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O quase centenário Coritiba viveu ontem o seu pior dia. Pela primeira vez na história, o clube com mais títulos no estado foi rebaixado dentro de campo no Campeonato Brasileiro. Uma história cercada de emoção.

Mesmo com a vitória por 1 a 0 sobre o Internacional, o campeão nacional de 1985 caiu. Terminou na 19.ª colocação, mas deixou o campo sob os aplausos de 32 mil torcedores presentes ao Couto Pereira.

O descenso assolou o time do técnico Márcio Araújo durante toda a partida. Jamais a sorte sorriu para o Alviverde. Não veio a esperada ajuda de Cruzeiro (os mineiros perderam para o São Caetano), muito menos do Brasiliense (derrotado pela Ponte Preta, em Campinas).

No final do confronto, nenhum jogador desabou no gramado. Poucos choraram em público – salvo exceções, como o capitão Reginaldo Nascimento, o goleiro Douglas e o meia Caio. O grupo ficou trancado no vestiário até pouco antes do anoitecer.

Nas arquibancadas, a torcida recebeu a sentença com os gritos de "Sou coxa-branca, com muito orgulho, com muito amor...". Muita gente desabou em lágrimas. Houve ainda alguns protestos contra a atual administração.

O Coritiba vai à Série B dividido pela política. Hoje, 148 conselheiros do clube definem quem comandará o clube no biênio 2006-07. O presidente Giovani Gionédis enfrenta nas urnas o empresário Tico Fontoura.

Dentro de campo, esse ambiente de indecisão e tormenta também se fez presente. O serviço de alto-falante do estádio só anunciou os gols do Corinthians – adversário do Colorado na briga pelo título. Evitou informar os 3 a 1 nos duelos de Campinas e Belo Horizonte (ambos negativos para os donos da casa).

Logo na primeira jogada do duelo de ontem, Ricardinho arrancou pela esquerda, tabelou com Renaldo, entrou na área e foi agarrado pelo zagueiro Élder Granja. Pênalti. Alcimar deslocou André e determinou o resultado (4’).

Antes do término do primeiro tempo, a Ponte já vencia por 2 a 0. E o São Caetano (do técnico Cuca) batia o Cruzeiro por 1 a 0. Aos 16 minutos da etapa final, o Azulão marcava o segundo. Era o fim da esperança. Assim mesmo, o Coritiba segurou o Inter. Fez de tudo para deixar o Brasileirão de cabeça erguida.

Ao saberem da vitória do Goiás sobre o Timão, os gaúchos entraram em cena. Voltaram para o gramado e saudaram em festa seus fãs. Deixaram Curitiba se dizendo campeões. Sem a anulação dos 11 jogos apitados pelo árbitro Edílson Pereira de Carvalho, o representante dos pampas terminaria a competição na ponta. A decisão será agora nos tribunais.

Em Curitiba

Coritiba 1Douglas; Rodrigo Batata, Anderson, Nascimento e Ricardinho; Peruíbe, Capixaba, Jackson e Caio; Alcimar (Humberto) e Renaldo (Tiago).Técnico: Márcio Araújo.

Internacional 0André; Élder Granja, Bolívar, Vinícius e Jorge Wágner; Edinho, Tinga, Renteria (Gustavo) e Ricardinho (Mossoró); Fernandão e Rafael Sobis. Técnico: Muricy Ramalho.

Estádio: Couto Pereira. Árbitro: Elvécio Zequetto (MS). Gol: Alcimar (C), aos 4’ do 1.º. Amarelos: Tinga e Renteria (I). Público pagante: 30.325. Público total: 32.021. Renda: R$ 143.750,50.

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