Uma virada nos últimos minutos

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A Arena será o estádio indicado pelo governo estadual para receber as partidas da Copa do Mundo de 2014 no Paraná. Ontem, três dias antes do prazo limite para a entrega do caderno de encargos à Confederação Brasileira de Futebol, a comissão formada pelo governador Roberto Requião para responder ao "Questionário de Informações para a Copa do Mundo 2014" decidiu pela troca do projeto do Novo Pinheirão, da Federação Paranaense de Futebol, pela praça esportiva do Rubro-Negro.

O encontro que definiu a reviravolta ocorreu na hora do almoço e foi comandado pelo governador em exercício, Orlando Pessuti. Também participaram os secretários Celso Caron (Turismo), Júlio de Araújo (Obras Públicas), Rafael Iatauro (Casa Civil) e Maurício Requião (Educação); o presidente da Paraná Esporte, Ricardo Gomyde; o presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus; o líder do governo na Casa, Luiz Claudio Romanelli; e o presidente do PMDB, Renato Adur.

"O governador Requião pediu para que eu ouvisse o Ricardo Teixeira e reunisse a comissão. Não houve nenhum veto da CBF com relação à Arena e por isso a comissão decidiu que será ela o estádio recomendado pelo estado para receber a Copa do Mundo", afirmou Pessuti, por telefone, à Gazeta do Povo.

O site do governo informa que não será feito nenhum tipo de investimento público para a ampliação da Arena – uma preocupação de Requião quando decidiu pela proposta da FPF, mesmo que, na época, só conhecesse do projeto um esboço feito em cartolina.

O almoço de ontem foi o terceiro encontro da comissão da Copa em menos de duas semanas. A definição do estádio do Furacão como palco do Mundial pode ser considerada uma das maiores vitórias políticas do Atlético em sua história. O clube havia sido surpreendido no dia 14 de abril com a pré-indicação do Pinheirão. E a partir daí iniciou uma batalha para recuperar o espaço perdido.

Se o clube pouco tratou do assunto publicamente, nos bastidores agiu incessantemente. A ala rubro-negra na Assembléia Legislativa liderada por Nelson Justus e Alexandre Curi se dividiu em duas frentes. Curi "grudou" em Requião. Viajou com ele para o Japão e França – eles voltam amanhã, um dia antes da entrega do caderno de encargos à CBF.

Já o presidente da Assembléia ficou encarregado das pastas que tratam do tema (Turismo e Esporte), além de sensibilizar o vice-governador, Orlando Pessuti.

A pressão rubro-negra começou a dar resultado há duas semanas. Pouco antes de Requião viajar, ele avisou Pessuti de que caso a CBF e a comissão estivessem de acordo, não faria restrições à escolha da Arena. Foi a senha para os representantes atleticanos agirem ainda com mais empenho.

Pela internet, o site de torcedores Furacão.com iniciou uma campanha pró-Arena, pedindo para os internautas encherem as caixas eletrônicas das autoridades envolvidas no assunto de e-mails pedindo pelo estádio rubro-negro. Na rede começaram a pipocar blogs que denunciavam Onaireves Moura e suas pendengas judiciais.

Por sua vez, o dirigente da FPF, quando percebeu que perdia terreno, deu sua última cartada: fez várias denúncias envolvendo Mário Celso Petraglia. Mas era tarde demais, o jogo havia virado a favor do Rubro-Negro.

Agora resta ao Atlético provar que a Arena, mesmo encravada no centro urbano de Curitiba, conseguirá atender as exigências da Fifa quanto ao entorno de seu estádio. De acordo o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Mário Celso Petraglia, não seria preciso nem desapropriar às residências em volta do estádio. O dirigente afirma que a utilização da Praça Afonso Botelho, mais o espaço que antes era ocupado pelo Colégio Expoente, seriam suficientes para resolver o problema de estacionamentos e isolamento da área.