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Fernando Torres comemora o gol contra a Nigéria no 3 a 0 que selou o primeiro lugar da Fúria | Jorge Silva/ Reuters
Fernando Torres comemora o gol contra a Nigéria no 3 a 0 que selou o primeiro lugar da Fúria| Foto: Jorge Silva/ Reuters

Ambiente

‘Hostilizada’, Espanha ainda reclama do calor

A Espanha acostumou-se a jogar sob vaias e diante de um público torcendo pelo adversário nesta Copa das Confederações. Fortaleza repetiu a receita ontem, no jogo contra a Nigéria. Apoiou os africanos a plenos pulmões, sofreu com os gols perdidos e só se rendeu aos campeões mundiais quando eles puseram a bola na rede.

"A torcida naturalmente fica do lado mais fraco. Talvez na Espanha vejam a ameaça que pode impedir o Brasil de conquistar o título. Pois no caminho entre o hotel e o estádio, a gente vê que o carinho por nós é muito grande", comentou o treinador.

Uma tese comprovada pelo grande número de camisas da Espanha e do Barcelona na arquibancada. E, principalmente, pelo grito de "Espanha, pode esperar, a sua hora vai chegar" nos minutos finais do jogo.

Tranquilo quanto ao comportamento do público, Del Bosque reclamou do calor. A temperatura superior a 30°C obrigou os espanhóis a diminuirem o ritmo em vários momentos para atenuar o desgaste. Busquets e Fàbregas chegaram a sentir náuseas. "Tivemos dois rivais grandes, a Nigéria e o calor. Jogar 90 minutos no mesmo ritmo é impossível", disse Del Bosque. "Os pés estão doendo. O calor é incrível", reforçou Jordi Alba, autor de dois gols e eleito craque do jogo.

A escola da moda no futebol mundial enfrentará o seu mais aplicado aluno na disputa por uma vaga na final da Copa das Confederações. Espanha e Itália reeditam na quinta-feira, em Fortaleza, a de­­cisão da Euro-2012. Na época, a Azzurra, consolidando a sua transição para um futebol ofensivo e de maior posse de bola, foi atropelada por 4 a 0 pela Roja, que de 2008 para cá usou esse mesmo conceito para vencer dois campeonatos continentais e a Copa-2010.

"Ainda está muito fresca na memória de todos a final da Eurocopa. Eles devem buscar a revanche e nós temos obrigação de chegar à final", afirmou o técnico espanhol Vicente Del Bosque, deixando claro o desejo de conquistar o único título internacional que falta à geração de Xavi, Iniesta e Casillas.

A Espanha assegurou o primeiro lugar do grupo ao derrotar a Nigéria por 3 a 0, ontem, em Fortaleza – dois gols de Jordi Alba e um de Fernando Torres. O placar sugere uma tranquilidade que não existiu na partida. Os nigerianos expuseram erros na marcação espanhola e perderam duas chances dentro da pequena área.

"Houve muita ansiedade na frente do gol. Tivemos boas oportunidades, mas finalizamos mal", afirmou Stephen Keshi, técnico da Nigéria. "Estamos em um processo de aprendizagem e só temos de continuar a partir da lição aprendida hoje [ontem]", prosseguiu.

Aprender com a Espanha é o que a Itália mais tem feito. Logo após a eliminação na primeira fase da Copa de 2010, em que defendia o título mundial, a Federação Italiana entregou a Azzurra a Cesare Prandelli, que vinha de uma sequência de bons trabalhos com jovens jogadores na Fiorentina. O mesmo foi feito na seleção, paralelamente à chegada para coordenar as categorias de base de Arrigo Sacchi, ex-técnico do Milan e vice-campeão mundial em 1994.

Os primeiros resultados apareceram na Euro. A Itália chegou ao vice-campeonato com apenas oito remanescentes de 2010 – na Copa das Confederações, são nove. Semana passada, foi vice também na Euro Sub-21, com nova derrota para a Espanha, dessa vez por 4 a 2. Sinal de que os italianos estão no caminho certo, mas ainda assim longe dos "professores".

"Vamos entrar com coragem e tentar ficar com a bola mais do que eles para impor o nosso jogo", planeja Prandelli. "Na Euro chegamos à final esgotados após uma série de partidas duras. Agora será diferente. Estaremos descansados", reforçou Christian Maggio, referindo-se aos quatro dias entre os jogos com Brasil e Espanha.

Os espanhóis também esperam uma Itália diferente. "São bem organizados na zaga, têm bom controle da bola. Será um rival duro", afirmou Alba. "Nunca tivemos medo da Itália, muito menos agora. Estamos a um passo da final", avisou Andrés Iniesta.

Se for à final, a Espanha estenderá a 29 o número de partidas invicta em torneios oficiais, mais do que a França de Zidane. A última derrota foi na estreia na Copa-2010, para a Suíça.

Balo

Mario Balotelli deverá assistir da arquibancada à semifinal da Copa das Confederações, entre Espanha e Itália. O atacante levou uma pancada na coxa esquerda em divida com David Luiz, no sábado, e um exame detectou a presença de um edema. Nem mesmo para a decisão o departamento médico italiano confirma a recuperação do Super Mario. Abate é outro desfalque.

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