Ensinar e aprender ganharam novos contextos depois da pandemia de Covid-19.
Ensinar e aprender ganharam novos contextos depois da pandemia de Covid-19.| Foto: Pixabay

Os verbos ensinar, educar e aprender ganharam novas conotações depois da pandemia de Covid-19. Desde o início de 2020, estudantes, instituições de ensino e famílias em todo o mundo foram obrigadas a se adaptar rapidamente a uma nova realidade. No lugar dos encontros diários, com as trocas de experiências, sorrisos e muitas descobertas, os alunos passaram meses descobrindo outras formas de aprendizagem. Para muitos, isso foi possível graças à tecnologia, às facilidades da banda larga e aos recursos midiáticos. Porém, para uma parcela significativa da população mundial, ocorreu um vácuo nesse processo.

As mudanças, contribuições e impactos provocados no setor de educação são temas do Futuro Educar, uma série de reportagens que começa a ser publicada a partir de agora, na Gazeta do Povo, e que tem como objetivo mostrar quais os caminhos e tendências para o futuro da educação básica e fundamental no Brasil. Além de trazer a opinião de especialistas e de pessoas que vivenciaram a realidade da educação durante o período mais crítico da pandemia, as famílias que têm crianças matriculadas no Ensino Fundamental e no Ensino Médio irão encontrar subsídios e informações para refletir sobre o que levar em consideração na hora de escolher uma instituição de ensino e como é possível avaliar o rendimento do estudante, indo além do boletim escolar.

NÚMEROS

O Brasil tem quase 48 milhões de estudantes na educação básica, de acordo com os dados do Censo Escolar de 2019. Isso inclui todas as crianças, adolescentes e jovens matriculados desde a Educação Infantil até o Ensino Médio e profissionalizante nas instituições de ensino das redes pública e privada. A psicopedagoga Isabel Parolin, que é pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e consultora de instituições públicas e privadas na área da aprendizagem humana, lembra que as diferenças sociais impediram o acesso de muitos estudantes à escola, interferindo nesse processo.

Isabel salienta que a pandemia mostrou a importância do componente humano nas relações de ensino-aprendizagem. “Isso não descarta o uso das novas plataformas. Porém, o componente da proximidade, da comunicação, da presença, da ligação afetiva, da observação, é fundamental”, enfatiza.

A designer instrucional EAD, Taciane Lemes, que atua no desenvolvimento de metodologias e-learning, reforça a importância dessa conexão entre aluno e professor, independentemente de idade ou plataforma utilizada. Segundo ela, o papel do professor, a partir de agora, é o de ser um “facilitador da aprendizagem”. Ou seja, ele precisa “descer do palco e se tornar parceiro do aluno”. “O estudante tem que colocar a mão na massa, tem que ser protagonista de toda a aprendizagem. E isso só é possível quando se escuta o aprendiz e o coloca no centro da aprendizagem”, pontua a especialista.

Até março de 2022, o Futuro Educar vai trazer ao debate assuntos como o valor das habilidades socioemocionais e como ensiná-las às crianças e adolescentes, como estimular o protagonismo do estudante, além de outras questões relevantes na agenda de pais, educadores e estudantes.