Empresas que priorizam a agenda socioambiental procuram investir em iniciativas como compra de créditos de carbono.
Empresas que priorizam a agenda socioambiental procuram investir em iniciativas como compra de créditos de carbono.| Foto: Pixabay

As iniciativas que vêm sendo adotadas pela empresa curitibana RAC Engenharia com o objetivo de incentivar as práticas de governança socioambiental na construção civil foram apresentadas durante o Fórum Ambiensys de Sustentabilidade. O evento foi realizado pela Gazeta do Povo e correalizado pela Ambiensys na segunda quinzena de julho no auditório da UniCuritiba, em Curitiba.

O diretor presidente do Grupo RAC, Ricardo Cansian, apresentou o case do projeto Árten, o primeiro empreendimento residencial do Brasil a zerar as emissões de gases do efeito estufa relacionadas à fase construtiva. Cansian participou do segundo painel do Fórum, “Governança e performance: Como o ESG pode aprimorar a gestão e contribuir para o alcance de resultados”, que contou também com a participação da coordenadora de Responsabilidade Social do SESI, Aline Calefi Lima; do diretor técnico de Projetos da AMBIENSYS, William Padilha; e foi mediado pelo editor da Gazeta do Povo, o jornalista Marcos Tosi.

Cansian contou que o residencial Árten foi o primeiro projeto carbono zero do Brasil. Foi possível identificar a quantidade de carbono emitido nas atividades da empresa e, a partir dali, neutralizar as emissões. Depois de calculado o volume de gases de efeito estufa que impactam o ambiente, a RAC elaborou um plano de compensação e a prioridade era investir em um projeto que ficasse no Paraná.

 Governança e performance foi um dos assuntos debatidos durante o Fórum Ambiensys de Sustentabilidade. | Leandro Provenci da Silva
Governança e performance foi um dos assuntos debatidos durante o Fórum Ambiensys de Sustentabilidade. | Leandro Provenci da Silva

Foi assim que surgiu a opção de investir em créditos de carbono em parceria com Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) para garantir a manutenção de florestas nativas. “Não é só preservação, mas é também a conscientização ambiental. Quando um cliente compra um apartamento, tem a oportunidade de conhecer o projeto. Isso é ESG e faz parte dos valores da RAC”, comentou, ressaltando a importância de o setor de construção civil pensar em iniciativas assim, devido ao alto índice de emissão de gases lançados no meio ambiente. “Qualquer movimento que façamos é representativo nessas atividades”, reiterou.

EFETIVIDADE

A coordenadora de Responsabilidade Social do SESI, Aline Calefi Lima, salientou que é justamente essa visão que precisa estar intrínseca às ações da diretoria de qualquer empresa para que a agenda ESG tenha efetividade. “É a governança que vai dar a estrutura, o suporte para tudo isso e que vai tornar as ações sociais e ambientais eficazes”, pontuou.

 <em>Residencial Árten, em Curitiba, foi o primeiro projeto carbono zero do Brasil. | Divulgação</em>
Residencial Árten, em Curitiba, foi o primeiro projeto carbono zero do Brasil. | Divulgação

Aline enfatizou que tentar implantar iniciativas de caráter socioambiental não funciona sem o compromisso da alta direção. “Se não houver essa adesão, será apenas uma estratégia de marketing”, destacou.

VALOR AGREGADO

O diretor técnico de Projetos da AMBIENSYS, William Padilha, destacou que empresas que já vêm investindo em uma agenda ESG têm uma conotação diferenciada para o mercado e para os fundos de investimentos.

Segundo ele, a análise dos fundos de investimentos parte da premissa de que as empresas que já vêm investindo em ações sociais e de sustentabilidade estão menos suscetíveis aos riscos do mercado. “Os fundos buscam financiar empresas, negócios. E o ESG começou a ser vinculado à capacidade das empresas em não sofrer abalos na questão social e ambiental. Com a ‘era do cancelamento’, é muito fácil as empresas perderem valor na bolsa de valores por causa de atitudes dos CEOs com relação à gestão de problemas sociais ou ambientais”, explicou.

EVENTO

Também participaram dos debates do Fórum Ambiensys de Sustentabilidade o presidente do GRPCOM, Guilherme Döring Cunha Pereira; O diretor-presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski; o diretor de Desenvolvimento e Qualidade na STCP, Rômulo Lisboa, e diretor de Sustentabilidade da ELECTROLUX, João Zeni.

O Fórum aconteceu no dia 19 de julho, no auditório da UniCuritiba, em Curitiba. Cerca de 250 empresários e profissionais de diversos segmentos se reuniram para debater a visão contemporânea da sustentabilidade do Paraná durante o evento que foi realizado pela Gazeta do Povo e correalizado pela Ambiensys e também contou com o patrocínio de BRDE, RAC Engenharia, Sistema Fiep e Centro de Inovação Sesi, e apoio de Sebrae, Prefeitura de Curitiba, Grupo ABL, Klabin, Sistema Ocepar e UniCuritiba.