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Vanderlei saiu mal e Elkeson marcou no oportunismo o primeiro gol do Botafogo | Ricardo Moraes/ Reuters
Vanderlei saiu mal e Elkeson marcou no oportunismo o primeiro gol do Botafogo| Foto: Ricardo Moraes/ Reuters

Vestiário

"Tiriça" do primeiro tempo irrita jogadores

Não foi apenas o técnico Marcelo Oliveira que ficou incomodado com a atuação do Coritiba na partida contra o Botafogo. A instabilidade da equipe irritou bastante os jogadores. A revolta maior foi no intervalo, quando o time já perdia por 2 a 0.

"Nessa ‘tiriça’ [jargão dos atletas para mau desempenho], a gente vai tomar quatro. Nosso time tem de ter vergonha pelo que fez no primeiro tempo. Se for pra perder, tem de vender caro para os caras", desabafou o volante Willian, ao fim do primeiro tempo.

Pela matemática, o clube pode até escapar da degola perdendo fora. Com base nos resultados históricos na era dos pontos corridos, o time precisaria de mais 24 pontos e dispu­tará 27 no Couto Pereira.

"Estamos ainda no começo do segundo turno. Sabemos da nossa qualidade. O mais importante é ter tranquilidade", pediu Démerson.

O jogo

Apático e desatento, o Coritiba viu o Botafogo fazer 2 a 0 ainda no 1º tempo. Os cariocas poderiam até ter feito mais, porém desperdiçaram um pênalti. Na etapa final, o Coxa buscou mais o jogo, mas não passou disso. Cena curiosa foi o lateral Márcio Azevedo deixar o campo chorando por ter "jogado mal".

Ponto fraco coxa-branca neste Brasileiro, o sistema defensivo voltou a pecar. O ataque, perto do milésimo gol na história do clube pela Série A, também fracassou. Para piorar, a rodada conspirou contra. Por fim, o técnico pediu para evitar o "desespero" na luta contra a degola.

Assim se resume a derrota do Coritiba para o Botafogo, ontem à noite, por 2 a 0, no Engenhão.

O resultado custou caro ao time paranaense em termos de classificação. Todos os adversários que estão na parte de baixo da tabela – à exceção do Atlético-GO (19.º), batido pela Ponte Preta – somaram pontos.

Se antes da partida o Coxa era o 15.º colocado, com 22 pontos – a seis da zona de rebaixamento –, agora foi ao 16.º (uma acima do descenso; e a apenas três de vantagem do Sport, o primeiro dentro da ZR).

"Tenho plena consciência das dificuldades, da pressão que é trabalhar próximo ao rebaixamento", reconheceu o técnico Marcelo Oliveira. "Gostaria de falar de forma diferente, mas existe essa preocupação [de queda], sim. Mas não se pode transformar preocupação em desespero, senão a situação fica crítica", salientou.

Mesmo com uma dupla de zaga nova (Demerson e Luccas Claro tinham jogado juntos somente uma vez neste Brasileiro), as falhas no setor– que com os titulares já é o pior da competição, com 39 gols tomados – voltaram a aparecer.

E sobrou até para o goleiro Vanderlei. Ele saiu mal em uma cobrança de escanteio, enquanto o restante do time assistiu Elkeson, de costas, cabecear e abrir o marcador (14/1º).

Desestabilizado, o Coritiba praticamente parou em campo e levou o segundo, com o uruguaio Lodeiro (28/1º). Antes, Vanderlei tinha pegado um pênalti mal batido por Elkeson.

Na segunda etapa, embora melhor, o Coxa desperdiçou as poucas oportunidades que teve. Assim, o milésimo gol em campeonatos brasileiros – contando apenas jogos da Primeira Divisão – ficou só no quase.

Na quarta-feira, o Coritiba tem mais um compromisso fora de casa, contra a Portuguesa, no Canindé. Diante da Lusa, 14ª colocada com 25 pontos, será mais um confronto direto para fugir do incômodo pelotão de baixo e acalmar os ânimos no Alto da Glória.

"Não podemos perder por passividade. Poderíamos até levar um resultado diferente, mas não foi hoje. Precisamos jogar com a Portuguesa com mais equilíbrio e pontuar, se possível com vitória", completou Oliveira.

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