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São Paulo – O primeiro grupo de jogadores da seleção a desembarcar no Brasil foi recebido com pouca hostilidade – exceção feita ao capitão Cafu, que ouviu alguns gritos de "velho", "podre", "vendido" e "Cicinho".

A chegada em São Paulo ocorreu por volta das 5h30 horas, fato que possivelmente desmobilizou qualquer tentativa de protesto. Cerca de 50 pessoas – todos transeuntes do Aeroporto de Guarulhos – recepcionaram os atletas.

Além dos dois laterais-direito, o zagueiro Luisão, os volantes Gilberto Silva e Mineiro, o meia Ricardinho, o atacante Fred e o goleiro Rogério Ceni formavam o pelotão de atletas com destino à capital paulista. O núcleo central da comissão técnica chegou no país horas depois via Rio de Janeiro. O treinador Carlos Alberto Parreira saiu pela porta dos fundos e revoltou um grupo de manifestantes que o aguardava no saguão do Aeroporto Tom Jobim.

Logo durante o vôo de volta com saída de Frankfurt (Varig, RG 8741), o time que rumou a São Paulo passou pelo primeiro constrangimento. Quando a aeronave sobrevoava Paris, o comandante congratulou os jogadores e lembrou que estávamos sobre a França de "grandes lembranças".

Ricardinho foi o único atleta e evitar o contato com os jornalistas e curiosos no portão de desembarque. Acompanhado do pai, esposa e filho, o apoiador arrumou um jatinho particular e partiu direto para Curitiba. Perguntado se daria entrevista, foi seco: "Hoje não."

Na ida para a Suíça, primeira parada do time, o jogador do Corinthians foi o maior alvo de revolta de aficionados, muitos pedindo para Parreira não colocá-lo em campo durante o torneio.

Cafu também não queria falar. Prometeu dar uma entrevista coletiva mais tarde. Porém logo após pegar a bagagem teve trabalho para escapar da imprensa. Respondeu algumas perguntas e saiu rápido acompanhado de alguns familiares.

O pai do veterano, Célio de Morais, declarou que o filho vai ver o próximo Mundial pela tevê. Questionado sobre essa opinião, o camisa 2 – com 36 anos – voltou a descartar a aposentadoria.

Mineiro, mero espectador do fracasso na Copa, foi um dos poucos a falar. "Não faltou empenho", avaliou. "Mas todos nós poderíamos ter jogado um pouco mais, sem dúvida", complementou.

Apesar dos raros incidentes (como a provocada pelos humoristas do Pânico, da RedeTV!, que levaram uma réplica da taça Fifa para entregar aos atletas), a relação dos membros da seleção com o público foi até tranqüila – tendo em vista o fato de o país não sofrer uma eliminação tão precoce em Mundiais desde 1990.

Durante o vôo, os oito convocados deram inúmeros autógrafos e tiraram fotos com os demais passageiros. Já em São Paulo, diante de um ou outro pequeno transtorno, também pode se ver fãs e admiradores se aproximarem dos ídolos – sobretudo aqueles que atuam no futebol paulistano.

Do time principal eliminado pelos franceses, nenhum outro profissional veio direto para casa. Dida, Lúcio, Juan, Roberto Carlos, Juninho, Zé Roberto, Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Adriano e Robinho continuaram na Europa.

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