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Por um passo: Wesley cai pouco antes da linha da grande área, após a chegada do meia gremista Souza | Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
Por um passo: Wesley cai pouco antes da linha da grande área, após a chegada do meia gremista Souza| Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo

Jurídico

Lateral aciona Atlético na Justiça para cobrar R$ 200 mil de direito de imagem

Thiago de Araújo

Hoje defendendo o Náutico no Brasileiro, o lateral-esquerdo Michel acionou o seu ex-clube, o Atlético, na Justiça. O jogador passou praticamente todo o primeiro semestre deste ano encostado no CT do Caju e assinou com o Timbu ao final do seu vínculo com o Furacão. Todavia, alega que o Rubro-Negro lhe deve R$ 200 mil, referentes a direito de imagem.

"Eles não pagaram a imagem, que representa a maior parte do salário do jogador. Ele recebia R$ 10 mil em carteira e outros R$ 20 mil de imagem. São dez meses de atraso, que não foi pago e o Atlético disse que não iria pagar, que não tinha dinheiro. Acionamos o clube na Justiça e agora eles já falaram em um acordo. Achei uma sacanagem mesmo", disse o procurador de Michel, Paulo Thebalde, à Gazeta do Povo.

O agente afirma que o lateral-esquerdo passou maus momentos no Atlético em virtude da disputa dele com o clube em outro assunto: o caso Jancarlos, atleta também agenciado por ele. "Pesou contra o Michel essa briga nossa na Justiça em relação ao Jancarlos. Não foi fácil a vida dele aí", comentou Thebalde.

Consultado sobre o assunto, o presidente do Furacão Marcos Malucelli confirmou que existe uma discussão jurídica sobre o assunto, mas negou qualquer dívida com o lateral.

"Tenho conhecimento e nós entendemos que, por não termos utilizado a imagem dele durante este período, não temos que pagar absolutamente nada do que já foi acertado. Vamos discutir isso na Justiça, já apresentamos a nossa defesa", explicou o dirigente.

O Atlético arrasador da Arena da Baixada não tem funcionado. Ontem, no 0 a 0 com o Grêmio, o Rubro-Negro completou o terceiro jogo seguido no estádio sem animar sua torcida – antes, havia empatado sem gols com o Flamengo e vencido o Sport, por 1 a 0, jogando mal.

A frustração pelo resultado só não foi maior porque o Furacão havia vencido o Corinthians fora de casa (3 a 1, no sábado). Mesmo quando perdeu para o Palmeiras (2 a 1, há duas rodadas), a equipe de Antônio Lopes foi muito mais perigosa do que nas últimas três vezes em que foi mandante. Frente ao Tricolor gaúcho, nem o apoio dos mais de 19 mil pagantes fez os donos do Caldeirão partirem para cima. A preocupação com a qualidade do adversário dominou as explicações.

"O Grêmio tem a melhor artilharia do campeonato. Tivemos de montar a equipe também considerando isso. Não poderíamos deixar eles à vontade", ex­plicou o Delegado, justificando a defensividade de sua equipe. "As duas equipes priorizaram a marcação muito forte. O resultado foi justo", avaliou o treinador.

Restou aos atleticanos a satisfação por somar mais um ponto na luta contra o rebaixamento. Agora, com 35 na tabela, a distância para a faixa da degola aumentou de seis para sete pontos. Pelo menos até o confronto de hoje entre Botafogo e Atlético-MG – se o Fogão vencer, volta para seis.

"Não podemos pensar assim. Desperdiçamos dois pontos em casa", ponderou o atacante Alex Mineiro, considerando que o Grêmio é péssimo como visitante, pois só ganhou um jogo fora no Brasileiro.

No entanto, Lopes não quis arriscar. Até por estar com uma defesa toda reserva. Sem Nei, Manoel e Rhodolfo, o prata de casa Ronaldo, de 20 anos, estreou no setor. Não comprometeu ao lado de Chico e Fransérgio.

"Senti um pouco a falta de ritmo de jogo, mas tinha trabalhado a semana toda bem. Estou feliz por jogar", disse Ronaldo, capitão do time júnior até o meio de 2009.

Sem conseguir jogar bem na Arena, a aposta mais uma vez ficará no futebol surpreendente como visitante. Sábado, contra o Internacional, no bom e grande gramado do Beira-Rio, a esperança do Atlético estará na manutenção do esquema que vem sendo utilizado.

"Estamos jogando melhor fora. Então, tem tudo para ser um bom jogo lá com bastante espaço para contra-atacarmos", comentou Wallyson, reconhecendo a sina recente de ser muito mais forte longe da torcida.

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Falta de ímpeto faz do 0 a 0 o placar natural

Marcação, correria, disposição e pouquíssima inspiração. Preo­­cupados mais em atrapalhar as ações do adversário do que em jo­­gar, Atlético e Grêmio só poderiam ficar no 0 a 0, ontem, na Are­­na da Baixada.

O esquema tático que deu certo nos jogos fora de casa (derrota para o Palmeiras e vitória sobre o Corin­­thians) pouco surtiu efeito na Arena. Os gaúchos não caíram na armadilha de Antônio Lopes e o primeiro tempo foi sofrível. Se por um lado o Furacão praticamente anulou o rival, por outro quase não atacou.

Atacantes só no papel, Wally­­son e Wesley eram na verdade alas. Na esquerda, o cabeludo ti­­nha de marcar Mário Fernandez; na direita, o Possesso também voltava à defesa para combater Lúcio.

As coisas só mudaram um pouco após o intervalo. Alex Mineiro retornou após três partidas afastado por lesão, Wally e Wesley fo­­ram mais ofensivos e o Atlético incomodou um pouco mais. No entanto, o Grêmio também resolveu atacar.

Se não saiu gol, pelo menos o panorama modorrento da etapa inicial mudou. Réver e Tcheco le­­varam perigo pelos visitantes. Alex Mineiro assustou do outro lado.

"Melhoramos no segundo tempo. Estávamos sem referência antes e fomos mais ofensivos. Só que o empate foi justo", reconheceu o volante Rafael Miranda. "Es­­tava com saudade de jogar na Arena e estou com saudades de marcar aqui", afirmou Alex Mi­­neiro, autor de 50 gols pelo Rubro-Ne­­gro na Arena da Baixada, ne­­nhum desde que voltou ao clube.

A igualdade sem gols premiou o bloqueio tático imposto por Lopes e Paulo Autuori. Mas também puniu a falta de ousadia de ambos.

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Em Curitiba

Atlético

Galatto; Ronaldo (Everton), Fransérgio e Chico; Rafael Miranda, Valencia, Paulo Baier, Marcinho (Alex Mineiro) e Márcio Azevedo (Alex Sandro); Wesley e Wallyson.

Técnico: Antônio Lopes.

Grêmio

Marcelo Grohe; Mário Fernandes, Léo, Réver e Lúcio; Túlio, Fábio Rochemback, Tcheco e Souza; Jonas (Perea) e Maxi López.

Técnico: Paulo Autuori.

Estádio: Arena da Baixada. Árbitro: Sálvio Spínola Fagundes Filho (Fifa/SP). Amarelos: Tcheco, Lúcio, Fábio Rochemback, Mário Fernandez e Lúcio (G); Ronaldo (A). Renda: R$ 394.050. Público: 19.375 pagantes (20.576 total).

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