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Embora evangélicos tradicionalmente estejam ligados a valores conservadores - o que fica evidente pelo perfil da bancada evangélica recém-eleita no país -, grupos cristãos progressistas têm ganhado força no Brasil nos últimos anos. Longe de uma iniciativa orgânica, o movimento parece ser fruto de uma estratégia articulada em que organizações progressistas estrangeiras financiam projetos de direitos humanos e infiltram suas ideias de esquerda no meio protestante.
“Os esforços de organizações e fundações de fortalecimento de democracia que investiram financeiramente em iniciativas evangélicas progressistas foram realmente louváveis. Mas o que elas fariam sem referencial teórico, formação, mapeamento, cruzamento de dados? Nada. Bolhas.”, tuitou no dia seguinte às eleições o pastor Ronilso Pacheco, que é militante do movimento negro e faz mestrado em teologia na Universidade de Columbia, em Nova York. Ele completou que “em nenhum lugar do mundo, um grupo nesse nível de reacionarismo fascista entra fácil no Senado em uma única eleição” e que, para mudar esse cenário, não surte efeito “conversar com os evangélicos”. “Tem que conversar com e para a sociedade e desarmar essa ideologia reacionária, desfazer a captura do sentido da vida pela extrema-direita”, afirmou.
A fala de Pacheco deixa implícita a existência de um ecossistema em que instituições internacionais enviam recursos para organizações "guarda-chuvas" brasileiras ligadas a igrejas, que escolhem a dedo para quais projetos ou entidades distribuí-los. Juntamente com o dinheiro, ideias progressistas são disseminadas junto ao público evangélico, fortalecendo um potencial eleitorado de esquerda.
A iniciativa alemã
Em junho de 2016, durante o processo de impeachment da presidente petista Dilma Rousseff, a ONG alemã Brot für die Welt - Pão Para o Mundo (PPM) enviou uma carta a suas parceiras no Brasil lamentando a conjuntura política do país. Para a PPM, eram preocupantes as tendências que se acentuaram naqueles meses e os possíveis retrocessos em relação aos supostos avanços que teriam ocorrido nos últimos 15 anos.
Ainda segundo a PPM, as entidades deveriam analisar as recentes dinâmicas e buscar pistas para a formulação de novas estratégias de atuação conjunta. Mas a ONG alemã se dizia reconfortada por ter notícias de que as organizações religiosas brasileiras, a despeito do choque, permaneciam “inquietas, atentas e mobilizadas”.
“Entendemos que foi o árduo e engajado trabalho de suas entidades na sensibilização e mobilização da sociedade brasileira nos últimos 40 anos que fizeram a diferença para tornar o Brasil uma fonte única de riquíssimas experiências.” Em outro trecho, a carta afirmava que “a cooperação internacional foi parceira de suas entidades nesta bela caminhada, que deixou marcas profundas. Agora mais do que nunca, cremos que ela deve prosseguir e continuamos apostando na enorme importância e atualidade do trabalho de suas entidades”. Em um relatório de 2018, a PPM ressaltou que o clima político do Brasil era cada vez mais determinado pelo conservadorismo.
A ONG é controlada pela Igreja Evangélica na Alemanha (EKD) e outras igrejas menores. Segundo seu site, as suas principais fontes de receita em 2019 foram: fundos federais da Alemanha, 174 milhões de euros; doações e arrecadações, 64 milhões de euros; fundos da igreja, 59 milhões de euros. Juntamente com outras contribuições, teriam sido disponibilizados cerca de 320 milhões de euros para o trabalho do PPM em cerca de 76 países, incluindo o Brasil. Isso a torna uma das principais instituições internacionais financiadoras de projetos ligados ao ecumenismo ou a questões religiosas de esquerda no Brasil.
Instituições “guarda-chuva”
Não é simples para uma instituição do outro lado do Atlântico despejar dinheiro em outro país, conforme afirmado pela própria PPM em sua carta às parceiras no Brasil. Assim, são necessárias organizações “guarda-chuva”, que distribuem os recursos a ONGs menores. Uma das instituições que mais recebem fundos da PPM no Brasil é a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), fundada há 49 anos e composta por seis instituições religiosas brasileiras.
Entre elas está a Aliança de Batistas do Brasil, que em 2018 fez parte da fundação da Frente Evangélica pela Legalização do Aborto, movimento semelhante ao Católicas pelo Direito de Decidir. A ideia era apresentar uma justificativa teológica para apoiar a ADPF 442, ação proposta pelo PSOL que pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez.
Também compõem a CESE a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, cujo presidente, Inácio Lemke, foi visitar Lula na prisão em 2018 e o tem apoiado abertamente; a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, que embora seja uma igreja tradicional, celebra casamentos homoafetivos em suas catedrais e tem posição aberta em relação ao aborto; a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, cujos posicionamentos frequentemente se alinham com pautas de partidos de esquerda, mesmo que não siga a sua igreja americana na questão da realização de casamentos gays; a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, ligada ao Conselho Mundial de Igrejas, instituição progressista com células em todo o mundo.
Na lista aparece ainda a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), uma “associação de bispos” que não faz parte da hierarquia da Igreja Católica e costuma se envolver em ações e mobilizações em conjunto com grupos e até partidos de esquerda, como o tradicional Grito dos Excluídos.
A maior parte dos recursos (91%) obtidos pela CESE vem de instituições internacionais. Os maiores doadores são PPM (54%), e Fundação Ford (19%). Há ainda Heks Eper (8%), Misereor (5%) , Wilde Ganzen (5%), Terre des Hommes Suisse (1%), União Europeia (1%) e Fundação Appleton (1%); e as instituições brasileiras Instituto Ibirapitanga (5%) e Instituto Clima e Sociedade - ICS (3%).
A CESE seleciona e financia diversos movimentos e organizações de esquerda no Brasil. Segundo dados do seu relatório anual, a instituição doou mais de 4,8 milhões de reais em 2021 a instituições e projetos, como o acampamento “Luta pela Vida”, realizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em agosto de 2021, em Brasília, contra o Marco Temporal e contra a “política genocida de Bolsonaro”; também a Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, encontro organizado pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), em setembro de 2021, em outro protesto contra o Marco Temporal.
Assim, a movimentação de milhares de indígenas para o Planalto Central em meio a votações importantes no Supremo Tribunal Federal (STF) pode ter ganhado um impulso de grandes instituições e recursos de organizações estrangeiras com supostos fins religiosos.
Paz e Esperança
Uma das financiadas pela CESE é a Paz e Esperança - Peace and Hope Internacional (PHI), uma instituição ecumênica de base cristã, que atua em pelo menos seis países da América do Sul, nos Estados Unidos e no Reino Unido, e que, segundo a descrição de seu site, fornece “serviços de apoio jurídico, social, psicológico, espiritual e de liderança” e tem objetivo de “promover justiça social”.
Na versão peruana do site da PHI a seção de financiadores informa que a instituição, além da PPM, também recebe recursos constantes de Kinder not Hilfe (KNH), Servicio de Liechtenstein para el Desarrollo (LED), Tearfund Suíça e Save the Children, todas instituições filantrópicas sediadas na Europa.
Segundo o site, a PHI precisou realizar parceria com o Instituto de Estudos da Religião (ISER) para se instalar no Brasil, pois ainda está em processo de regularização no país. O ISER, que se descreve como uma “organização brasileira da sociedade civil de caráter laico, cujo objetivo é promover estudos, pesquisas e intervenção social nos eixos temáticos de defesa e garantia de direitos, segurança pública, meio ambiente e diversidade religiosa”, é financiado por grandes instituições internacionais. A lista traz nomes como Ford Foundation e Open Society, do bilionário George Soros; além da brasileira Instituto Clima e Sociedade, que distribui por aqui recursos de Soros e outras instituições, como a OAK Foundation; e o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), organização guarda-chuva que distribui, segundo seus dados de 2020, cerca de 5,3 bilhões de reais em “investimento social” por ano.
Toda a diretoria da PHI no Brasil, em suas redes sociais, declarou voto em Lula nestas eleições: o presidente Alexandre Brasil, sociólogo, professor associado e pró-reitor de pessoal da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); a vice-presidente Lilian Márcia Balmant Emerique, professora adjunta da Faculdade de Direito da UFRJ, a primeira secretária Mônica Santos Francisco, deputada estadual (PSOL-RJ); o segundo secretário Clemir Fernandes, pastor e sociólogo.
Há ainda um Conselho Fiscal na PHI, composto por três integrantes, todos igualmente apoiando Lula nestas eleições: Daniela Frozi, doutora em ciências da nutrição pela UFRJ, Luiz Caetano Grecco Teixeira, padre da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, e Lusmarina Campos Garcia, pastora Luterana, conhecida feminista a favor da legalização do aborto.
Este Conselho Fiscal é o responsável e financiador do Coletivo Bereia, uma agência de checagem de fatos, lançada em outubro de 2019, que se apresenta como uma iniciativa apartidária de organizações e profissionais de base cristã. A maioria das checagens feitas pela agência defende Lula, o PT e movimentos esquerdistas em geral e “desmente” falas de Bolsonaro e seus apoiadores.
A agência é dirigida por Alexandre Brasil, o mesmo que preside o PHI, que é coordenador de planejamento; Juliana Dias, coordenadora de parcerias; Magali Cunha, editora geral e também pesquisadora do ISER; e Marcos André Lessa, diretor executivo. Todos fizeram declaração de apoio a Lula nestas eleições, direta ou indiretamente, em suas redes sociais.
A despeito de seu foco à esquerda, o Coletivo Bereia já integrou o Projeto Comprova, trabalho colaborativo entre vários veículos de comunicação com o objetivo de verificar a veracidade de informações divulgadas na internet, que tem a imparcialidade como um de seus princípios, inclusive recebendo recursos financeiros para tanto. Embora não seja uma agência de checagem certificada pela International Fact-Checking Network (IFCN) — instituição que estabelece uma série de critérios para aprovação de agências de checagem, como não-partidarização e justiça — o Coletivo Bereia informa em seu site que já buscou registro na instituição.
Em março de 2021, o Twitter incluiu a Bereia em uma lista de fact-checking da rede social. Os principais critérios levados em consideração pela curadoria são a imparcialidade, a precisão das informações e o tipo de conteúdo publicado pelo perfil.
Ainda outra financiadora do Coletivo Bereia é a Koinonia, organização parceira da CESE, que em seu site afirma ter a missão de “mobilizar a solidariedade ecumênica”, “prestar serviços a grupos histórica e culturalmente vulneráveis e em processo de emancipação social e política” e “promover o movimento ecumênico e seus valores libertários”. Entre os financiadores da Koinonia está, novamente, a Pão para o Mundo. A Koinonia é ligada também ao Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) e ao Conselho Mundial de Igrejas.
Sobre o ex-presidente da Koinonia, bispo emérito da Igreja Metodista Paulo Ayres Mattos, falecido na última quarta-feira (19), Magali Cunha, editora do Coletivo Bereia, escreveu na revista Carta Capital: “Em memória do pastor de esquerda que resistiu à ditadura e se tornou um bispo fiel aos princípios cristãos, Paulo Ayres deixa legado e joga por terra a falácia espalhada nestas eleições de que cristãos não podem ser de esquerda”.
A atual presidente da Koinonia é Ana Emília Martins Gualberto, historiadora pela (UERJ) e mestre em cultura e sociedade pela Universidade Federal da Bahia; integrante da Rede de Mulheres Negras da Bahia e do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras de Belo Horizonte.
Evangélicos estudados
O ISER tem promovido ao longo dos últimos anos, e de forma mais intensa durante o período eleitoral, pesquisas para traçar o perfil do eleitorado evangélico e estratégias para alavancar candidaturas evangélicas à esquerda. Em artigo publicado na Revista Piauí, intitulado “Precisamos falar sobre os evangélicos", a diretora Executiva do ISER, Ana Carolina Evangelista, afirma estar apreensiva com pesquisas de segundo turno que apontam 61% das intenções de voto em Bolsonaro e 31% no Lula nesse segmento.
Para ela, os “evangélicos hoje, em sua maioria, seguem optando pela reeleição de um presidente que representa um projeto de sociedade violento, intolerante e excludente”. No texto, Carolina afirma que é preciso incluir ainda mais os evangélicos nos seus estudos e análises, “especialmente fora dos períodos eleitorais”.
A mesma preocupação é encontrada na revista Tricontinental, uma publicação trimestral de esquerda, criada em 2017 pelo indiano Vijay Prashad, com ligações obscuras com o Partido Comunista Chinês. Em 2021, a Tricontinental foi apontada por investigações da inteligência econômica indiana como envolvida em um esquema de lavagem de dinheiro entre o magnata da tecnologia americano Neville Roy Singham e sua empresa NewsClick, que teria movimentado cerca de US$ 5 milhões entre 2018 e 2021 para promover uma narrativa pró-China na mídia indiana, incluindo a negação do “genocídio Uigur”.
No Brasil, os olhos da Tricontinental se voltam para o público evangélico. Em seu relatório “Resistir com fé: evangélicos e trabalho de base”, publicado em abril deste ano, a revista buscou compreender quem é, como pensa e o que quer o público evangélico, com o propósito de “canalizar esta energia para a estratégia revolucionária”. Assim, “o enfoque na religião evangélica ocorre porque há um reconhecimento de que a esquerda brasileira se distanciou da religiosidade popular, que em outro momento era majoritariamente católica e agora passa a ser cada vez mais evangélica”.
Movimento sorrateiramente orquestrado
Para o pastor batista Yago Martins, criador do canal no Youtube Dois Dedos de Teologia, que é mestre em teologia, especialista em economia política e também autor de quinze livros, entre eles, “A Religião do Bolsonarismo” (Episteme, 2021), os evangélicos têm uma tendência maior ao conservadorismo, e isso não mudou muito no Brasil nos últimos anos. Ele endossa, porém, que há muito dinheiro investido para que grupos mais à esquerda recebam mais votos.
Além disso, Martins recorda a existência de apoio midiático a grupos e personalidades da esquerda evangélica, que “vivem no mais absoluto ostracismo para com as comunidades tradicionais, mas que continuam recebendo espaço para dar entrevista, apoio público por socialite e por ‘bom mocismo’ do jornalismo, mas que na verdade não representam nada”. Segundo ele, trata-se de pessoas que utilizam o título de pastor, e até mesmo de um espaço público, mas na verdade não pastoreiam uma igreja real, contando com “apenas um pequeno séquito minúsculo de apoiadores políticos que muitas vezes nem se identificam bem com a fé cristã”.
Ele cita como exemplo a quase morte do movimento brasileiro da Teologia da Missão Integral, movimento evangélico de esquerda semelhante à católica Teologia da Libertação que, segundo ele, teve um momento de auge, mas que “rapidamente foi lançado no esquecimento, com os seus principais personagens ficando relacionados ao apoio inconteste de Lula como personagem messiânico”.
Para o reverendo Afonso Celso de Oliveira, ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, que é advogado e teólogo, com mestrado em divindade, os investimentos estrangeiros em ONGs progressistas, incluindo as “pseudo-cristãs”, visam sedimentar um caminho de reformas em que temas resistentes a mudanças, como a descriminalização do aborto, sejam “azeitados”. Membro do Instituto Brasileiro de Direito e Religião, Oliveira explica que a estratégia para isso é a promoção revolucionária da cultura, de modo que, anulada a resistência conservadora, encontrem-se condições favoráveis junto ao parlamento e a um judiciário ativista para mudança na legislação e a interpretação mais favorável aos temas progressistas.
“Quando ONGs ditas cristãs abraçam esse tema e dizem que o aborto é um caso de saúde pública, repetindo este moto através de personalidades, celebridades e agentes políticos e religiosos, nada mais estão fazendo do que, sorrateiramente, transferir a esfera jurisdicional da criminalização da prática do aborto ilegal para a jurisdição social, onde não haverá nenhuma criminalização a qualquer forma de aborto”, afirma.
De acordo com o Oliveira, existe um evidente interesse econômico por trás deste movimento orquestrado, já que a indústria do aborto movimenta bilhões de dólares nos países onde é permitido. O reverendo acredita que o Brasil é o alvo a ser alcançado por fundações internacionais que trabalham na implantação de uma revolução cultural.
O advogado alerta que o lobby profissional para cooptar políticos e formar políticas progressistas, em um país ainda majoritariamente conservador, atende aos interesses internacionais, sob o manto da ecologia sustentável, da prática do aborto, da implantação da ideologia de gênero, da liberação das drogas, e de outros expedientes comprovadamente lucrativos.
“Interessante que por trás deste movimento liberal progressista, de viés ideológico marxista, se encontram metacapitalistas que têm a expertise de lucrar bilhões de dólares através da falência moral e econômica de uma nação. Por isso, investem em todos os segmentos, e o segmento religioso talvez seja o último bastião a ser rompido”, analisa.
Resposta
A Gazeta do Povo entrou em contato com PPM, CESE, PHI, Koinonia, ISER e Tricontinental, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem.
O Coletivo Bereia enviou nota à Gazeta do Povo onde afirma que, considerando que não é “instituição progressista no meio protestante”, está fora do escopo de cobertura da abordagem da reportagem, mas esclarece que são um projeto independente de fact-checking que tem como objeto os ambientes digitais religiosos.
“Apesar de fora do âmbito de abordagem da 'pretensa reportagem', em respeito ao seu contato, informamos que nossa política editorial, com a metodologia, os devidos critérios e protocolos de seleção de checagem, estão disponíveis em aba específica no site. Todos seguem os requisitos do IFCN, segundo parecer da organização sobre nosso processo inicial cumprido. Entre eles está o compromisso com o apartidarismo e com a checagem do que é de interesse público e amplamente repercutido em mídias sociais, denominado 'viral'. Este princípio de transparência é muito importante e, de fato, deve pautar todos os veículos que se apresentam como jornalísticos”, afirma a nota.
Ainda que acreditem não atender aos objetivos desenvolvidos na matéria, o Coletivo sugere à equipe da Gazeta do Povo uma pesquisa mais apurada sobre o teor do que viraliza em espaços religiosos. Para a Bereia, será possível identificar uma predominância das tendências ideológicas “conservadora” e “ultraconservadora”, mas também material relacionado a “progressistas” e “libertários”.
Bereia acrescenta também que tudo o que checam é conteúdo viral que circula em ambientes digitais religiosos, e se o que se observa no site é material de ideologias “conservadora” e “ultraconservadora”, de “extrema-direita” é porque as fontes alinhadas com esta tendência política são “as maiores propagadoras e virais de desinformação”. Assim, afirmam, uma “busca atenta” levará a encontrar matérias desmentindo temas referentes ao presidente Jair Bolsonaro e aos seus apoiadores.
Bereia finaliza a nota reforçando que apenas checa o que circula em ambientes digitais religiosos, ou que tenha relação com religião, e não checa temas que não repercutam nestes espaços. Além disso, Bereia ressalta que possui uma política de atender sugestões de checagem dos seus leitores que respondam aos critérios de relevância do Coletivo.
Bereia não respondeu, entretanto, ao questionamento feito pela Gazeta do Povo sobre o motivo de a maioria dos integrantes do Coletivo serem de esquerda, segundo publicações feitas por eles em suas redes sociais, nem quais os critérios de admissão na agência de checagem.
Conteúdo editado por: Bruna Komarchesqui