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Perto de completar 76 anos, Zagallo não nega: sempre que vê a seleção treinando na Granja Comary, bate a vontade de estar com os jogadores em Teresópolis. Afinal, viveu dentro do futebol de 1948 até 2006 entre treinos, partidas e entrevistas, quase sempre lembrando o orgulho de vestir a "amarelinha". Uma rotina bem diferente da que leva hoje em dia, dividida entre consultas médicas, jogos de bocha e malhação na academia do condomínio onde mora.

- Eu estou sentido falta do trabalho. Desde de 1948, quando comecei no América, eu sempre trabalhei. Se disser o contrário, estarei mentindo, porque trabalho é saúde.

O Velho Lobo gostaria de caminhar mais pela praia, em frente de casa, mas revela que o assédio ainda é muito grande. Fãs o abordam para pedir sua volta à seleção, tirar fotos e pegar autógrafos. No próprio condomínio há a prova que segue com a popularidade em alta: empregados de uma obra na portaria pararam de trabalhar quando viram o ex-treinador dando entrevista.

- Levo uma rotina normal, participo de uma brincadeira chamada bocha com meus amigos todos os dias aqui. Caminho dentro do condomínio, faço ginástica duas vezes por semana. Só não consigo mais jogar tênis. Tenho que preencher o tempo. Almoçar fora, jantar e ir ao cinema também são programas que me agradam - revela.

- Eu não sei o que poderá acontecer na minha vida. Certo é que estou livre feito um passarinho. Na minha vida as coisas sempre foram acontecendo, sem eu me planejar. Se eu vou ficar parado de vez, só Deus sabe - pondera Mario Jorge Lobo Zagallo.

O tetracampeão mundial se preocupa com a saúde e vai ao psicólogo uma vez por semana, além de uma consulta mensal com o médico geriatra. Por causa do compromisso, não pôde nem ir à igreja no dia de Santo Antônio. Com a ajuda de um personal trainer, malha na academia do condomínio.

- Faço esteira, exercícios de perna, braço... Tudo com pesos de acordo com a idade.

Futebol na veia

Fora da seleção desde o ano passado, Zagallo diz que nunca mais foi procurado por ninguém da CBF. O amigo Carlos Alberto Parreira costuma ligar e conta que a pressão na África do Sul é parecida com a que sofria no Brasil. Ao mesmo tempo que enche o Velho Lobo de vida, falar de futebol também o entristece. O tetracampeão gostaria de conversar sobre o assunto e ainda viver dele, pois acredita que pode ser útil em algum clube como diretor.

- Eu não sei o que poderá acontecer na minha vida. Certo é que estou livre feito um passarinho. Na minha vida as coisas sempre foram acontecendo, sem eu me planejar. Se eu vou ficar parado de vez, só Deus sabe.

Em sua nova vida, o Velho Lobo tenta voar como um passarinho. Mas, por enquanto, ainda preso em seu condomínio.

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