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Apoiadores de Israel agitam bandeiras em frente a uma manifestação pró-Palestina, perto de Times Square, em Nova York, Nova York, EUA, 13 de outubro de 2023.
Apoiadores de Israel agitam bandeiras em frente a uma manifestação pró-Palestina, perto de Times Square, em Nova York, Nova York, EUA, 13 de outubro de 2023.| Foto: EFE/EPA/Peter Foley

Israel acaba de ser vítima de um massacre bárbaro e brutal executado pelo grupo terrorista Hamas, que tem sua base operacional na Faixa de Gaza. O inesperado ataque feito por terra, mar e ar já contabiliza 1350 assassinatos e o número ainda sequer é final. Há cerca de 6500 feridos e um número não especificado, que varia entre 130 e 200 indivíduos sequestrados que se encontram nas mãos de um dos grupos terroristas mais violentos e implacáveis ainda em ação.

Qual é a origem deste conflito e como chegou-se a este ponto?

O coronel francês Alfred Dreyfus, que era o único oficial judeu de alta patente no Exército Francês, foi acusado de ser traidor. Julgado e condenado, Dreyfus perdeu sua patente e foi enviado à prisão perpétua na Ilha do Diabo, colônia penal na Guiana Francesa. Imediatamente após a cerimônia pública de degradação, iniciou-se na França uma violentíssima onda de antissemitismo, o que levou à criação do Movimento Sionista na esteira de inúmeros outros movimentos de libertação nacional que ocorriam na Europa.

Apenas em 1906 é que se provou a total inocência de Dreyfus e foi descoberto o verdadeiro traidor, que era Ferdinand Marie Esterhazy, exatamente o comandante das investigações que condenaram Dreyfus. A nascente ideia Sionista previa a criação de um Estado Nacional Judaico na área que se encontrava dominada pelo Império Otomano, então chamada de Palestina.

Cabe aqui esclarecer o nome Palestina: no ano 70 (há 2000 anos) o Império Romano conquistou Israel, destruiu o mais sagrado local Judaico, o Templo de Jerusalém, e levou quase todos os judeus como escravos. 62 anos mais tarde, no ano 135, os que ficaram na região se rebelaram contra o Império Romano numa guerra que durou três anos e foi finalmente vencida pelo Imperador Romano Adriano. Em função das tremendas perdas humanas impostas às legiões Romanas, o Senado Romano impediu que Adriano fizesse o costumeiro discurso da vitória onde proclamaria: “A paz comigo e com meus homens”.

Adriano se enfureceu e decidiu mudar o nome da área, dando-lhe o nome dos maiores inimigos do judeus, um povo que já não existia há cerca de 850 anos: os Filisteus. Assim nasceu o nome Filisteia, que se transformou em Palestina. A transformação de nomes é um fenômeno comum. É famoso o caso do Padroeiro da Espanha, que era Sant Ya'akov. Durante uma enchente devastadora a população saiu às ruas pedindo ajuda ao Sant Yaakov e o nome sofreu transformação até virar Santiago. De forma similar, Filisteia virou Palestina.

Até o nascimento do Movimento Sionista milhares de judeus já viviam na região, por motivos religiosos. O Sionismo foi um passo além: “recriar uma nação Judaica”. A imigração judaica trouxe para a região uma agricultura avançada para os padrões da época, indústrias têxteis, escolas, fábricas de implementos agrícolas, entre outras benfeitorias.

Estes empreendimentos necessitavam de mão de obra, o que atraiu árabes de diversos países vizinhos — especialmente da Síria, Egito, Iêmen e outros. Até 1929 as diferentes comunidades viviam bem lado a lado. No entanto surgiu um líder árabe antissionista, Haj Amin el Husseini, que incitou os muçulmanos contra a presença judaica e iniciou ações de terror contra judeus na região.

El Husseini foi um líder político árabe que pretendia criar o Reino Islâmico da Síria, tendo sido derrotado pelos franceses em 1920. Ele então fugiu para a Palestina onde deu início a um violento movimento antissionista. Na 2ª Guerra aliou-se ao eixo Nazi-fascista pedindo como recompensa a eliminação do lar nacional judaico na Palestina. Por seu incitamento as diferenças entre árabes e judeus começaram a escalar até que no período de 1936 a 1939 os ingleses buscaram uma solução de dois estados, rejeitada por El Husseini.

Cresce a escalada de violência e os ingleses, que dominam a região desde 1917, decidem abandonar o país.

As Nações Unidas, sob a liderança do Brasileiro Oswaldo Aranha, decidem partilhar o território da Palestina entre dois povos: dois terços do espaço é destinado a um Estado Árabe e um terço ao Estado Judaico. Apesar de minúsculo e com 62% de deserto, os judeus aceitam a divisão mas os árabes a rejeitam terminantemente.

Com a saída do último soldado inglês em 14/05/1948 é declarada a criação do Estado de Israel. No mesmo momento os exércitos de cinco países árabes invadiram simultaneamente o novo país dando início à Guerra de Independência de Israel. São eles: Síria, Líbano, Transjordânia, Egito e Iraque, com o apoio de forças da Arábia Saudita.

Como resultado desta guerra, os cinco países árabes são derrotados. Israel conquistou uma parte do território onde se formaria o Estado Árabe, o Egito conquistou e anexou a Faixa de Gaza e a Transjordânia conquistou a maior parte do território. Dois anos mais tarde, a Transjordânia incorporou toda a área conquistada a seu território e mudou o nome do país para Jordânia, uma vez que passou a ocupar ambas as margens do Rio Jordão.

Exceto a Inglaterra, nenhum outro país no mundo reconheceu a anexação do território pela Jordânia, que o manteve até junho de 1967, quando foi derrotada em nova guerra.

Em função da guerra , em 1948 ocorreu um êxodo de populações. Cerca de 750.000 judeus foram expulsos do Iraque, Síria, Iêmen e outros países árabes. O mesmo número de árabes saiu de Israel, mais da metade por vontade própria.

Este êxodo maciço tem dois importantes polos: Israel absorve e integra os refugiados judeus que chegaram enquanto os países árabes alojam os refugiados em acampamentos, não os integram às sociedades locais e cria-se então o que mais tarde será chamado de “o problema dos refugiados palestinos”.

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