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A polêmica declaração do gerente de futebol do Paraná, Marcus Vinícius, de que "se não houver união dos paranistas, o time vai acabar no fim deste ano" ainda reverbera na Vila Capanema.

A previsão, feita após a derrota para o Atlético, causou rebuliço no clube. No entanto, esta não é a primeira vez que profissionais tricolores fazem alerta semelhante. Confira episódios que relembram o protagonizado por Marcus Vinícius.Toninho Cecílio e Zé Luís, 2012 — "Limite emocional"

Após empate com o Toledo no Campeonato Paranaense, o experiente volante Zé Luis desabafou sobre a crítica situação financeira do Paraná. "Problema financeiro, a gente já tem há muito tempo. Sempre jogamos com dois ou três (meses de salários) atrasados. A gente nunca se escondeu disso. Sempre procuramos jogar", disse o atleta após o jogo.

"O nosso grupo está no limite emocional. Os caras estão dando tudo, com todos os problemas que a gente enfrenta. Tem hora que o cara precisa desabafar. A gente tenta controlar, colocar a instituição lá em cima para conseguir vitórias e títulos. Mas, em um momento ou outro, um jogador vai ter essa necessidade (de desabafar)", respondeu o então técnico Toninho Cecílio.

Ricardinho, 2012 — "Do jeito que está, não dá"

Após empate em 1 a 1 com Barueri, pela Série B de 2012, o técnico Ricardinho pediu demissão do cargo de treinador do Paraná. Após ver sua primeira experiência na nova função frustrada, o pentacampeão desabafou sobre a situação do clube. A decisão de Ricardinho gerou protestos da torcida Fúria Independente, que tentou invadir os vestiários da Vila Capanema após o anúncio do técnico.

"Quando cheguei, saberia que iria ser um ano difícil, como está sendo. Tínhamos algumas prioridades, como claras necessidades da equipe e não fomos atendidos. Pelo bem do Paraná, eu saio para que outra pessoa assuma", disse Ricardinho. "Saio triste, porque queria reestruturar o clube e trabalhamos forte para isso", completou.

Dado Cavalcanti, 2013 — "O Paraná precisa de ajuda"

A vitória por 3 a 1 sobre o Boa Esporte, na Série B de 2013, não impediu o então técnico do Paraná, Dado Cavalcanti, de desabafar sobre a crítica situação financeira do clube. O discurso adotado por Cavalcanti, aliás, possui trechos praticamente idênticos ao enunciado pelo atual gerente de futebol, Marcus Vinícius.

"O Paraná precisa de ajuda. Peço para os empresários paranistas, aos torcedores, aos conselheiros. O valor que está entrando no clube não é suficiente para pagar todas as contas. Jogadores, comissão técnica, funcionários, todos estão sem receber. Sozinhos, do jeito que as coisas estão, não vamos conseguir manter o Paraná", revelou Cavalcanti.Ricardinho, 2014 — "Do jeito que está, não dá (2)"

A vitória sobre o Icasa, na Série B de 2014, dizimou matematicamente qualquer chance de rebaixamento do Tricolor para a Série C. O objetivo cumprido foi o estopim para mais um desabafo de Ricardinho, desta vez em sua segunda passagem pelo clube.

"Não dá para viver dessa forma, deixar os jogadores com quatro meses e meio de salários atrasados em plena Série B, uma competição que dura oito meses. O Paraná é um clube grande, mas se não houver mudança, compromisso, um projeto para o ano que vem, o time não vai conseguir resultados. E para isso mudar, o Paraná tem de rever seus conceitos e ser mais profissional, tem de cumprir seus compromissos", cobrou Ricardinho. Meses depois, o técnico anunciou a saída e acertou com o Santa Cruz.

Lúcio Flávio, 2015 — "Se o torcedor não ajudar..."

Poucos dias antes da fatídica declaração de Marcus Vinícius, o capitão Lúcio Flávio deu entrevista À Gazeta do Povo em tom semelhante ao do gerente.

"Se não existir uma participação maior do paranista mesmo, dificilmente o clube vai aguentar muito tempo isso, já que a cada ano que passa as dificuldades aumentam", declarou, após ser indagado sobre a decisão da diretoria de não realizar a concentração do time para o duelo com o Atlético. A alegação dos mandatários: falta de recursos.

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