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A proliferação dos planos de sócios atraiu novamente as famílias aos estádios, caso dos Sfair, presença certa nos jogos do Coxa em casa | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
A proliferação dos planos de sócios atraiu novamente as famílias aos estádios, caso dos Sfair, presença certa nos jogos do Coxa em casa| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Cartão cria espaço vip nos estádios

A Visa, maior bandeira de cartões de crédito do mundo, reforçou a mudança no perfil dos frequentadores de estádio – e na forma como eles vão ao campo. A empresa reformou e criou setores vips em sete complexos esportivos: Orlando Scarpelli (Figueirense); Palestra Itália (Palmeiras); João Havelange (Botafogo); Vila Belmiro (Santos); Canindé (Portuguesa); Morumbi (São Paulo) e Pituaçu (Bahia).

Nestes espaços, o torcedor pode comprar o ingresso para uma partida – ou a temporada inteira – com cartão de crédito via internet. O próprio cartão serve como acesso, maneira eficiente de combater a falsificação de bilhetes. Máquinas instaladas na entrada dos estádio estão programadas para ler o número do tíquete, liberando a entrada dos fãs. Há, também, catracas exclusivas.

O preço varia de time para time. Na Vila Belmiro, por exemplo, o bilhete é vendido por R$ 50 (inteira) e R$ 25. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, o valor é repassado integralmente aos clubes. O departamento não soube informar se há negociação em andamento para a Visa se instalar em estádios locais. (CEV)

Coritiba 100 anos

Faltam 155 dias - 10 de maio

... Em 1973, o Coritiba vence por 2 a 0 o Iguaçu, de União da Vitória, e completa sua décima vitória consecutiva.

... Em 1998, a equipe do Iraty é goleada pelo Coritiba por 5 a 0.

... Em 2001, em Curitiba, acontece uma eletrizante partida pela Copa do Brasil. Depois de empatarem por 1 a 1 em Goiânia, Coritiba e Goiás voltam a se encontrar. O time goiano chega a ficar na frente do marcador por três vezes (1 a 0, 2 a 1 e 3 a 2), mas, no final, com gols de Fabinho e Danilo, o Alviverde Paranaense vence a partida por 4 a 3 e classifica-se para a fase seguinte do torneio.

Visite www.historiadocoritiba.com.br e conheça mais a respeito do passado alviverde.

O sócio como maior patrocinador

O Coritiba lançou seu plano de sócios em março de 2007, ainda na gestão Giovani Gionédis. Inicialmente com o nome de "Sou Sócio, sou Coxa", o programa foi rebatizado "Eternamente Coxa" em abril do ano passado, já na administração Jair Cirino. São quatro categorias para adultos, com preços variando entre R$ 35 e R$ 115 por mês, e três voltadas às crianças, partindo de R$ 15 e chegando a R$ 60. O clube possui atualmente um quadro associativo com 19.577 torcedores, entre integrantes dos planos, proprietários de cadeiras, camarotes e beneméritos. "Pretendemos fechar o ano do centenário com 25 mil sócios", ressalta Eduardo Jaime, diretor de marketing do clube.

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O processo é irreversível. Desde que o Internacional lançou mão de um audacioso plano de sócios em 2003 como forma de incrementar o orçamento, mudou o perfil do "ver futebol" no Brasil.

O sucesso do Colorado, beirando a marca de 84 mil associados e faturamento de R$ 38 milhões/ano, logo puxou uma extensa lista de seguidores. Grêmio, Figueirense, Atlético, Coritiba, Paraná, São Paulo, Santos, Corinthians, Cruzeiro... São vários os exemplos de clubes que se renderam à fidelização dos fãs, antiga ferramenta de marketing usada apenas pelos europeus.

O iminente fim da comercialização de ingressos nas bilheterias é a transformação mais drástica. Dela decorrem outras mudanças, ainda sutis, mas que já causam reflexos diretos na arquibancada, novamente frequentada por famílias.

A partida entre Atlético x Corinthians pela Copa do Brasil (29/4) é um bom exemplo desses novos tempos. Com todas as cadeiras da Arena nas mãos de sócios, o Rubro-Negro vendeu tíquetes apenas para os corintianos. Ao atleticano que não aderiu ao Sócio Furacão restaram dois caminhos para ver Ronaldo in loco: convencer um associado que não iria ao jogo a emprestar o smart card (carteirinha) ou apelar para o comércio paralelo de entradas. Na mão de cambistas, o bilhete chegou a ser vendido com 100% de ágio (R$ 80).

A velha atividade de oferecer ingressos sem fila na entrada dos estádio também foi atingida pela onda de sócios-torcedores. Ou criou uma nova modalidade de cambistas.

Na Baixada, são os próprios integrantes do quadro social, muitas vezes donos de mais de uma cadeira, que revendem os assentos "desocupados" em dias de grandes confrontos. A tática permite normalmente ao titular pagar a mensalidade de R$ 50 e "ainda comer alguma coisa na lanchonete", como confirmou à reportagem um torcedor rubro-negro, com cadeira nominal no setor Getúlio Vargas Inferior – ele pediu para não ser identificado.

"Sabemos que ainda existe. Mas pode ter certeza de que o plano de sócios dificultou e muito a atuação dos cambistas", explica Nelson Fanaya Filho, coordenador de marketing do Furacão. "O cara vai ter de se expor lá na catraca", emenda, explicando que para o associado não ser enganado, a devolução do cartão deve ser feita imediatamente após o acesso ao complexo esportivo.

Ao tradicional "profissional de entradas" que quer trabalhar em frente ao Joaquim Américo a solução é encontrar freguês entre os visitantes. Ou tentar convencer algum convidado a ceder o ingresso de cortesia.

Convites que também rarearam. Usadas normalmente como poder de barganha com empresários, políticos e autoridades, as entradas livres à Arena não passam de 100. Todas do setor vip, atrás do gol de fundos do estádio. Até funcionários perderam suas cotas.

Sem regalias, as empresas também tiveram de se associar. O número, contudo, ainda não é representativo.

"Algo em torno de 15%", afirma Fernanda Mafra, coordenadora do Espaço Sócio Furacão.

O sorteio de cadeiras entre funcionários das empresas associadas e a redução do espaço destinado aos visitantes são alternativas encontradas pela cúpula do Atlético para atenuar um grave efeito colateral inerente à fidelização dos fãs: a redução da rotatividade da torcida. A estratégia foi usada no duelo com o Cianorte, na última rodada do Estadual (3/5).

"Conseguiremos fazer isso somente em jogos de menor porte", alerta Marcos Malucelli, presidente do clube.

No futuro, o Rubro-Negro pretende a criar um mecanismo em que o titular poderá avisar em que partidas não usará o assento. A cadeira será colocada à venda, com o lucro sendo dividido entre clube e associado. O sistema, ainda sem data definida para entrar em funcionamento, é o mesmo adotado pelos espanhóis Real Madrid e Barcelona.

"Existe a opção de repassar o dinheiro ou dar desconto na compra de produtos na loja oficial do clube", explica Malucelli.

Para especialistas ouvidos pela reportagem, os planos de sócios já são um realidade irreversível.

"Esse movimento mostra que finalmente os clubes acordaram para ver que o torcedor é a essência do marketing esportivo", diz Erich Beting, diretor da Máquina do Esporte, site dedicado ao tema. "É sensacional. Atlético, Inter e Grêmio são cases de marketing, modelos a serem seguidos", acrescenta Amir Somoggi, consultor e professor de marketing e gestão no esporte.

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