• Carregando...
Duzentos e sessenta guardas britânicos simbolizaram ontem o início da contagem regressiva de 100 dias para abertura dos Jogos | LOCOG/ Divulgação
Duzentos e sessenta guardas britânicos simbolizaram ontem o início da contagem regressiva de 100 dias para abertura dos Jogos| Foto: LOCOG/ Divulgação

Rara exposição aumenta lucros

Os meses que antecedem os Jogos Olímpicos representam um período raro de exposição e faturamento para os atletas. "A mídia tem mais interesse e tem de saber se posicionar diante disso, capitalizar. É também a hora dos patrocinadores que estão com os atletas colherem os frutos", diz Amir Somoggi, especialista em marketing esportivo.

Chance que, ao contrário de outras oportunidades, tende a se prolongar. "Para os brasileiros, Londres é um aperitivo para 2016. Daqui até lá o mercado será como nunca foi para os atletas", comenta Erich Betting, também especialista em marketing esportivo.

O dia de hoje marca exatos 100 dias restantes para a abertura da Olimpíada de Londres, em 27 de julho, no Estádio Olímpico – uma cerimônia de mais de R$ 235 milhões que terá a presença da rainha Elizabeth II. Con­­tagem regressiva cheia de expectativa que atinge, principalmente, um grupo seleto de brasileiros: os atletas candidatos a uma medalha de ouro.

Cada vez mais, as atenções estarão voltadas para as equipes de vôlei de quadra; Juliana e Larissa, Alison e o paranaense Emanuel, do vôlei de praia; o futebol; as saltadoras Maurren Maggi (distância) e Fabiana Murer (com vara); o nadador Cesar Cielo e o iatista Ro­­bert Scheidt. Ansiedade geral, do público e do próprio esportista, que será o maior obstáculo a ser superado daqui até o desembarque em solo inglês.

"É preciso saber lidar com tudo isso. Trata-se da principal competição esportiva para qualquer atleta, um sonho para muitos. Então é normal que seja assim. Mas há um acompanhamento psicológico, todos os competidores de ponta pensam nesse aspecto", afirma Nélio Moura, técnico de Maurren Maggi, campeã olímpica do salto em distância em Pequim, 2008.

Alberto Silva, treinador de Cesar Cielo, outro medalhista de ouro na China, nos 50 metros livres, relativiza a pressão sobre os atletas. "O Cesar está acostumado com isso. Eu creio que a principal pressão, inclusive, parte dele mesmo. Ele não está mais preocupado do que o normal, pois tem de se concentrar 100% sempre".

Rotina

E a principal maneira para manter os nervos no lugar é não mudar a rotina dos competidores. A pouco mais de três meses para o início das disputas, não é o momento pa­­ra inovar nos treinamentos ou implementar estratégias mirabolantes.

"Não se altera nada do que é feito normalmente. Ainda mais em ano olímpico. São feitas experiências nos dois primeiros anos. Nos outros dois, já temos em mente o que fazer e vamos seguir o plano até próximo da competição", diz Alberto Silva.

Também postulante ao lugar mais alto do pódio em Londres, Fabiana Murer trata de manter o foco em sua preparação. "Estou pensando passo a passo. Primeiro, em seguir melhorando minha técnica. Depois, em fazer uma boa preparação nas provas que vou disputar antes da Olimpíada, ver que varas eu vou usar em Londres. Quero que tudo esteja certo até lá, para ter confiança e competir bem", garante.

Domar os nervos durante a contagem regressiva faz parte do desafio de reinar no pódio olímpico. É o detalhe que pode definir a altura do degrau em que se vai pisar.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]