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Pesquisa mostra que 52% dos brancos aprovam (fortemente ou um pouco) a decisão da Suprema Corte sobre as cotas, enquanto entre os negros a aprovação é de 44% e entre os hispânicos, de 45%
Pesquisa mostra que 52% dos brancos aprovam (fortemente ou um pouco) a decisão da Suprema Corte sobre as cotas, enquanto entre os negros a aprovação é de 44% e entre os hispânicos, de 45%| Foto: Pixabay

A maioria dos americanos (59%) aprova a decisão recente da Suprema Corte dos Estados Unidos em vetar o uso de raça e etnia como critério no processo de admissão em universidades públicas e privadas do país. É o que mostra uma pesquisa realizada entre 1º e 5 de julho pela revista The Economist em parceria com o instituto de pesquisas YouGov sobre como os cidadãos avaliam as últimas decisões da Suprema Corte. De acordo com o levantamento, 52% dos brancos aprovam (fortemente ou um pouco) a decisão sobre as cotas, enquanto entre os negros a aprovação é de 44% e entre os hispânicos, de 45%.

Entre a população geral, 27% desaprovam (fortemente ou um pouco) a decisão da Suprema Corte e 15% não sabem opinar. Na separação por raça ou etnia, os que desaprovam em algum nível são 23% entre os brancos, 36% entre os negros e 30% entre hispânicos. Enquanto 11% dos brancos ouvidos pela pesquisa não têm uma opinião formada sobre o tema, o número alcança 21% entre os negros e 25% entre hispânicos.

Quando critérios de renda são levados em conta, a variação de aprovação é muito pequena: alcança 58% entre indivíduos com renda inferior a 50 mil dólares, 64% entre pessoas com renda entre 50 mil e 100 mil dólares, e 55% entre os de renda superior a 100 mil dólares. A maior desaprovação está nesta última faixa: 38% (contra 23% e 25% das outras duas faixas respectivamente).

Uma das maiores disparidades registradas pela pesquisa está entre aqueles que se declararam eleitores de Biden e Trump nas eleições de 2020. Somente 32% dos que votaram em Biden aprovam o fim das cotas nas universidades americanas, enquanto 89% dos que votaram em Trump são a favor da decisão da Suprema Corte. Entre os conservadores, 90% aprovam, contra 56% dos moderados e 26% dos progressistas (sendo que 60% destes desaprovam).

Popularidade 

Uma análise publicada no jornal americano Washington Post, na última quarta-feira (5), aponta para a mesma tendência da pesquisa da YouGov. Segundo o texto, a decisão da Suprema Corte sobre cotas “parece estar de acordo com as opiniões do povo americano”. “Uma pesquisa da Washington Post-Schar School no final do ano passado mostrou que os americanos apoiavam a proibição de faculdades e universidades de considerar a raça e etnia de um aluno nas admissões, 63% contra 36%. Até quase metade dos negros americanos (47%) e democratas (47%) disseram apoiar tal proibição”, acrescenta.

A publicação recorda que a maior parte das pesquisas sobre o tema, mesmo antes da recente decisão, mostram que “os americanos se opõem mais do que apoiam as políticas de ação afirmativa, muitas vezes por ampla margem”, como 50% a favor e 33% contra ou 70% a favor e 30% contra.

Logo após a decisão da Suprema Corte de anular o critério de raça/etnia para admissão nas universidades, a ABC News/Ipsos realizou uma pesquisa para ouvir os americanos sobre o tema, entre os dias 30 de junho e 1º de julho. Como resultado, “a maioria dos americanos (52%) aprova a decisão de anular a ação afirmativa com um terço (32%) desaprovando. Isso inclui maioria de americanos brancos (60%) e asiáticos (58%)”. A diferença na pesquisa da ABC News é que “latinos e hispano-americanos estão divididos sobre a decisão (40% aprovam contra 40% desaprovam), e a maioria dos negros americanos desaprova (52%)”.

Decisão 

No dia 29 de junho, a Suprema Corte Americana considerou que as políticas de ação afirmativa violam a 14ª Emenda da Constituição e o princípio da igualdade perante a lei. Segundo a Corte, as universidades não conseguiram demonstrar que os benefícios da diversidade no uso de cotas superam os custos da discriminação. De acordo com o juiz Samuel Alito, que escreveu a opinião majoritária, as ações afirmativas são "incompatíveis com o sonho americano de uma sociedade sem barreiras raciais". Defensor antigo do fim das cotas, o juiz Clarence Thomas, segundo negro da Suprema Corte, afirmou fora do processo que “vê as políticas de admissão das universidades pelo que elas são: preferências baseadas em raça e sem rumo, projetadas para garantir uma mistura racial específica em suas classes iniciais”.

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