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Diogo Silva (de azul) perdeu o bronze no último instante para o americano Terrence Jennings | Lindsey Parnaby/ EFE
Diogo Silva (de azul) perdeu o bronze no último instante para o americano Terrence Jennings| Foto: Lindsey Parnaby/ EFE

Medalha de ouro no taekwondo no Pan-Americano do Rio, em 2007, o paulista Diogo Silva, 30 anos, ficou muito perto de conquistar o bronze olímpico (categoria até 68 kg) ontem, nos Jogos de Londres. O lutador paulista radicado em Londrina, porém, perdeu para o norte-americano Terrence Jennings por 8 a 5 no último instante do combate e volta para o Brasil sem medalha.

O resultado da luta foi polêmico. O brasileiro, que perdia o duelo, conseguiu empatar em 5 a 5 faltando cerca de cinco segundos para o final. Porém, um golpe de Jennings, detectado pelos árbitros com ajuda do replay, garantiu o triunfo ao norte-americano.

Emocionado, Diogo não conteve o choro. "Não estou frustrado, não. Saí daqui como um dos melhores do mundo, lutei e ganhei dos melhores do mundo. Não perdi nenhuma luta, empatei as duas últimas. Estou saindo dos Jogos Olímpicos sem medalha e sem perder nenhuma luta", falou ele, que foi quarto colocado em Atenas-2004.

O brasileiro já havia reclamado do resultado da semifinal conta o iraniano Mohammad Bagheri Motamed, na qual foi declarado perdedor na decisão dos juízes. Durante o duelo, ele precisou ser atendido pelo médico várias vezes por causa de dores na perna. "Acabando a luta com o iraniano tive hipoglicemia, uma cãibra generalizada... Pô, cara, só queria lutar. Não queria que o árbitro tomasse essa decisão", afirmou. "Tive de tomar xilocaína... a única coisa que a gente quer é deixar os dois resolverem lá dentro, assim é feito o esporte", criticou.

O baque foi grande para o lutador, que não sabe se terá forças para competir nos Jogos do Rio, em 2016. "Um ciclo olímpico tem tantos desafios. Não sei se tenho estômago para isso de novo. Vou descansar, rever. O que tiver de ser, vai ser", falou ele, resignado. "A gente sabe que sem medalha olímpica você volta para o buraco de novo, né? Vou voltar para o meu buraco e cavar até sair de novo", emendou, pedindo uma reformulação no esporte brasileiro.

Bem diferente da colega de esporte – e cidade – Natália Falavigna, que contou com o suporte governamental (leia mais acima), para chegar à Olimpíada, Diogo teve de superar vários desafios, a grande maioria deles longe do tatame.

"Eu fui um dos atletas demitidos do São Caetano quando mandaram todo mundo embora. Fiquei o ano de 2010 sem clube, mudei três vezes de cidade em quatro anos, fui para o Pré-Olímpico treinando sozinho. Éramos eu e mais três atletas no centro de treinamento da Urca, dentro do Exército [no Rio]. Foram dois meses dentro do regime militar. Aí as coisas acontecem", criticou o atleta, que atualmente treina em Londrina.

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