• Carregando...

Bergisch Gladbach – Todo o projeto do Brasil rumo ao hexa começa verdadeiramente hoje, em Dortmund. Depois de passar com certa tranqüilidade pela primeira fase, o time de Carlos Alberto Parreira enfrenta Gana, pelas oitavas-de-final, com a responsabilidade de provar a eficiência da estratégia de trabalho elaborada para a Copa. O mantra do treinador desde a chegada à Europa era repetir que a seleção cresceria gradativamente até alcançar 100% na etapa de mata-mata. "Nós fizemos vários treinos técnicos, táticos, coletivos e agora não há mais necessidade. Cada um tem a sua função, sabe exatamente o que vai fazer em campo", afirmou.

A boa atuação contra o Japão serviu como forte indício de que o discurso pode mesmo virar realidade. Na goleada por 4 a 1, a equipe teve uma formação bem diferente da idealizada por Parreira. Cinco reservas foram escalados, corresponderam e deixaram o chefe em uma grande dúvida. Tanto que a tática de só revelar a formação momentos antes da partida será repetida pela comissão técnica. Escolher certo é o primeiro ponto para fazer o time decolar.

Para o Brasil levantar vôo justamente no momento em que derrota significa eliminação, vários fatores precisam convergir. Alguns já vêm apresentando evolução, outros, não aparentaram qualquer sinal de funcionamento. O fator crucial é o desenho tático. A ousadia do quadrado mágico lembra a seleção de 1982. Naquele Mundial, porém, o time parou na segunda fase por saber atacar e esquecer de defender. Na Alemanha, o equilíbrio tem sido alcançado com razoável eficácia, mas a linha de frente mostrou-se limitada.

Com os robustos Ronaldo e Adriano, o Brasil não engrenou ofensivamente. O garoto Robinho, muito mais leve que ambos, precisou entrar no lugar deles para dar mais movimentação, mais vida ao ataque. Ele tinha tudo para ser mantido na vaga, mas uma lesão na coxa direita o colocou de molho. Sem o ex-santista, o desafio é escolher entre a volta do Imperador ou a entrada de Juninho Pernambucano no meio, adiantando Ronaldinho Gaúcho.

O atacante do Barcelona é outro ponto fundamental nos planos brasileiros. Fora da posição ideal, atuando como meia, ele ainda não foi nem sombra do craque reconhecido pela genialidade com a bola nos pés. Em situação parecida está o Fenômeno. Criticado pelo peso e pela falta de mobilidade, o camisa 9 deu sinal de vida diante dos asiáticos. Fez dois gols, se igualou na artilharia da história das copas com Gerd Müller, ambos com 14 gols, e teve desempenho animador. Sua ascensão também é vital para o Brasil.

Com a equipe fisicamente superior a todos os adversários que enfrentou, quem também precisa acordar na Copa são os dois laterais. Cafu e Roberto Carlos foram nulos contra Croácia e Austrália. Seus reservas mostraram mais dinamismo, com assistência (Cicinho) e gol (Gilberto). Mesmo assim, os veteranos terão mais uma chance para emplacar.

Veja também
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]