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“Nossa intenção é preencher essa lacuna que existe com a dificuldade de encontrar cimento.”
Hudson Caldas Lins, empresário, prepara a inauguração de uma fábrica de argamassa na região dos Campos Gerais | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
“Nossa intenção é preencher essa lacuna que existe com a dificuldade de encontrar cimento.” Hudson Caldas Lins, empresário, prepara a inauguração de uma fábrica de argamassa na região dos Campos Gerais| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
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Sistema construtivo

Tecnologia usada nos Estados Unidos combina aço e madeira

Divulgação

Uma nova tecnologia de construção que não usa cimento está chegando ao Brasil. Já empregado com sucesso em países como os Estados Unidos, Canadá e Chile, o modelo construtivo tem como características o uso de uma estrutura de perfis leves de aço ou de madeira fixada com placas OSB estruturais (foto). De acordo com a empresa LP Brasil, líder mundial na fabricação de placas OSB e responsável por trazer a tecnologia para o mercado brasileiro, essa nova forma de construção civil é apontada como tendência do setor e pode ser utilizada na construção de prédios de até cinco andares. Ainda segundo informações da empresa, a técnica permite vantagens no orçamento, já que não existem imprevistos durante a execução, pouca geração de resíduos, menos de 1%, e cumprimento do prazo na entrega.

A falta de cimento nas lojas es­­pecializadas em materiais da construção civil tem atrapalha­do o trabalho de concreteiras e construtoras. Diante de um mer­­cado aquecido e de dezenas de projetos em andamento, com data definida para a entrega, a saída encontrada por quem está construindo é recorrer a formas alternativas para substituir o produto e evitar atra­­sos nos cronogramas dos canteiros de obras. Entre elas es­­tão a argamassa pronta e a cal. "No caso da argamassa pronta, basta abrir o pacote e utilizar no assentamento dos tijolos", afirma o analista de co­­mércio exterior Hudson Caldas Lins. Junto com o irmão, Lins vai inaugurar nas próximas se­­manas uma fábrica do produto no mu­­nicípio de Palmeira, próximo a Ponta Grossa, região dos Campos Gerais. "Nossa in­­tenção é preencher essa lacuna que existe com a dificuldade de encontrar ci­­mento", complementa. De acordo com o Sindi­cato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), o consumo do produto no Paraná aumentou 57% nos últimos quatro anos.

A argamassa, conhecida no mercado como C3X, tem algumas vantagens em relação ao cimento – entre elas, o alto ren­­dimento e o baixo preço. De acordo com Lins, é necessária uma quantidade menor do pro­­duto entre os tijolos. "En­­quanto é preciso sete quilos de cimento por metro quadrado, bastam apenas dois quilos de argamassa". Ele defende, ainda, que ela é mais barata se comparada ao cimento pronto (considerando que, além do pro­­duto em si, é preciso comprar areia e água). Mas a argamas­­sa não pode ser utilizada no re­­ves­­timento nem na concretagem.

O administrador do empreendimento Neo Superquadra, no Centro Cívico, João Lima, está acos­­tumado a utilizar o produto na obra. Segundo ele, a argamassa é a alternativa mais prática. "O fornecedor en­­trega com mais fa­­ci­­lidade. Além disso, a logística de armazenagem é melhor", afirma.

A velocidade de execução tam­­bém é um diferencial em relação ao cimento. Enquanto o produto tradicional demora cerca de 7 dias de cura (endurecimento), a argamassa leva ape­­nas 72 horas. "A nossa in­­tenção é que a argamassa substitua gradativamente o cimento", diz, otimista, o futuro do­­no da fábrica em Palmeira.

Cal

A cal também passou a ser bastante utilizada nos canteiros de obras, já que exerce praticamente as mesmas funções do cimento para assentamento de tijolos e revestimento – o produto não tem função estrutural. Ele oferece vantagens co­­mo maior resistência à umidade e mais elasticidade, diminuindo a ocorrência de rachaduras e trincas decorrente do tem­­po. Porém, o fato de ter o tempo de cura mais longo que o cimento é uma grande desvantagem competitiva, em es­­pecial no momento atual, com o mercado da construção civil aquecido, precisando cumprir prazos e datas de entrega. A cal demora 20 dias, em média, pa­­ra endurecer.

No Paraná, existem mais de 60 produtores que garantem o fornecimento continuo do ma­­terial. De acordo com o secretário executivo da Associação dos Produtores de Derivados do Cal­­cário (APDC), João Bandil Neto, não há chance de falta de cal nas lojas de material de cons­­trução, mesmo com o au­­mento da demanda. "Pelo que sabemos, a falta de cimento ocor­­re por conta da falta da pozlana (cinzas). A cal não precisa desse componente, o que ga­­rante uma produção continua", afirma.

Quanto ao preço, a cal é até 50% mais barata que o cimento, e o preço é mais estável. "A com­­petitividade do setor é gran­­de, o que garante bons pre­­ços ao consumidor", diz Ban­­dil.

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