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Na mitologia grega, Midas era um personagem dotado de um poder especial: tudo em que ele tocava virava ouro. O técnico Paulo Campos, ex-Paraná, Fluminense e Náutico, vem ostentando fama semelhante na terra de Sócrates e Platão. Afinal, quando chegou em janeiro à Grécia para dirigir o Asteras Tripolis, o time ocupava o oitavo lugar na Segunda Divisão. No último domingo, levantou a taça de campeão e pela primeira vez vai jogar na elite grega.

O toque de Midas do treinador no Asteras teve contribuição de outros brasileiros. Antônio Lopes Júnior e Mauricio são assistentes de Campos, que chegou ao clube graças às passagens pela seleção sub-20 e pelo Real Madrid, como auxiliar de Vanderlei Luxemburgo.

- Ano passado, um dirigente que já me conhecia me levou para conhecer o clube e passar um pouco da minha experiência. Neste ano, lembraram da minha visita e resolveram me contratar. Estou muito feliz, sempre foi um objetivo meu trabalhar na Europa - diz Paulo Campos, por telefone.

O treinador revela que precisou usar dotes de poliglota para se entender com os atletas. São dois brasileiros, (Pepo, ex-Coritiba) e Rogério, além de um argentino, um uruguaio, franceses, africanos e gregos, muitos gregos no elenco.

- Quase todos na Grécia falam inglês, e assim eu me comunico. Mas também arrisco espanhol e francês quando é preciso - conta Paulo, que em 21 jogos à frente do Asteras venceu 15, empatou quatro e perdeu dois.

Vídeo motivacional surpreende gregos

De acordo com o técnico, a experiência internacional (trabalhou 23 anos fora do Brasil) aliada ao tempero brasileiro foram o segredo de seu sucesso. O Asteras renovou o contrato do treinador, demitido do Fluminense em 2006 após cinco jogos, até junho de 2010.

Uma tendência brasileira na preparação para grandes jogos agradou em cheio aos gregos. Antes da partida que garantiu o título, Paulo Campos exibiu um vídeo motivacional para seus atletas. A atitude foi muito elogiada pelos dirigentes do Asteras.

- Pelo menos no meu clube esse expediente era novidade. Tracei um paralelo entre a campanha do título da Grécia na Eurocopa com a realidade do Asteras no campeonato. Ambos passaram por dificuldades, recuperaram-se e, mesmo desacreditados, chegaram ao título - completa.

Saída triste do Flu e futuro à la Mourinho

As feridas deixadas pela precoce demissão do Fluminense, ano passado, ainda parecem mal cicatrizadas. Apesar de, após este fato, Paulo já ter comandado o Náutico na campanha que o levou de volta à Série A do Brasileirão, o treinador lamenta a maneira como saiu do Tricolor carioca.

- O que aconteceu foi que um jornalista inventou coisas para me jogar contra a torcida. Sempre tive como característica trazer o torcedor para perto. A única coisa que disse foi que o Lenny, que eu efetivei como titular, precisava ser preservado de tanta exposição. Acabou que fui jogado contra os torcedores - diz Paulo Campos, que nem pensa em voltar ao futebol brasileiro. - Mourinho foi assistente no Barcelona e hoje está aí. Eu fui assistente no Real Madrid...

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