• Carregando...
O presidente dos EUA, Joe Biden, parte depois de participar de missa na Igreja Católica da Santíssima Trindade em Georgetown, no dia seguinte ao seu retorno do Oriente Médio em Washington, DC, EUA, 17 de julho de 2022.
O presidente dos EUA, Joe Biden, parte depois de participar de missa na Igreja Católica da Santíssima Trindade em Georgetown, no dia seguinte ao seu retorno do Oriente Médio em Washington, DC, EUA, 17 de julho de 2022.| Foto: EFE/EPA/JIM LO SCALZO

É difícil, talvez impossível, descrever o quão ruim o presidente Joe Biden é em seu trabalho. As comparações com o ex-presidente Jimmy Carter são frequentes, mas já se tornaram lugar-comum. Talvez uma analogia mais adequada (e sombria) seja o ex-presidente James Buchanan, do século 19, do auge das guerras civis, apontado por historiadores como o pior presidente de todos os tempos.

De fato, definir exatamente o horror absoluto que é o canto do cisne presidencial desse quase octogenário seria uma tarefa hercúlea, mais adequada para uma biografia no estilo de David McCullough do que para uma coluna. Mas, apesar de tamanha dificuldade, vamos a alguns exemplos recentes.

No final de março, em um discurso em Varsóvia, Biden saiu do roteiro e anunciou que o chefão russo Vladimir Putin “não pode permanecer no poder”.

Há uma história sórdida relacionada a esse tipo de interferência quando se trata de política externa dos EUA: nesta semana, o ex-conselheiro de segurança americano John Bolton admitiu ao vivo a Jake Tapper, da CNN, que ele “ajudou a planejar golpes de estado”.

Biden, na Polônia, pediu explicitamente uma mudança de regime contra o líder de longa data do país que é rico em armas nucleares. Como o escritor David P. Goldman imediatamente apontou, várias gerações de presidentes dos EUA na época da Guerra Fria sabiam que nunca poderiam provocar tão explicitamente o Kremlin. A Casa Branca tentou, imediatamente, recuar e minimizar a declaração de Biden.

Em maio, pela terceira vez em menos de um ano, a Casa Branca também teve que tentar consertar uma afirmação de Biden sobre a disposição dos EUA de ir à guerra para defender Taiwan contra uma possível — talvez iminente — invasão do Exército de Libertação Popular da China.

Durante uma coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, Biden foi questionado à queima-roupa se o Tio Sam defenderia Taipei se Pequim invadisse. Biden respondeu “sim” — desfazendo o compromisso que os EUA assinaram na Lei de Relações de Taiwan de 1979, segundo a qual os EUA são apenas obrigados a fornecer recursos defensivos profiláticos a Taipei, não a defendê-la no caso de uma invasão.

A Casa Branca tentou recuar com uma nova declaração, mas o estrago estava feito. Biden já havia feito comentários parecidos no ano passado. Acontece que o ditado sobre não ser capaz de ensinar novos truques a um cão velho é verdadeiro.

Na semana passada, Biden pousou em Israel para a primeira viagem de sua presidência ao Oriente Médio. Ao desembarcar no Aeroporto Ben Gurion, ele desceu do Força Aérea Um e rapidamente perguntou a seus assessores: “O que estou fazendo agora?” Pouco depois, Biden tropeçou em um microfone e pronunciou seu desejo de “manter viva a verdade e a honra do Holocausto”.

No dia seguinte, durante uma coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro israelense Yair Lapid, Biden fez alusão a uma “lista” de repórteres pré-aprovados — e presumivelmente amigáveis ​​— que sua equipe havia preparado para ele de antemão. Isso foi menos de uma semana depois de uma situação embaraçosa em Washington, quando Biden leu um teleprompter, no estilo de Ron Burgundy: “fim da citação, repita a fala”.

Essas não são meras “gafes", o tipo de coisa da qual se pode rir. São distorções horríveis com implicações diplomáticas e geopolíticas angustiantes, na melhor das hipóteses, e indicações de uma senilidade visível.

Há, claramente, algo muito errado com o presidente dos Estados Unidos. Até o New York Times, que para o ex-chefe de Biden — Barack Obama — funcionava como Pravda (jornal da União Soviética) do Partido Democrata, publicou um artigo recente intitulado “Aos 79 anos, Biden está testando os limites da idade e da presidência”. Apenas três dias depois, Michelle Goldberg, uma colunista progressista confiável do NYT, intitulou sua própria coluna: “Joe Biden está velho demais para ser presidente novamente”.

O vacilão de Delaware atualmente possui uma taxa média de aprovação de 38,7% na tão citada RealClearPolitics. Esse número é historicamente baixo nas pesquisas de opinião. Talvez essa estatística abismal seja parcialmente explicada por outro número histórico: o aumento anual de 9,1% da inflação do índice de preços ao consumidor no mês passado, o maior em quarenta anos.

E a inflação está atingindo fortemente os alimentos populares: os ovos aumentaram 33,1% em um ano, a manteiga 26,3% e o frango 18,6%. Os preços médios nacionais da gasolina também estão em alta. Joe Biden, o antigo “homem trabalhador” de Scranton, Pensilvânia, permitiu essa inflação catastrófica, prejudicando desproporcionalmente os eleitores de renda muito baixa e média, com os quais seu partido político diz se preocupar.

A essa altura, com até mesmo o Times se voltando contra ele, Biden não será o candidato presidencial dos democratas em 2024. A única questão relevante é se ele deve renunciar agora. Ele deveria. Porque por mais perigosa que Kamala Harris possa ser como presidente, ela seria pelo menos um pouco menos propensa a deixar sua língua nos levar para a Terceira Guerra Mundial.

* Josh Hammer é colunista do Daily Signal, editor de opinião da Newsweek e pesquisador da Edmund Burke Foundation. Ele também é advogado e consultor de políticas do Internet Accountability Project e editor colaborador do Anchoring Truths.

©2022 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]