Senado americano indica que a Covid pode ter origem em dois vazamentos de laboratório na China

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O senador americano Roger Marshall (republicano do Kansas) divulgou um relatório sobre as origens da Covid-19 na segunda-feira, defendendo a ideia de que a pandemia "muito provavelmente" foi resultado de "dois vazamentos".

"Este relatório conclui que o mais provável é que houve dois vazamentos [incluindo] um vazamento de laboratório no período de setembro a outubro [2019], até mesmo tão cedo quanto julho ou agosto", disse Marshall aos repórteres antes da publicação do relatório.

"Concluímos que [a China] iniciou o desenvolvimento da vacina em novembro de 2019. E então outro vazamento de laboratório parece ser a explicação mais sensata", acrescentou o senador. "Há pontos-chave de dados que estão sendo retidos e que poderiam nos ajudar a provar isso."

O relatório de 301 páginas intitulado "Muddy Waters" (Águas Turvas) foi elaborado por Robert Kadlec, um especialista médico que liderou a Operação Warp Speed, uma parceria público-privada lançada em maio de 2020 para acelerar o desenvolvimento e distribuição de vacinas.

No Twitter, o senador Marshall disse, sobre o relatório: “Devemos estabelecer salvaguardas adicionais em pesquisas arriscadas de Ganho de Função para garantir que pesquisas letais NUNCA vazem novamente.”

O relatório especula que dois vazamentos de laboratório ocorreram em um intervalo de semanas um do outro no outono de 2019 em Wuhan, na China, onde fica um instituto de pesquisa em virologia. Nos meses seguintes aos vazamentos iniciais, os casos de Covid-19 na região circundante dispararam.

A teoria é baseada principalmente no cronograma de desenvolvimento da vacina Covid da China: o Dr. Zhou Yusen, um cientista militar chinês que morreu posteriormente em circunstâncias misteriosas, registrou uma patente de vacina Covid em 24 de fevereiro de 2020, o que sugere que o trabalho na vacina deve ter começado pelo menos em novembro de 2019, com base no cronograma da Operação Warp Speed. Vários atletas iranianos que viajaram para Wuhan para os Jogos Mundiais Militares no outono de 2019 também apoiam essa linha do tempo de surto inicial, argumenta o relatório.

Houve "[um] aumento notável de casos doença similar à gripe em adultos de Wuhan durante a semana 46 (11 a 17 de novembro de 2019) que correspondeu a testes negativos para influenza [gripe] na mesma semana. Esse acontecimento é semelhante ao outlier epidemiológico identificado no estudo publicado. Ocorre aproximadamente 13 semanas antes do aumento registrado de casos de Covid-19 em Wuhan no final de janeiro e início de fevereiro de 2020", observa o relatório.

"Análises epidemiológicas e genéticas moleculares das primeiras cepas circulantes de SARS-CoV-2 de Wuhan publicadas apoiaram a possibilidade de dois eventos de transbordamento com duas ou mais semanas de intervalo", escreve Kadlec no relatório.

"Essa avaliação foi feita com base em pequenas diferenças genéticas nas primeiras cepas circulantes, sugerindo que duas linhagens do mesmo vírus podem ter emergido simultaneamente e seguido caminhos diferentes ou sequencialmente separadas por algum período de tempo."

"Uma linhagem apresenta mais mutações do que a outra, o que implica que circulou por mais tempo do que a outra ou passou por mais indivíduos."

Nos estágios iniciais da pandemia global, importantes especialistas médicos americanos, como Anthony Fauci, ex-diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, e revistas acadêmicas proeminentes, como a Lancet, denunciaram os defensores da teoria do vazamento de laboratório como divulgadores de "teorias da conspiração".

"Se você olhar para a evolução do vírus em morcegos e o que está aí agora, [a evidência científica] é muito, muito fortemente inclinada a que isso não poderia ter sido manipulado artificial ou deliberadamente", disse Fauci à National Geographic em maio de 2020.

"Tudo sobre a evolução gradual ao longo do tempo indica fortemente que [este vírus] evoluiu na natureza e depois passou de uma espécie para outra", disse Fauci.

No entanto, declarações recentes do Departamento de Energia e do FBI sobre o vazamento de laboratório poder ter sido o principal culpado pelo surto viral levantaram novas perguntas.

"A China teve todas as chances de refutar todos os relatórios sobre as origens da Covid-19, mas não o fez e não o fará. Tenho orgulho de divulgar o Relatório sobre as Origens da Covid-19, um desenvolvimento crucial para descobrir as origens da Covid-19", tuitou o senador Marshall na segunda-feira à noite.

©2023 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.