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O preço dos imóveis residenciais usados não pára de aumentar em Curitiba. A constatação está amparada nas recentes pesquisas promovidas pelo Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), que apontam uma alta acumulada em 19,13% nos preços dos imóveis residenciais usados praticados na cidade nos últimos 12 meses (de agosto de 2005 a julho de 2006). Trata-se de um crescimento médio, pois dependendo do tipo de imóvel o preço pode ter subido ainda mais no período, a exemplo dos apartamentos de um a quatro dormitórios, cuja valorização oscilou na casa dos 30%. O número surpreende ainda mais se comparado à taxa de inflação no período, correspondente a 4,03% segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A incomum escalada dos preços encontra explicação numa convergência de fatores fundamentada em peculiaridades do mercado imobiliário curitibano, associadas ao incremento das políticas de financiamento e à estabilidade da economia nacional. "Na verdade, não considero essa alta apenas um aumento, mas uma gradativa recuperação do preço em Curitiba", salienta Luiz Nardelli, presidente do Inpespar. A justificativa de Nardelli vai de encontro a uma antiga reclamação de construtores e investidores do mercado imobiliário na capital paranaense: a de que o preço dos imóveis na cidade é muito baixo se comparado ao de outras capitais.

Como os consumidores vão absorver esse aumento ainda não se sabe, mas para Daniel Fuzetto, presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Paraná (Sindimóveis-PR), há uma certeza: essa elevação deve continuar por causa da tendência do nivelamento dos preços praticados na cidade em relação ao de outras metrópoles. "Muitas pessoas que vieram de São Paulo para Curitiba acabaram vendendo um apartamento na capital paulista para comprar dois por aqui, tamanha era a diferença. Mas isto está começando a mudar", ressalta.

Outro forte motivo apontado por especialistas para o encarecimento dos imóveis residenciais usados é o aumento do número de pessoas procurando residências para comprar, em contraposição à pequena oferta de novos imóveis, desproporcional à procura. Para atender a essa maior demanda – tendo em vista a escassez de oferta de imóveis usados – é necessário construir mais. No entanto, de acordo com Nelson Pietniczka, diretor da Imobiliária Razão, as novas construções demoram para causar impacto no número de ofertas do mercado. "Daí a importância em aumentar os incentivos à construção civil, para estimular o aumento de oferta a médio e longo prazo", recomenda o diretor.

A explicação para a diminuição da produção de novos apartamentos em Curitiba também pode ser encontrada em outra característica regional. Segundo Fernando Thá, diretor da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), a minguada produção de novos imóveis é agravada pelas dificuldades em construir edifícios de grande porte, tendo em vista a escassez de terrenos e as recentes adaptações da lei de zoneamento, que obrigou o aumento na distância dos recuos obrigatórios entre um prédio e outro. "Às vezes há a necessidade de se negociar mais de um terreno para construir, e isso acaba dificultando", explica.

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