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Veja os 23 indicados ao primeiro Prêmio Bola de Ouro da Fifa |
Veja os 23 indicados ao primeiro Prêmio Bola de Ouro da Fifa| Foto:

Opinião

A (in)justiça do Mundial

Sandro Gabardo, editor assistente da Gazeta do Povo

O Brasil fez por merecer o papel de figurante na lista de candidatos a melhor do mundo divulgada pela Fifa. Definitivamente, não foi uma temporada memorável para nossos atletas em termos globais – os promissores Meninos da Vila ainda são fenômenos de alcance estritamente nacional. Para um país reconhecido pelo ataque criativo, termos apenas jogadores de defesa entre os citados, nem diria concorrentes, pois não têm a mínima chance, é no mínimo uma contradição. Fruto da covardia tática do técnico Dunga, mas também do fraco desempenho dos boleiros brasileiros no outro lado do oceano. Tanto que nossa esperança na Copa da África do Sul sobrou para o (apenas) esforçado Luís Fabiano.

O Mundial, aliás, tem peso enorme na eleição. Para o bem e para o mal. Lionel Messi seria o favorito ao troféu se não fosse o fracasso em solo africano. Nem um mísero gol o meia argentino, artilheiro da Liga dos Campeões e do Espanhol, marcou por lá. Ainda assim, teria meu voto. A Copa favoreceu atletas da campeã Espanha e da sensação Alemanha, o que se vê claramente no número de indicações: sete e cinco, respectivamente. Força que pode pender na hora da decisão – o artilheiro Villa; Iniesta, o autor do gol do título; e a jovem revelação Müller devem ser os mais lembrados. Não seria surpresa se o holandês Sneijder, responsável pelo título da Inter de Milão na Liga dos Campeões e pelo vice de sua seleção na África, passasse a rasteira em todos eles. Ao Brasil resta agradecer a Marta, favorita entre as mulheres pela quinta vez.

Zurique - O Brasil teve três indicados ao primeiro prêmio Bola de Ouro da Fifa, destinado ao melhor jogador do mundo. A lista, revelada ontem em Zurique, conta com 23 jogadores e é dominada pela Espanha, que faturou o tí­­tulo da Copa do Mundo na África do Sul. O goleiro Júlio Cé­­sar e os laterais Maicon e Daniel Alves foram os brasileiros indicados.

Eleito o melhor jogador do mundo de 2009, Lionel Messi é o único argentino indicado ao prêmio, que também inclui o astro português Cristiano Ro­­naldo e o uruguaio Diego Forlán, premiado como o melhor jogador da última Copa do Mundo. Xavi, David Villa, Xabi Alonso, Iker Casillas, Carles Puyol, Andrés Iniesta e Cesc Fábregas são os espanhóis presentes na lista.

Os alemães Miroslav Klose, Philipp Lahm, Thomas Müller, Mesut Özil e Bastian Schweins­teiger, os holandeses Arjen Rob­­ben e Wesley Sneijder, o camaronês Samuel Eto’o, o marfinense Didier Drogba e o ganês Asa­­moah Gyan foram os outros indicados.

A brasileira Marta, eleita quatro vezes a melhor jogadora do mundo, concorre novamente ao prêmio. Ela disputa com a alemã Birgit Prinz, a francesa Camille Abily, a alemã Fatmire Bajramaj, a sul-coreana So Yun Ji, a sueca Caroline Seger, a canadense Christine Sinclair, a inglesa Kelly Smith, e as norte-americanas Hope Solo e Abby Wambach. Pela primeira vez, a Fifa também vai premiar treinadores, mas nenhum brasileiro foi indicado.

O prêmio, conhecido anteriormente como Melhor Jogador do Ano, será entregue pela primeira vez em conjunto pela Fifa e a revista France Football, que criou a Bola de Ouro em 1956. As votações serão realizadas pelos capitães e técnicos da seleções, além de jornalistas convidados. No dia 6 de dezembro, serão anunciados os três finalistas de cada categoria. E o vencedor será premiado em cerimônia a ser realizada em 10 de janeiro de 2011, em Zurique.

Aposta de Messi

O argentino Lionel Messi aposta que o troféu deste ano permanecerá no Barcelona, mas agora nas mãos de seus com­­panheiros Xavi Hernández ou Andrés Iniesta. Em entrevista publicada na revista France Football, em que há o anúncio oficial dos 23 candidatos ao prêmio, o atacante disse que gostaria de conquistar o título pela segunda vez consecutiva, mas acrescentou que "o Mundial [da África do Sul, vencido pela Espanha] terá muito peso na decisão final". Ele afirmou que a vitória espanhola foi "amplamente merecida", porque "fizeram um bom futebol e souberam suportar a pressão".

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