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A revanche de Di Maria

Di Maria (foto) não participou da final da Copa porque estava machucado. Ontem, na revanche disputada de maneira amistosa em Dusseldorf, o astro que hoje defende o Manchester United foi à forra. Com uma atuação memorável, deu três assistências e fez um gol na vitória incontestável por 4 a 2, carimbando a faixa dos alemães na primeira partida de Tata Martino como treinador da Argentina. Di Maria, então jogador do Real Madrid, foi decisivo na classificação às quartas de final da Copa, marcando na prorrogação contra a Suíça, mas sofreu um estiramento na coxa direita contra a Bélgica, na rodada seguinte. Não jogou mais o Mundial.

A Alemanha passava longe de ser a mesma da Copa. Entre os titulares, só Neuer, Schürrle, Kroos e Höwedes. Aos 20, o meia deu assistência perfeita, de três dedos, para Agüero marcar. Depois, aos 39, cruzou para Lamela, que bateu de primeira e mandou no ângulo. No início do segundo tempo, Di Maria bateu falta e colocou na cabeça de Federico Fernández. O meia, até então garçom, fez o dele aos 5 minutos. A Alemanha ainda conseguiu evitar um vexame. Aos 6, marcou com Schürrle. No finalzinho, aos 32, fez o segundo com Götze.

Os atos de injúria racial sofridos pelo goleiro Aranha, do Santos, decretaram a eliminação do Grêmio da Copa do Brasil. Essa foi a decisão da 3.ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em julgamento de mais de três horas e meia, realizado ontem, no Rio. Como cabe recurso, o caso ainda terá uma decisão final no Pleno do tribunal (última instância), provavelmente em até duas semanas.

No julgamento, o clube gaúcho ainda foi multado em R$ 50 mil, enquanto que os torcedores gremistas que foram identificados como autores das ofensas raciais estão proibidos de frequentar estádios por 720 dias. O caso aconteceu na última quinta, quando o Santos venceu por 2 a 0, na Arena Grêmio, em Porto Alegre, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, e Aranha foi vítima de insultos quando estava em campo.

"O preconceito é uma erva daninha que tem se espalhado pelo Brasil e tem que ser eliminada", afirmou o relator do processo, Francisco Pessanha Filho, ao abrir os votos pedindo a exclusão do Grêmio da Copa do Brasil. Ele disse ainda que "não é este tribunal que está manchando a história do clube e, sim, aqueles torcedores".

Também julgado, o árbitro do jogo, o goiano Wilton Pereira Sampaio, foi suspenso por 45 dias e multado em R$ 800,00. Os auxiliares Kleber Lúcio Gil e Carlos Berkenbrock, por sua vez, receberam pena de 30 dias de suspensão e R$ 500,00 de multa.

Com a punição aplicada ao Grêmio pelo STJD, o Santos garante vaga nas quartas de final da Copa do Brasil.

Dentre as provas em vídeo apresentadas, a procuradoria do STJD exibiu imagens e reportagens de programas de TV que mostravam os insultos ao goleiro Aranha. Um vídeo da torcida "Geral do Grêmio" chamando a torcida do rival Internacional de "macacada" no jogo do último domingo, contra o Bahia, também foi mostrado.

Em sua explanação, o subprocurador geral do STJD, Rafael Vanzin, lembrou que o Grêmio é reincidente – o clube foi denunciado anteriormente pelos xingamentos contra o zagueiro Paulão, do Internacional, na partida de ida das finais do Campeonato Gaúcho, em março. Na ocasião, o clube foi punido com multa pelo TJD gaúcho – o caso ainda terá uma decisão final no Pleno do STJD.

"A decisão desta tarde tem uma importância histórica para o Grêmio como instituição", afirmou o presidente do clube gaúcho, Fábio Koff, o primeiro a testemunhar para os auditores.

Um dos advogados do clube gaúcho disse que "o Grêmio não nega o fato", mas ressaltou que todas as medidas possíveis foram tomadas. "O Grêmio agiu preventivamente, agiu durante o jogo e agiu repressivamente tentando identificar os torcedores", afirmou Gabriel Vieira.

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