
Evite o efeito sufocante
Não só as casas grandes e de alto padrão podem ter pé-direito duplo, algumas opções de apartamentos também oferecem essa possibilidade. A ideia começou a ganhar mais força nos lofts que têm o conceito da integração total de ambientes.
A utilização mais frequente das áreas sociais é uma mudança de comportamento que foi incorporada por construtoras, engenheiros e arquitetos. Os profissionais buscam formas de privilegiar esses espaços, deixando-os maiores e mais aconchegantes. Os pés-diretos elevados duplos, muitas vezes são um dos artifícios para reforçar a sensação de amplitude das áreas de estar. "O espaço horizontal é importante, mas, quando se consegue também um espaço vertical generoso, é perfeito", diz a arquiteta Elke Fadel.
O tamanho médio de pé-direito residencial é de 2,7 metros, os duplos variam de 5 a 7 metros. A principal função arquitetônica de uma sala nesse padrão é o aumento da ventilação e da iluminação, colaborando também com o meio-ambiente, já que as luzes podem ser acesas mais tarde e o ar-condicionado pode ficar desligado.
"Quem opta por esse tipo de construção tem a vantagem de ambientes com iluminação ousada, passando sensação de glamour e conferindo um ar moderno", afirma Blanca Baggio, engenheira da construtora J.A. Baggio. Segundo ela, pelo menos 80% dos projetos de casas de alto padrão em Curitiba preveem pé-direito alto nos ambientes sociais.
Antes de se optar por um projeto assim, é preciso saber que será necessário abrir mão de uma peça no segundo pavimento. "Os metros quadrados perdidos no segundo andar valem a beleza da sala", diz o arquiteto Giancarlo Rocco.
Blanca explica que é possível prever no projeto a necessidade futura de "fechar" o pé-direito duplo. "Com uma estrutura metálica é possível completar o mezanino e ganhar mais uma peça."
Ela garante que não apenas quem dispõe de um grande lote e possibilidade para construir uma casa ampla pode ter uma sala alta. Em projetos a partir de 250 metros quadrados é possível ter um living nesse padrão. "Não é uma solução só para o altíssimo padrão, o médio alto também está incluído", comenta.
Detalhes arquitetônicos de pé-direito duplo estão presentes, normalmente, em projetos de casas em dois pavimentos, onde o living utiliza a altura dos dois andares e do mezanino é possível observar o vão da sala.
O recurso de utilizar paredes de vidro é comum nesses projetos e proporciona vista para a área externa, seduzindo os proprietários. "O vidro aumenta ainda mais a amplitude do espaço e garante a integração com o exterior, trazendo a natureza para dentro de casa", indica Elke.
O pé-direito duplo abre ainda outras formas de comunicação entre os habitantes. "O inusitado desses projetos é a integração vertical. Assim quem está no escritório que fica no mezanino participa da conversa de quem está na sala e vice-versa", diz a arquiteta Alessandra Gonçalves.
Aconchego na decoração
Para os moradores, ter uma casa com pé-direito duplo é um privilégio desfrutado dia a dia e a oportunidade de contato com todos os ambientes da residência. Essa era a sensação procurada pelo empresário Rui Rocha e sua esposa Sandra, quando se mudaram para uma casa com pé-direito duplo, no fim do ano passado. "Sempre planejei uma casa ampla para ter um visual diferenciado. Com os 6,5 metros de pé-direito na sala consegui o efeito que sonhava", conta.
Depois da casa pronta, a preocupação foi em adequar a decoração, para que o espaço não ficasse impessoal. "Tive medo que a altura maior deixasse a casa menos aconchegante. Mas o projeto de iluminação e a composição dos móveis ajudou a resolver essa questão", ressalta.
O arquiteto Giancarlo Rocco foi o responsável pelo projeto arquitetônico e de interior da casa de Rocha. Ele diz que para valorizar o pé direito duplo diversos recursos de iluminação podem ser utilizados, dependendo do resultado que se deseja. Uma solução é criar uma iluminação contornando o vão, fazendo o fecho de luz incidir no teto suavemente, ressaltando a magnitude do ambiente. "Gosto também da ideia de utilizar um pendente maior e composto com outros itens de iluminação dirigida", diz.
"Como há espaço, é possível instalar luminárias em vigas. As sancas são uma opção muito interessante, pois permitem iluminação indireta do ambiente, deixando a instalação de focos direcionados para os quadros e objetos que devam ser realçados", explica a arquiteta Elke Fadel.
Trabalhar com revestimentos e cortinas também está dentro do leque de possibilidades que uma sala com pé-direito duplo proporciona para os arquitetos. "Elementos que aqueçam o ambiente, como tecidos e madeira, são fundamentais. A altura elevada pode dar uma sensação de desconforto que é compensada com esses recursos", diz Rocco.
Outro elemento comum nesses espaços são as colunas em pedra, normalmente a filetada, para revestir uma lareira, por exemplo. "É possível trabalhar com o revestimento até o outro andar, integrando os dois espaços com continuidade de conceito na decoração", completa o arquiteto.
Para valorizar o pé-direito de 5,2 metros de uma residência térrea, a arquiteta Alessandra Gonçalves utilizou gesso para acompanhar todo o caimento do telhado. "Esse formato do teto permitiu embutir a iluminação que teve de ser mais direta e forte para que se possa atingir os objetos", diz. Outro detalhe são os móveis sob medida para uma biblioteca anexa. "Foi utilizada madeira escura e uma escada cromada para que se possa alcançar os livros."

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