As crianças e adolescentes que participam dos projetos do Raiz Nova tem discussões propositivas a respeito dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS da ONU
As crianças e adolescentes que participam dos projetos do Raiz Nova tem discussões propositivas a respeito dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS da ONU| Foto:

Um grupo de mulheres de quatro nacionalidades diferentes se uniram para ampliar a preservação e recuperação do meio ambiente, através da educação consciente para crianças e jovens.

O Instituto Raiz Nova foi criado por mulheres de quatro nacionalidades diferentes (Argentina, Brasil, Espanha e Portugal), com as mais diversas trajetórias profissionais, mas com um objetivo em comum: colaborar de forma concreta para a conscientização e o aprendizado acerca de temáticas ambientais e da produção sustentável de alimentos, por meio da educação infanto-juvenil consciente, em parceria com escolas públicas e privadas das zonas urbanas e rurais, e junto a outras ONGs.

A implementação de agroflorestas urbanas para produção de alimentos, juntamente com projetos de meliponicultura com abelhas sem ferrão, foi a  estratégia escolhida  para promover a educação ambiental nas escolas públicas e instituições em todo o Brasil.

Além da criação dos meliponários, o grupo desenvolve ações de sensibilização e treinamento para um público-alvo diversificado. Assim, contribui para que crianças, jovens e suas famílias obtenham o conhecimento prático necessário para atuarem na conservação ambiental e tenham, também, acesso a uma alimentação mais saudável.

Segundo dados do MEC, o crescimento da educação ambiental nas instituições de ensino aparece nos resultados do Censo Escolar publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os dados indicaram a universalização da educação ambiental no ensino fundamental, com um número de escolas que declararam ter educação ambiental de alguma forma, por inserção temática no currículo, em projetos ou, até mesmo, uma minoria, em disciplinas específicas. Em termos do atendimento, existiam cerca de 25,3 milhões de crianças com acesso à educação ambiental em meados dos anos 2000 sendo que, esse total subiu para 32,3 milhões, nos anos subsequentes.

Cinira Amaral Ferraz, presidente do Raiz Nova, destaca que o Instituto busca combater a insegurança alimentar e  colaborar de maneira concreta na educação sobre conservação ambiental para alunos e comunidades escolares . “Crianças e adolescentes são altamente receptivos a essas informações e podem se tornar multiplicadores nas famílias”, falou.

As crianças são orientadas sobre manejo e o sistema de agroflorestas urbanas e a utilização de sementes sem alteração genética, as sementes crioulas.  Para a head de expansão da consciência e autoestima do Instituto as Valquírias, Bianca da Silva Franco, a grande surpresa do projeto foi agregar o conhecimento sobre agroflorestas, levando a consciência de alimentação saudável, sem agrotóxico, consciência ambiental e contato com a natureza .

“O projeto foi muito importante para o desenvolvimento do AgroValquírias, iniciamos com o Raiz Nova de uma forma incrível, onde não tínhamos conhecimento sobre biodiversidade e nem do sistema agroflorestal. A equipe do IRN fez a implementação com as nossas crianças atendidas e nos capacitou para a continuidade do projeto. Hoje plantamos e colhemos nossos próprios alimentos em um lugar onde era um campo de futebol”, concluiu Bianca.

O Raiz Nova atua em instituições públicas e privadas com foco nos diversos modais de atuação. No Colégio Positivo Júnior, de Curitiba, a imersão com o espaço agroflorestal transformou-se em uma segunda sala de aula, onde a Educação Ambiental pode ser vivenciada diariamente.

Para a pedagoga e doutoranda em Gestão Ambiental, Ana Cristina Mota, a maior surpresa foi presenciar discussões de alto nível entre as crianças, a respeito dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. “A agrofloresta nos deu a oportunidade para conectar  conteúdos pré estabelecidos a conceitos complexos como a Bioeconomia de Florestas em pé. O contato com o sistema agroflorestal permitiu a compreensão das questões ambientais, sociais e econômicas”, salientou a pedagoga.

Apesar do IRN ter começado a atuar há pouco tempo, seus projetos já conseguiram impactar 1.711 famílias ligadas às escolas públicas, privadas e comunidades relacionadas às ONGs parceiras, e a 300 alunos de escolas particulares.

AS MULHERES POR TRÁS DO IRN 

A história das criadoras do Instituto Raiz Nova começou com a união de quatro mulheres de nacionalidades diferentes, a brasileira Cinara Amaral, a argentino-brasileira Patrícia Cavalcanti de Marotta, a espanhola Sara Fernandez Garcia e a portuguesa Bárbara Bahia Nabais. Um grupo ambíguo, mas com um objetivo em comum: trabalhar para ajudar a preservar e recuperar o meio ambiente, através da educação consciente para crianças e jovens.

AGROFLORESTA

O sistema de agrofloresta (SAF) é um modelo de agricultura baseado em princípios que harmonizam a preservação ambiental com a produção de alimentos, auxiliando no combate à erosão do solo, e logrando recuperar a fertilidade da terra, incrementar a biodiversidade, diminuir o desperdício de água do solo, e controlar pragas. Além disso, é um instrumento de combate à fome de maneira sustentável. A técnica se baseia num plantio diversificado, e não de monocultura, com estratos baixos, médios, altos e emergentes.

MELIPONICULTURA

Abelhas melíponas são espécies nativas do Brasil desprovidas de ferrão. Quando a SAF é implementada associada à atividade de meliponicultura, com a colocação de colmeias na área, gera estímulo à presença de polinizadores, incentivando a proteção e recuperação dessas espécies.

O Instituto Raiz Nova é membro do LIDE Paraná. O LIDE Paraná trará semanalmente exemplos de empresas e empreendedores paranaenses ou em expansão no estado que venceram momentos de adversidades e são exemplos a se inspirar.