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Nascer do sol em Berlim, no Rio Spree. | Johannes Eisele/Reuters
Nascer do sol em Berlim, no Rio Spree.| Foto: Johannes Eisele/Reuters

A cultura da era dos cabarés “contaminou” a sociedade berlinense e chocava visitantes estrangeiros.

O escritor austríaco Stefan Zweig, que depois viria viver e morrer no Brasil, se escandalizou e condenou a luxúria alemã em um ensaio famoso.

“Os alemães trouxeram a perversão toda a sua veemência e sistematização... Mesmo a Roma antiga ainda não tinha conhecido orgias como as de Berlim, onde centenas de homens com roupas de mulher e mulheres com roupas de homens dançam sob o olhar benevolente da polícia.

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Em meio ao colapso geral de valores, um tipo de loucura tomou conta precisamente desses círculos da classe média, que até então tinham sido inabaláveis em sua ordem. Jovens senhoras ostentam orgulhosamente suas perversões; ser virgem aos 16 anos é considerado uma desgraça em todas as escolas em Berlim”, escreveu.

Esse tipo de sentimento de repulsa integrava o discurso moralizador nazista que considerava, não sem razão, que a Berlim daquele tempo era um antro de comunistas e socialistas vivendo na imoralidade.

Porém, de acordo com os ensaios de Peter Schneider, nem mesmo os nazistas conseguiram manter controle total sobre a vida sexual do underground berlinense.

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Vários clubes, bares e bordéis para gays, lésbicas e travestis sobreviveram ao Terceiro Reich.

Em alguns deles, a Gestapo grampeava os quartos na espera de que clientes “entregassem” declarações contrárias ao regime nos momentos supremos do amor.

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