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Entenda o caso

Em Julho , o Nurce abriu a operação "Cartão Vermelho" para investigar principalmente o caso de fraude processual envolvendo o desvio de verbas da FPF para a Comfiar e o Colégio Técnico de Futebol Pinheirão Ltda.

No dia 6 de novembro, o Núcleo prende provisoriamente Onaireves Moura e mais oito pessoas por suposto desvio de R$ 5 milhões da entidade.

No dia 10 de novembro, a detenção é renovada por mais cinco dias.

Ontem, após a conclusão do inquérito policial, o Nurce pediu a prisão preventiva de todos os acusados. Foram descobertas novas empresas laranjas e o rombo na FPF pode ultrapassar em muito os R$ 5 milhões previstos inicialmente.

O desvio de dinheiro da Federação Paranaense de Futebol deve ultrapassar em muito os R$ 5 milhões apurados até agora pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce). O inquérito policial foi concluído ontem e entregue ao Ministério Público.

Nele, o montante que Onaireves Moura desviou utilizando principalmente a Comissão Fiscaliza-dora de Arrecadação (Comfiar) e o Colégio Técnico de Futebol Pinheirão Ltda. passaram de indícios e evidências para "provas contundentes e robustas". Nos dez dias de investigações, no entanto, surgiram fatos novos que apontam para um rombo ainda maior.

"A investigação se lateraliza. O conjunto da obra é muito grande", afirma Sérgio Sirino, delegado chefe do Nurce, que ontem pediu a prisão preventiva de Onaireves Moura e outras oito pessoas que participavam do esquema – Cirus Itiberê da Cunha, Carlos Roberto de Oliveira, Marco Aurélio Rodrigues, José Johelson Pissaia, César Alberto Teixeira de Oliveira, Vanderlei Manoel Ignácio, Roberto Tiboni e Laércio Polanski. Eles jé estavam presos provisoriamente no Centro de Triagem II, no Complexo Penitenciário de Piraquara, há dez dias.

Na nova fase da operação "Cartão Vermelho" será investigada uma série de outras empresas laranjas utilizadas por Moura para depositar o dinheiro da Federação e evitar que eles fosse penhorados aos credores da entidade. Depois disso, parte da verba ia para a administração da FPF e o restante para "o bolso da quadrilha".

As novas empresas que deverão ter a quebra dos sigilos bancários e fiscal quebrados são a Top Avestruz, Centruz, Copertop, Cocep, Rede de Deus e um bingo com sede em Santa Catarina.

"São todas empresas em nomes de laranjas, pessoas incultas, que Moura utilizava como testa-de-ferro. Ele mesmo não tem quase nada em seu nome", revela Sirino.

Até aqui as principais provas reunidas no inquérito são recibos, documentos fiscais e boderôs adulterados. No último caso, para cada jogo, o grupo fazia dois documentos da partida. Um correto e o outro com os valores maquiados. A diferença era desviada.

De acordo com os depoimentos colhidos, desde 2004 não havia nenhum controle contábil na entidade. O fluxo do dinheiro era informado na base de recibos, alguns até em papel de empacotar pão.

"O responsável pela fiscalização era um pedreiro. Na sala da Comfiar haviam recibos em papel, dando conta de retiradas de R$ 30, 60 mil, por Moura", conta Sirino.

O grupo deverá ser denunciado pelo MP em um prazo de 5 a 15 dias pelos crimes de formação de quadrilha, fraude processual, estelionato e apropriação indébita.

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