evitava falar sobre deixar as quadras. Em entrevista ao jornal Lance!, em julho, o jogador disse que vinha se concentrando em palestras e eventos pelo país, mas explicou que ainda buscava mercado e elegeu a Polônia como destino mais provável.

Com o fim decretado, contou que sentirá muita falta "das pessoas, dos amigos". "Das línguas que aprendi, dos lugares que conheci. Não é qualquer um que vai 16 vezes ao Japão. Nós criamos uma família na seleção. Peguei as filhas do Ricardinho no colo e agora a mais velha já tem 16 anos. Mas agora eu preciso estudar, pensar no que fazer. Estou próximo dos 40. É uma nova fase", afirmou ao site Globoesporte.com.

Agora do lado de fora das quadras, Giba cogita trabalhar com gestão esportiva, mas descartou atuar como técnico. "Acho que aí estaria voltando a fazer o que sempre fiz. Vai acabar sendo a mesma coisa. E eu quero novas experiências. Se você não estimula o cérebro, fica burro", complementou ele, que destacou ainda que sofreu muito com a distância dos filhos durante a carreira.

Em Curitiba, ele desenvolve ao lado do curitibano Emanuel, do vôlei de praia, o projeto Leões do Vôlei, que já atendeu 15 mil crianças desde 2008.

Adeus

Confira a carta da despedida de agora ex-jogador de vôlei: "Desde 1989, quando comecei minha carreira de jogador de vôlei, até 2014, cresci muito. Foram 25 anos em que passei por diversas fases na vida. Cresci. De menino, que se curou de uma leucemia aos seis meses, a homem, pai de duas crianças, os meus maiores amores. Enfrentei dificuldades, superei obstáculos. Ganhei e perdi. Chorei, de tristeza e de alegria, e sorri mais ainda. Foram inúmeras conquistas. Prêmios individuais. Conquistas coletivas. Oito vezes a Liga Mundial. Tricampeão do mundo. Título olímpico, Copa do Mundo. Sul-Americano, Copa dos Campeões. Fui eleito seis vezes o melhor do mundo. MVP de todas as competições que disputei, ao menos uma vez. Ganhei fãs, com os quais aprendi e continuo aprendendo. Ganhei amigos, que vou levar para a vida toda. Sou grato a todos por tudo que vencemos juntos. Minha carreira não foi só de alegrias, claro. Falhei, sim. Quem não falha? Perdi. Mas me reergui.

Hoje, dia 01 de agosto de 2014, tomei uma decisão, talvez a mais dolorida até aqui. Chegou a hora de parar. Com o coração apertado, me despeço das quadras, minha casa por 25 anos. Agradeço a todos que estiveram comigo nesta caminhada e contribuíram para o sucesso não só meu, mas do vôlei do nosso país. Isso é o que mais importa, no fim das contas. Espero ter ajudado vocês também, que tenha sido inspiração para alguns. Agora vou me dedicar a muitos projetos que tenho em andamento. Espero que o #gibaneles fique sempre no coração de cada um."

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