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A evolução | Reprodução/G1
A evolução| Foto: Reprodução/G1

No último dia de verão, Curitiba reservou uma noite de vento frio e um evento incomum para a quarta-feira. No campo do Flamenguinho, em Santa Felicidade, o Combate Barreirinha venceu o Urano, 1 a 0, gol de Harrison no fim do segundo tempo, em jogo adiado da segunda rodada da Suburbana. Disputado tradicionalmente no sábado – os atletas trabalham durante a semana – a mudança excepcional parece ter feito mal aos dois times. Foram noventa minutos de um jogo arrastado, vazio de emoções, muito diferente do famoso "pega pra capar" da competição.

Chato dentro das quatro linhas, fora delas Combate e Urano foi bem diferente. Movimentado e animado, bem ao estilo "à vontade" do futebol amador. A começar, em virtude de todas as outras equipes estarem de "folga", com a presença no alambrado de um verdadeiro exército de espiões, de olho na bola dos futuros adversários. Estavam lá os técnicos de Trieste e União Ahú, Altevir Sales e Odair Rosa, respectivamente, assim como gente do Capão Raso e do Uberlândia.

Porém, o "espetáculo" da noite ficou por conta das torcidas "organizadas" das duas equipes. Bem diferentes, e mais divertidas, do que estamos acostumados a ver nos jogos profissionais. Pelo lado do Combate, uma estridente torcida feminina, mais uma realização do "homem-Suburbana" Ivo Petry. O treinador do Tricolor financiou a faixa, o bumbo e até os fogos de artifício na entrada do time no gramado.

E deixou tudo na mão da esposa do roupeiro do clube Edgar, Márcia Oliveira Franco, que além de virar chefe da "organizada", ainda dá uma força lavando os uniformes da rapaziada. "Onde meu marido vai, eu estou junto. E estamos apenas começando, precisamos ainda conhecer as mulheres dos jogadores para reforçar", conta a líder que, acompanhada de Marilza, Dani, Luana, Luciana, Fabíola, entre (poucas) outras, não pouparam incentivo ao Combate e "elogios" ao adversário.

Elas só não contavam com a rivalidade que acabou se formando já no início da partida. Assim que mostraram seu grito, um grupo de sete crianças do local, o bairro São Braz, se uniu para torcer pelo Urano em tom de provocação. Juntaram latas, garrafas pets e pedaços de madeira e improvisaram uma bateria e "hinos" para o time da Vila São Pedro. E, mesmo quando o rival balançou a rede, eles não sossegaram. "Essa mulherada está pouco pra nós", disse Henrique Farias, o mais velho, de 15 anos, e auto-intitulado "presidente".

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