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Emanuel não teve muito trabalho para passar pela semifinal: confiança no bi olímpico | Daniel Garcia / AFP
Emanuel não teve muito trabalho para passar pela semifinal: confiança no bi olímpico| Foto: Daniel Garcia / AFP

O tempo é relativo. No vôlei de praia, ninguém entende esse conceito melhor do que o paranaense Emanuel. Aos 39 anos, desafiou os ponteiros do relógio e pode se tornar bicampeão olímpico em uma competição em que a média de idade é de "apenas" 30 anos. Em sua quinta Olimpíada, ele já garantiu pelo menos a prata.

Façanha para poucos. Até ontem, apenas 42 atletas trintões subiram ao topo do pódio na capital inglesa – cerca de 21% dos laureados. Número que cai para 4% quando observados apenas veteranos com mais de 35 anos.

Emanuel segue vivo na lu­­ta para aumentar essa estatística. Ao lado de Alison, precisou de 40 minutos para garantir a sua terceira medalha em Jogos, ao lado do bronze de Pequim-2008 e do ouro de Atenas-2004. O triunfo na semifinal foi por 2 a 0 (21/15 e 22/20), sobre a dupla da Letônia, Martins Plavins e Janis Smedins. A final é amanhã, às 17 h (de Bra­­sília), contra os alemães Brink e Recker­­mann – dupla que elimi­­nou Ricardo e Pedro Cunha nas quartas de final.

"Vôlei de praia é um jogo de experiência, de estratégia, não só de intensidade. Com os anos, passei a pensar mais em como fazer cada jogada, cada detalhe do jogo", explica Emanuel, que deixou a intensidade a cargo do capixaba Alison, 26 anos, tamanho e força condizentes com seu apelido: Mamute.

A conquista encorparia um pouco mais o recheado currículo do curitibano. Além dos dois pódios olímpicos, Emanuel tem três mundiais e outros dez títulos do Circuito Mundial. Não à toa, virou "Rei Emanuel" no meio do vôlei de praia, com direito a estátua na entrada do Horse Guards Parade, sede das competições do esporte em Londres.

Insaciável, Emanuel dedi­­cou os últimos anos arquitetando a final de amanhã. Em 2009, um ano depois de ficar fora da final olímpica em Pe­­quim-2008, desfez a parceria com Ricardo. Foi o primeiro passo para se "refazer" como atleta. "Mudou muita coisa. Jogo contra atletas 12, até 15 anos mais novos do que eu. São mais rápidos, mais altos, mais fortes, mas consegui acompanhá-los. Não fiquei indiferente, tive de adaptar meu jogo, fazer um treino mais intenso para acompanhar essa nova geração", disse ele, que incluiu um fisiologista e um bioquímico na equipe.

Mas foi quando escolheu Alison como parceiro, em 2010, que a "volta por cima" se consolidou. "Sonho [com uma final olímpica] desde os 11 anos, quando acordava cedo para ver esse cara [Emanuel] jogar", conta o capixaba.

O paranaense quer aproveitar hoje para descansar e se refazer do "peso da idade" e da sequência de duas partidas em dois dias. "Hoje [ontem] senti meu corpo mais lento. Mas não desisti, segui forte mentalmente", falou, emendando. "Mas também penso muito no que fazer durante a partida. É a vantagem de ser mais experiente", encerrou.

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