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O tênis brasileiro, com a iminente aposentadoria de Gustavo Kuerten, volta aos poucos para o estágio em que sempre esteve: com um ou dois jogadores entre os cem melhores do mundo. A opinião é compartilhada por ex-tenistas ouvidos pelo GloboEsporte.com, que refutam a tese de que vivemos o pior momento do tênis dos últimos anos.

A eliminação precoce de todos os brasileiros no Brasil Open e a presença solitária de Flávio Saretta entre os cem do mundo não são suficientes para taxar a geração atual como fraca, diz Dácio Campos, comentarista do SporTV e ex-tenista.

"A geração é mais ou menos igual à média. O Guga é que se diferenciou. Nós sempre tivemos tenistas entre os cem melhores do mundo", diz Dácio.

Segundo ele, na década de 80 e começo dos 90 era mais comum termos atletas entre os cem primeiros porque havia mais torneios realizados no Brasil.

Já Luis Mattar, que venceu sete torneios da ATP, discorda da tese de geração perdida porque não considera a existência de gerações no tênis brasileiro.

"Nunca chegou a existir uma geração. O tênis sempre viveu de esforços esporádicos de atletas e técnicos. Era a minha vontade que me motivava. Nunca tivemos uma geração e não vejo a possibilidade de um dia termos uma. O tênis sempre viveu de estrelas solitárias."

Mattar atribui o mal momento dos tenistas brasileiros à perda da referência representada por Guga. Quando ele estava bem no circuito, os demais jogadores tinham um espelho, diz. Com Kuerten afastado, eles tiveram que usar seus próprios resultados como referência.

Meligeni, que hoje dirige a seleção na Copa Davis, acha que o brasileiro se acostumou com um tenista número um e esqueceu o que é a realidade do tênis no país. Para ele, o surgimento de Guga foi um fato isolado e inesperado. Agora, com a possível aposentadoria do jogador, voltamos à média histórica do tênis.

"Isso (o surgimento de Guga) deixou o brasileiro achando que é normal ter um número 1. Agora, se o cara for dez do mundo, é ruim, 40 então. Não vejo como o pior momento. É a realidade do tenis brasileiro, que teve um, dois grandes jogadores que passaram do nível normal."

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