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A aviadora Bessie Coleman: uma vida inspiradora
A aviadora Bessie Coleman: uma vida inspiradora| Foto: Reprodução

Quantas vezes já ouvimos elogios ao “homem comum” ou à “mulher comum”? Muito mais do que posso contar, e isso me incomoda toda vez que a frase surge. Por quê? Porque não é o comum ao qual devemos nossa maior gratidão. Essa honra pertence ao incomum.

Imagine um pai aconselhando um filho: "Trabalhe duro e algum dia você pode se tornar comum!" ou “Nunca tenha aspirações acima da mediocridade!” ou “Não seja diferente, apenas misture-se à multidão”. Eu teria pena de uma criança criada em um lar com aspirações tão baixas. Que entediante a humanidade seria se ninguém fosse excepcionalmente bom ou excepcionalmente talentoso ou singularmente inspirador ou excepcionalmente corajoso.

Ao estudar história, minha atenção é atraída para pessoas incomuns, aquelas que fazem coisas extraordinárias que elevam nossos padrões e fazem do mundo um lugar melhor. Não tenho interesse em nivelar seus espíritos ou realizações até que não estejam acima da média. Deixo essa tarefa desagradável, que se tornou muito comum, para outros.

Recentemente, soube de outra pessoa inspiradora fora do comum e estou ansioso para falar sobre ela aqui. O nome dela era Bessie Coleman.

Ela nasceu em Atlanta, Texas, em 1892, mas quando tinha dois anos, a família Coleman mudou-se para Waxahachie, Texas, onde Bessie cresceu com seus 12 irmãos, filhos de uma família pobre de agricultores. Sua mãe era afro-americana; seu pai era parte afro-americano e parte nativo americano (Cherokee ou Choctaw). Um século atrás, ser pobre e pertencer a uma minoria apresentava obstáculos significativos em praticamente qualquer lugar do mundo. Você pode ficar de mau humor, reclamar ou ficar bravo - ou pode fazer o que Bessie Coleman fez. Ela superou barreiras com coragem e ambição. Ela fez algo de si mesma.

Bessie mirou alto desde tenra idade. Ela estudou muito, leu tudo o que podia e sonhou grande. Ela deixou a zona rural do Texas e a cabana de chão de terra onde nasceu e foi para Chicago em 1915, com 23 anos. Enquanto trabalhava em uma barbearia lá, ela soube de pessoas pilotando aviões na Europa devastada pela guerra. Ela pretendia se tornar piloto, o que significava que teria de ir à França para ter aulas. Todos os pilotos da América eram homens brancos e nenhum tinha interesse em ensinar uma mulher negra a voar.

Ela ralou em dois empregos. Economizou cada centavo que pôde. Ela até aprendeu francês em uma escola de idiomas Berlitz. Em 1920, Bessie Coleman estava pronta para Paris. Em menos de um ano, ela foi a primeira mulher negra do mundo e a primeira nativa americana a obter uma licença de piloto de aviação.

Retornando à América, ela se tornou uma sensação com suas acrobacias aéreas e virou uma grande atração para shows aéreos em todo o país. Por cinco anos como a maior aviadora civil do mundo, ela ganhou os aplausos de grandes multidões empolgadas com seus voos audaciosos.

A biógrafa Connie Plantz escreve:

“Cada pirueta, parafuso e oito cubano mostravam ao público no chão que uma afro-americana podia pilotar um avião. Enquanto Bessie Coleman voava, sua mensagem era tão clara quanto escrever no céu: Não tenha medo de correr riscos. Voe!

A discriminação racial sempre incomodou Bessie. Depois de se tornar uma figura famosa, ela usou seu status para atacar o problema. Ela se recusou terminantemente a participar de qualquer evento que proibisse os afro-americanos de comparecer. Qualquer programa aéreo que discriminasse pagava um preço alto: eles não conseguiriam uma das maiores atrações do circuito. Em outra ocasião, uma empresa de cinema a levou para Nova York para aparecer em um filme chamado Shadow and Sunshine. Quando ela percebeu que a queriam em um papel que acentuava os velhos estereótipos sobre os negros, ela abandonou as filmagens.

A incrível carreira de Bessie Coleman infelizmente teve um fim abrupto e prematuro. Em Jacksonville, Flórida, em abril de 1926, ela foi jogada de seu avião quando ela fazia uma acrobacia arriscada. Ela tinha apenas 34 anos.

No livro “Queen Bess: Daredevil Aviator (Rainha Bess: Ousada Aviadora, em tradução livre)”, Doris Rich revela que no funeral da aviadora, em Jacksonville, "mais de 5.000 pessoas compareceram, entre eles centenas de crianças que ouviram Bessie falar um dia antes." Três dias depois, quando seu corpo chegou a Chicago, outras 10.000 passaram por seu caixão. No dia seguinte, mais cinco mil lotaram a igreja para a cerimônia final antes do enterro.

Embora não tenha vivido o suficiente para realizar seu sonho de criar uma escola para aviadores negros, ela inspirou inúmeras pessoas precisamente por ser tão incomum.

Deus abençoe Bessie Coleman, uma heroína para todas as pessoas e para todos os tempos.

©2020 Foundation for Economic Education. Publicado com permissão. Original em inglês
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