A rua da comunicação

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É fácil localizar a rua Amauri Lange Silvério em Curitiba: basta se aproximar do Pilarzinho, bairro da região Norte da cidade, para avistar de longe as antenas de redes de televisão e estações de rádio, o que a fez ser conhecida como a rua da comunicação. Isto se deve à sua localização privilegiada, em um dos pontos mais altos da capital.

Mas a referência das antenas mostra apenas um retrato inicial da rua, nas proximidades do cruzamento com a Rua Raposo Tavares. Todo o restante de sua extensão ainda possui muitas casas residenciais e comércio vicinal característico, com panificadoras, açougues, farmácias e borracharias. Para Celso Amaro dos Santos, comerciante e proprietário da loja Móveis da Vovó, especialista em reforma e vendas de móveis antigos, a Amauri Lange Silvério ainda é um local essencialmente residencial, sustentada pela comércio de bairro. "Antigamente o movimento da região era maior, já que os caminhões com destino à Almirante Tamandaré passavam por aqui. Hoje, com a construção do contorno norte, o local voltou a ser tranqüilo", conta o comerciante.

A casa onde Santos trabalha é um exemplo da presença significativa de construções antigas na extensão da via. "O imóvel foi construído em 1956. Na época ele abrigava a Sociedade Floresta, de um clube de futebol de Curitiba. Depois um radialista comprou o espaço e transformou em um local cultural. Só quando eu adquiri é que passou a ser loja", diz.

Ele lembra que a via recebeu asfalto somente em 1971 e que o desenvolvimento chegou aos poucos, há aproximadamente dez anos. "Lembro que quando a prefeitura resolveu asfaltar a rua, tive de pagar uma taxa de Cr$ 4.710", diz. Segundo ele, isso era o equivalente a mais de 40% do valor do terreno. "Na época acreditava que iria melhorar a região, mas ainda penso que falta um bom calçamento para os moradores", afirma.

De acordo com o diretor da Imobiliária Noruega, José Carlos da Silva, a falta de uma ciclovia e lugares adequados para estacionar são fatores que dificultam a explosão demográfica da região. "A rua tem perfil comercial, mas ainda tem muitas casas. Isso porque não possui um estacionamento regularizado ou bem sinalizado, o que a deixou com características apenas de uma via de passagem", explica.