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O bairro menos povoado de Curitiba é um pedaço da zona rural dentro da cidade. o Riviera não tem escolas ou postos de saúde, e as poucas vias de acesso apresentam apenas algumas centenas de metros de asfalto. Mas uma coisa ele tem de sobra: espaço. E é justamente por isso que este lugar desconhecido da maioria dos moradores da capital paranaense pode ser uma excelente opção de investimento.

O diretor da Localite, Luiz Alfredo Dornfeld, afirma que as oportunidades aparecem justamente nos lugares em que a expansão urbana ainda não chegou. "Quem conheceu o Bigorrilho 30 anos atrás, como eu, deve estar arrancando os cabelos de não ter comprado um terreno ali", compara. O mesmo ocorre, diz ele, com uma área que apenas recentemente começou a atrair a atenção do mercado imobiliário, o Mossunguê. Rebatizado de Ecoville, ali os terrenos tiveram o seu valor elevado expressivamente.

Por isso, diz o executivo, quem não tem pressa de ver o retorno deve ficar atento às "fronteiras" do mercado. "Esses bairros são uma opção interessante para investimento a longo prazo", diz Dornfeld. Mas é preciso cuidado. "Muitos terrenos nestas regiões têm problemas de documentação, de herança", explica. Questões familiares, segundo ele, também ajudam a explicar a demora na criação de loteamentos em bairros mais distantes do Centro. "Às vezes a pessoa não vende por sentimentalismo, porque a chácara era do avô. Mas isso não dura a vida inteira."

Por falar em chácaras, estas são praticamente os únicos itens negociados no quase inexistente mercado imobiliário do Riviera. Em todo o bairro, havia na semana passada apenas uma faixa de "Vende-se", colocada em uma casa no tímido núcleo habitacional que se forma ao redor da nova capela – que está sendo construída nas imediações da rua Felício Laskoski, uma das principais vias de acesso da região. Nem mesmo uma procura atenta nos classificados é capaz de encontrar imóvel à venda ou para locação.

Mas os negócios acontecem mesmo assim, conta o comerciante Wilson Antunes. Dono de um pesque-e-pague localizado no bairro, ele afirma que não há cliente seu que não pense, pelo menos uma vez, em comprar uma propriedade ali. "A procura por chácaras é grande. Quem vem aqui sempre pergunta", diz.

Antunes, que vive em Curitiba há 18 anos, diz que ele próprio é um exemplo de como as pessoas ficam atraídas pelo Riviera. Quando chegou de Palmital, cidade na região central do estado, foi ali onde ele encontrou espaço para uma lavoura e a mesma tranqüilidade do interior. "Aqui é muito bom para viver." O fato de o bairro não ter infra-estrutura não assusta: segundo ele, em volta há tudo o que é preciso – a filha, por exemplo, estuda no São Braz – e quando é necessário basta ir ao Centro. "Daqui até a Rodoferroviária são 15 minutos, se não pegar muito trânsito", afirma.

A série Giro pelos Bairros é publicada todos os domingos na Gazeta do Povo. Na próxima semana: Santa Cândida.

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