• Carregando...
Guilherme tem o incentivo do pai, Ricardo Khury Filho, que construiu uma pista de skate. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Guilherme tem o incentivo do pai, Ricardo Khury Filho, que construiu uma pista de skate.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O projeto de vida de Guilherme Khury foi traçado por seus pais, em 2013, quando o menino tinha só quatro anos: ser campeão mundial de skate. A projeção foi do pai, Ricardo Khury Filho, advogado curitibano que tem o skate e o surfe por hobby e vê no talento do filho potencial para transformar sonho em realidade.

Ao ter certeza que Guilherme queria fazer da brincadeira um projeto de vida, Khury investiu pesado para erguer um half (pista vertical) na casa da avó do menino, em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba.

O moleque é muito bom, tem seis anos e tem uma grande estrutura, incentivado pelos pais. Vamos ver muita coisa boa saindo daquela pista e daqui de Curitiba

Bob Burnquist maior skatista do Brasil.

A ideia era oferecer para o filho uma pista com a mesma qualidade das melhores praças esportivas do mundo. Depois de morar nos Estados Unidos nos primeiros cinco anos de vida do filho, Khury aprofundou os estudos no esporte e trouxe para o Brasil uma boa quantidade de skatelite, o melhor material de pistas de skate. O advogado também contratou uma equipe da Califórnia, o berço do esporte, para a construção.

“No início era para ser uma pista igual a que ele usava nos Estados Unidos, na casa de uma amiga. Depois pensamos em aumentar um pouco a largura. Aí conversamos com alguns skatistas e amigos e resolvemos aumentar também a altura e cobrir”, explica o pai.

Construtor de suas próprias pistas quando criança, Khury planeja ampliar a estrutura. Um bowl - pista de concreto parecido com uma piscina - está em fase final de construção, bem como outras estruturas de apoio para receber atletas profissionais e promessas.

Luigi Cini, campeão brasileiro amador, é um dos companheiros de Gui nos treinos. “Essa convivência com eles, que de fato são amigos do Gui, ajuda muito no seu próprio desenvolvimento como atleta”,afirma Khury.

Em outubro, Gui recebeu a visita do maior skatista brasileiro de todos os tempos. Bob Burnquist veio a Curitiba lançar sua nova linha de tênis e aproveitou para conhecer a pista em Campo Largo. Fã e ídolo, entretanto, já se conheciam: o menino desceu a megarrampa da casa de Burnquist, nos EUA. “ O Gui estava extasiado. Estava vivendo o sonho de andar de skate com o Bob”, conta o pai.

Aos 6 anos, Guilherme Khury recebe elogios de duas lendas do skate: Bob Burnquist e Mineirinho. Albari Rosa/Gazeta do Povo

“O moleque é muito bom, tem seis anos de idade e tem uma grande estrutura, incentivado pelos pais. Vamos ver muita coisa boa saindo daquela pista e daqui de Curitiba”, confia Burnquist. “Não vai ser só o Gui que vai se beneficiar, mas toda a galera local que terá uma pista de qualidade”, complementa o ídolo da pranchinha.

Outro que referenda o talento no skatista precoce é Sandro Dias, o Mineirinho, hexacampeão mundial. Ele recebeu Gui e outras crianças em julho no seu Acampamento de Skate, em São Paulo. Em entrevista à BandSports, Mineirinho não poupou elogios ao skatista curitibano.

“Nunca vi uma criança de seis anos fazer o que ele faz. Ele dropa no half, dá aéreo, não tem medo, não tem limite. Às vezes tem que frear, mas se continuar, pode ser um grande talento”, avalia Mineirinho.

Os primeiros resultados de Guilherme, conquistados em ritmo de brincadeira já impressionam. Em viagem a Bali, na Indonésia, Gui participou de uma competição sem nenhuma pretensão e levou o título. Em Belo Horizonte, no segundo campeonato, ficou em terceiro contra crianças de 11 e 12 anos. Neste ano, o menino deve participar de várias competições pelo Brasil.

Família coruja

As quedas não causam nenhum susto a Gui, mas deixam a mãe, Bianca, e a vó Leonor, com os corações apertados. Ambas o acompanham em todos os lugares e acreditam no sucesso do caçula da família.

“Fico muito apreensiva, porque o Guilherme é tão pequeno. Mas quando ele para na ponta da rampa, olha cada detalhe, posiciona o skate e parece medir onde vai. Ele sabe o que está fazendo e tem o controle de tudo”, orgulha-se a avó.

“Parece brincadeira, mas ele sempre disse que o primeiro dinheiro que ganhar vai dar aos pobres”, conta Bianca, que sonha em usar a estrutura do GreenBox para levar o esporte a crianças carentes da região.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]