Felícia é a diretora criativa da marca. Ela encarou o desafio de empreender e apostar em um negócio totalmente novo em um mercado desafiador.
Felícia é a diretora criativa da marca. Ela encarou o desafio de empreender e apostar em um negócio totalmente novo em um mercado desafiador.| Foto:

Grife de moda de promove sustentabilidade com produto que tem validade eterna

A pele que habita o consumo consciente é de couro mestiço (couro de cordeiro), com conforto térmico e durabilidade eterna, feita para deixar de herança para as novas gerações ainda mais envolvidas na missão de diminuir a pegada ambiental. Essa é uma das muitas interpretações do que inspira o conceito de vestir Felícia Pretto, que em pouco tempo conquistou uma legião de mulheres, multiplicadoras pelo Brasil afora sobre o luxo de se investir em um guarda-roupa inteligente e sofisticado.

“Ainda que nem todas tenham um guarda-roupa enxuto, percebo que quem veste Felícia Pretto está cada vez mais decidida a rever seus padrões de consumo e contribuir para a redução do impacto da atividade humana no meio ambiente. Só o Bom Retiro (bairro paulistano) produz cinco milhões de toneladas de lixo por dia, isso não cabe mais, é over”, aponta a fundadora e diretora criativa Felícia Pretto.
A decisão de emprestar o nome à marca não partiu dela, veio junto o estudo da logomarca, que é um hexágono em referência ao favo de mel, que é um produto rico em suas propriedades e sem validade. “A maturidade fez nascer a marca Felícia Pretto e, com a ajuda de uma designer, chegamos ao nome e à logo de forma muito rápida, em uma conversa, quando falei que o mel era o único produto com validade eterna, tal qual a proposta que temos com as nossas peças e o laço em uma crescente que remete ao infinito”, revela.

Psicóloga de formação, com especialização em neuropsicologia, a empresária conta que após 15 anos de uma carreira ativa e consolidada, permitiu “brotar” o negócio que sempre esteve dentro dela. “A psicoterapia me fez encontrar a verdadeira Felícia Pretto. Lembro que com 7 ou 8 anos, vivendo na cidade em que nasci, São Domingos (SC) com 10 mil habitantes, já pedia para a costureira Laura fazer uma roupa”, conta.  “Em todo lugar que morei sempre encontrei uma costureira para fazer minhas criações. No meu casamento, em 2013, quis uma máquina de costura, mesmo sem costurar até hoje. Vejo um caminhar. Eram coisas que existiam dentro de mim e que eu não sabia, pois sou uma empreendedora por essência”, resume.

Isso explica a velocidade de fazer acontecer a marca, tendo o Instagram como principal canal de vendas. A primeira coleção, lançada em dezembro de 2017, foi chamada de Eterna. “Tinha muito o meu conceito, o meu olhar. Uma roupa para ficar de herança”, explica. A versatilidade permeia todo o trabalho, pensando na mulher que precisa transitar entre os diferentes papéis. De levar o filho na escola, passando por uma reunião de trabalho e indo para uma festa ou um casamento no final do dia. “A base é a atemporalidade e a versatilidade que se ganha quando ofereço duas peças. É sutil, mas é uma diferença de marca quando há essa opção em duas peças”, comenta.


De lá para cá a marca vem em uma ascendente. “A pandemia não mudou nada porque sempre enviamos sacolas de roupas por motoboy e nossa ação sempre esteve muito forte nas redes sociais com nossas clientes sendo multiplicadoras da marca”, constata a empresária.

Internacionalização

Toda a atenção dispensada à qualidade do produto como um todo, garante o lastro de rastreabilidade e sustentabilidade da marca que a habilitam ao mercado internacional. “Temos um projeto de internacionalização da marca, pois vendemos muito para Espanha e Estados Unidos, tudo pelo Instagram e pelo site, e, acredito que com o lançamento da nossa plataforma focada em conteúdo e produto cresceremos ainda mais a presença em todo o Brasil e no exterior”, antecipa Felícia.


Embora a marca tenha sido “abraçada pelo varejo”, Felícia acredita que o atacado é uma consequência. Outra expansão da marca foi a entrada e-commerce. “Percebi a necessidade de expansão de produtos. Foi nesse momento que entrou o tricô com detalhes em couro, a alfaiataria, a malha 100% orgânica e uma linha de joias”, lista.

A ousadia de ser sustentável em couro reúne muita pesquisa e compromisso com o consumidor e a sociedade. “Todos os nossos fornecedores são cadastrados e certificados. Selecionamos apenas confecções com funcionários registrados”, conta.

“Nosso pós-venda garante reparo vitalício no caso de as peças rasgarem, já que a proposta é uma durabilidade eterna. Não interessa o tempo”, defende.

A marca Felícia Pretto é filiada do LIDE Mulher. Semanalmente, nesta coluna, o LIDE Paraná trará exemplo de empresas e empreendedores que venceram momentos de adversidades e são exemplos a se inspirar em um momento como o que estamos vivendo.