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Fortaleza (AE) – Robert Scheidt ganhou o seu oitavo título de campeão mundial da classe Laser, ontem, em Fortaleza (CE), esbanjando superioridade contra adversários que formam a elite da vela – 136 barcos, de 38 países. Se já era favorito por seu currículo, disputar um Mundial em casa colocava Scheidt ainda mais em evidência e sob pressão. Mas ele respondeu com campanha impecável: 9 vitórias em 14 regatas e três segundos lugares – descartou um 17º. lugar, da regata de abertura, e um terceiro, seus piores resultados em sete dias.

Scheidt disse que o octacampeonato na Laser "ainda confundiu mais a cabeça" sobre mudar ou não para a classe Star na campanha olímpica até Pequim, em 2008. O brasileiro venceu o Mundial de Laser de Fortaleza, Ceará, com 15 pontos perdidos. O segundo colocado foi o argentino Diego Romero, com 49 pontos, seguido pelo neozelandês Andrew Murdoch, com 69, o esloveno Vasilij Zbogar, com 72,5, e o croata Mate Arapov, com 81.

"Se não foi perfeito, foi muito perto da perfeição, algo difícil de acontecer num Mundial", disse Scheidt, no balanço do torneio. Com o título assegurado após a 13.ª regata (precisava de um 23.º lugar e foi 2.º), disputada ontem, ele ainda entrou na água para disputar a última prova, sem nenhuma pressão, e venceu bem na frente dos rivais.

Scheidt revelou que em casa é ainda mais difícil competir, porque a expectativa pelos resultados aumenta muito. "É muito difícil chegar como favorito e vencer", admitiu.

Aos 32 anos, Scheidt mostrou que sabe lidar com a pressão, mas atribuiu o título a uma combinação de fatores: maturidade na classe, preparação física para velejar com ventos fortes e o "grande prazer de praticar vela". "Eu fiz uma preparação excelente na raia. Estava acostumado aos ventos e ondas", contou.

Mas ele também garantiu que vencer tudo não "perde a graça". "Pelo contrário, agora é que está começando a ficar bom. Essas vitórias me estimulam a continuar velejando", avisou o bicampeão olímpico.

Por que mudar? Um velejador como ele, com vigor físico, domínio técnico e estrutura psicológica para suportar o favoritismo no alto nível de competição, não teria porque arriscar uma mudança agora para a classe Star, onde teria de enfrentar a dupla bicampeã olímpica Toben Grael e Marcelo Ferreira. Na Laser, até Pequim, Scheidt teria, além da Olimpíada mais três mundiais da classe e um geral, da vela, além do Pan-Americano do Rio, sempre com chance de medalhas.

Em alto astral, Scheidt até brinca sobre a indefinição de seu futuro. "Acha que o pessoal da Laser toparia fazer uma vaquinha para comprar um barco da Star para mim?"

Mas, sério, Scheidt afirmou que o resultado do Mundial de Fortaleza confundiu sua cabeça e que não deseja tomar uma decisão precipitada. "É claro que o caminho estaria mais aberto na Laser. Seria uma continuidade, uma classe de logística mais fácil..."

Perfil

Nome: Robert Scheidt

Nascimento: 15/04/1973

Local: São Paulo (SP)

Altura: 1,88 m

Peso: 79 kg

Classe: Laser

Escolaridade: Formado em Administração de Empresas

Hobbies: Mountain bike e tênis

Principais títulos: 8 mundiais (95 a 97, 2000 a 2002, 2004 e 2005) e 2 olímpicos (96 e 2004).

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